Educação e Desenvolvimento Local
Por Adilton Dias Santana | 13/08/2011 | EducaçãoUNEB ? PPGEduC ? Educação, Gestão e Desenvolvimento Sustentável
Professores: Eduardo Nunes e Avelar Mutim
Discente: Adilton Dias de Santana
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL
Ladislau Dowbor doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística deVarsóvia, professor titular da PUC de São Paulo e consultor de diversas agências das Nações Unidas. Éautor de "A Reprodução Social", "O Mosaico Partido", "Tecnologias do Conhecimento: os Desafios daEducação", todos pela editora Vozes, além de "O que Acontece com o Trabalho?" (Ed. Senac) e coorganizadorda coletânea "Economia Social no Brasil" (ed. Senac) Seus numerosos trabalhos sobreplanejamento econômico e social estão disponíveis no site http://dowbor.org
O autor inicia seu texto definindo que a educação para o desenvolvimento local deve formar pessoas para uma participação ativa e que sejam capazes de transformar o seu entorno social de sua comunidade, assim para que se construa uma cidadania ativa é necessário ter uma cidadania informada e esta formação segundo o autor deve começar cedo na educação das séries iniciais, portanto a educação para o desenvolvimento local deve essencialmentedar conhecimentos para que o sujeito possa transformar-se e transformar o seu meio social
É preciso criar a visão de que podemos ser donos da nossa própria transformação social, política e econômica, gerando dinâmicas ativas e construtivas, assim, para que possamos construir essa visão é necessário ter uma educação que informe, estude e pesquise os potencias da comunidade, desde a origem e a história do nomes das ruas, do surgimento do bairro, da comunidade, da cidade com os seus potenciais para que seja construída a visão de totalidade e da possibilidade de intervenção para a transformação ou o aproveitamento sustentável dos recursos naturais.
O autor retrata o paradoxo da globalização e das iniciativas locais, quanto mais o mundo se globaliza, surgem experiências de desenvolvimento locais, pois a qualidade de vida na comunidade, nas cidades é um problema local que deve ser pensado de forma global mais a ação deve ser local com os atores envolvidos com as problemáticas locais.Enfim,grande parte do que constitui o que hoje chamamos de qualidade de vida não dependemuito ? ainda que possa sofrer os seus impactos ? da globalização, depende da iniciativalocal.
Promover o desenvolvimento localnão significa voltar as costas para os processos mais amplos, inclusive planetários:significa utilizar as diversas dimensões territoriais segundo os interesses da comunidade.
Outro paradoxo apresentado pelo autor refere-se as mudanças tecnológicas e os procedimentos pedagógicos, o mundo passa por profundas mudanças e transformações impulsionadas pela tecnologia, enquanto a educação com seus processos caminha em passos lentos, enquanto o mundo global avança em tecnologia, os procedimentos pedagógicos continuam com os pés no século passado, quase nada mudou no formato das aulas que apenas reproduz um modelo autoritário do professor.
A gestão escolar ou dos sistemas municipais de educação também é criticado pelo autor quando o mesmo enfatiza o papel de cada um no processo da construção de uma educação sustentável, ao mesmo tempo relata experiências locais, municipais e nacionais de desenvolvimento com a participação de atores de diversos segmentos seja no município, nas comunidades ou no próprio pais.
Para o autor organizar o conhecimento local pensando sempre no global não envolve produzir informações novas, pois as informações já são oferecidas pelos órgãos municipais, estaduais e nacionais a exemplo do IBGE, Ipea, Pnud, etc. assim, é preciso organizar um novo modelo de educação para a construção da participação e da autonomia dos atores locais.
Desta forma, a escola pode ser o locus ou o laboratório para práticas inovadoras que envolva os alunos, professores, e comunidade local, os estudos e conhecimentos locais precisam ser valorizados pela escola para que sejam incorporados ao currículo e assim ao estudar os potencias de sua comunidade poderemos construir um novo conhecimento transformando o que já é conhecido em nossa própria comunidade local.
Desenvolver o protagonismo juvenil através de metodologias participativas é o ponto inicial para uma nova construção pedagógica, pois com a participação ativa no processo de construção do conhecimento e partindo da comunidade local poderemos compreender o mundo global e até intervir para melhorar nossa coletividade.
Neste texto o autor mesmo de forma pontual faz referência ao tema "Educação Gestão e Desenvolvimento Local, através de exemplos claros de que é possível não só pensar, mais é possível agir, agir inicialmente com os atores que querem e assim a ação coletiva ganhará força ao longo do tempo e todos poderão ser envolvidos numa nova proposta de construção da cidadania e do conhecimento e da sustentabilidade de nosso planeta.
O texto de Ladislau Dowbor é um texto encantador pelas palavras, pelos exemplos e pela sensibilização da necessidade de se construir, de envolver, de integrar saberes locais e globais na solução de problemas da comunidade local.
Recomendo esta leitura para todos os estudantes de graduação e pós-graduação, além de pesquisadores sobre o tema. O que será de suma importância para analises da realidade e das possibilidades de se perceber e compreender a relação entre gestão educação e desenvolvimento sustentável através de práticas e metotodologias ativas e participativas.