EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Por Derly Nunes Pereira | 17/11/2014 | EducaçãoEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Vânia Julião dos Santos[1] – vaniajulia_es@hotmail.com
Derly Nunes Pereira[2] – derlynunes@yahoo.com.br
A Educação de Jovens e Adultos, nas últimas décadas, tem passado por muitas transformações devido à democratização do ensino e às ideias revolucionárias de Paulo Freire, no sentido de valorizar e proporcionar uma Educação de qualidade aos alunos que não tiveram oportunidade na idade apropriada, por diversos motivos, entre eles: precisar trabalhar para o sustento da família, a distância das escolas em certos lugares do interior dificultando o acesso, gravidez precoce, falta de incentivo por parte dos familiares e tantos outros motivos.
Mesmo com tantas mudanças favoráveis a ela, a EJA encontra-se, ainda, em desvantagem perante a educação “regular”.
Os professores devem considerar a heterogeneidade desse público, quais são seus interesses, por que estão de volta à escola, suas preocupações, necessidades, expectativas em relação à escola, suas habilidades. É fundamental perceber quem é esse sujeito. São questões que devem ser consideradas na construção da proposta pedagógica, para que os conteúdos a serem trabalhados façam sentido, tenham significado, sejam elementos concretos na sua formação. Que sejam significativos na sua realidade.
Nas várias oportunidades que surgem para discutir e refletir sobre as práticas diárias, sempre são colocadas as necessidades dos alunos da EJA, buscando fazer com que os demais colegas, do ensino dito “regular”, não vejam os alunos da Educação de Jovens e Adultos com menos importância, mas sejam vistos como sujeitos com direito a uma educação de qualidade.
A realidade das salas de Educação de Jovens e Adultos passou por grandes transformações nesses últimos anos. Nelas estão presentes garotos e garotas de 15 anos, essa faixa etária contempla um número bem expressivo dos alunos, e demanda uma metodologia voltada para a sua idade. Também há adultos de várias idades, com outras trajetórias de vida que requerem outra metodologia. Essa é uma nova realidade da modalidade EJA.
Com tanta diferença de idade numa sala de aula, torna-se comum, os adultos reclamarem dos adolescentes, que na sua maioria, permanecem desmotivados para fazerem suas tarefas, motivando indisciplina, que não permite que os próprios adolescentes, nem os mais adultos assimilem os conteúdos.
Esses jovens são aqueles remanejados de turnos até parar na EJA. São alunos que não conseguem se adaptar à escola, devido às várias situações vividas por um ser humano. São elas, dificuldades cognitivas que não permitem que todos aprendam em um mesmo tempo, são os déficits, que não são considerados especiais, por não serem mostrados nas aparências físicas, problemas familiares, o envolvimento com as drogas e outros.
Mas também há um agravante, vários profissionais que assumem turmas da EJA, não possuem perfil para trabalhar com essa modalidade ou não foram capacitados, com isso não vão em busca de mais conhecimentos sobre esses sujeitos na literatura, a fim de alternativas para melhorar o trabalho e solucionar alguns problemas. As instituições que formam profissionais na área educacional, não oferecem disciplinas específicas para quem quer trabalhar com a EJA. Ao admitir profissionais para trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos, as Secretarias de Educação não cobram profissionais com capacitação para essa modalidade. Logo, percebe-se que o problema está presente em vários segmentos da educação.
Para fazer avançar esta modalidade de ensino, penso que todos que são envolvidos com a Educação de Jovens e Adultos, devem se voltar para um único objetivo, foco no aluno e estudar em conjunto como proporcionar um estudo de qualidade, fazer com que o aluno se envolva com as aulas, dificultando a indisciplina. Também, há de se rever a questão da carga horária do profissional, se o currículo e as disciplinas estão a contento, capacitação para os profissionais da EJA e após essa capacitação, ter no quadro de profissionais, o máximo possível, pessoas com perfil e capacitadas para essa modalidade.