EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA VISÃO DE MIGUEL ARROYO

Por Meliana Cardoso Gomes | 19/04/2011 | Educação

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA VISÃO DE
MIGUEL ARROYO
Miguel Arroyo analisa situação em que se encontra a educação de Jovens e Adultos no Brasil. Aponta que essa modalidade de ensino vem se consolidando há muito tempo, porém hoje com mais atenção por parte da sociedade e do governo.
Hoje nota-se necessário a criação de projetos e leis que amparem a EJA, que é prioridade do estado. ONGs e entidades também tomam partido dessa luta, lançando projetos sociais específicos para essa área.
Existe também a preocupação pela formação e capacitação de professores especificamente para essa modalidade, pois já se consegue ter a visão de que educar adultos necessita de propostas pedagógicas diferenciadas. A sociedade tem consciência da importância da Educação de Jovens e Adultos, e começa a reconhecer a urgência de políticas públicas específicas para tal. Com isso, entramos em uma nova etapa nacional para a EJA, vencendo barreiras e conseguindo alcançar o reconhecimento tão importante para se educar o presente do país.
Arroyo ainda nos faz pensar quem são os alunos de EJA e o que é a EJA, explicitando que essa modalidade de ensino ainda é vista como uma segunda chance para pessoas que tiveram acesso ou evadiram no ensino fundamental, na idade considerada oportuna. Ressaltando que a EJA só encontrará seu sucesso e real sentido quando for vista como um tempo para os jovens e adultos, garantindo o direito à educação para essas pessoas.
Outro aspecto apontado pelo autor é como a Educação de Jovens e Adultos é tratado pelas políticas públicas, uma vez que o estado somente reconhece essa modalidade como responsabilidade pública, sem levar por conta o direito ao ensino. Enquanto somente e educação de 7 a 14 anos é considerada de direito.
Os movimentos sociais existentes em nosso país, tem impulsionado aos jovens e adultos a visão pelo seu direito à educação e a busca por reconhecimento em sociedade. Outro ponto característico é que a EJA é configurada por grupos sociais, pobres, pessoas das áreas rurais, negros, desempregados. E isso nos remete a refletir que essas pessoas não tiveram acesso aos estudos por já haver um problema social antes dos problemas na educação. Problemas esses, que caracterizam grupos, impossibilitam e excluem pessoas desse direito à educação.
Durante a análise de Arroyo, é possível perceber que ainda temos muito que aprender com a EJA, do que necessitam os educadores para um ensino direcionado e que esses tenham consciência disso. Conhecer a realidade desses alunos, suas culturas e expectativas, partindo desse pressuposto na realização as aulas e atividades. Poder repensar a pedagogia para os jovens e adultos e adequá-la para essa realidade de forma mais próxima dessas pessoas. Entender que o aluno adulto em um espaço de educação e busca por isso, também busca por valores dentro dessa educação, para além de apenas o ensino. Juntamente com esses alunos entender as problemáticas que o afastaram da escola na idade considerada normal, e desmistificar conceitos criados por eles a esse respeito. Poder ver quem realmente são os alunos da EJA, pessoas que batalham e que buscam por um ideal maior, para suprir suas expectativas, eliminar medos, e assim acabar com a evasão nessa modalidade.
Ainda é instigado que façamos uma relação entre a Educação de Jovens e Adultos e o Sistema Escolar, buscando pelos direitos dos alunos adultos, para além de estruturas pré-estabelecidas e discriminatórias.
Para terminar, enfatizo o que é defendido com veemência pelo autor, que a educação seja pensada para todos, sem que sejam feitas adaptações de uma área para outra. Que a EJA tenha seu papel nas políticas públicas sendo trabalhada com exclusividade e o acesso e direitos aos alunos dessa modalidade sejam garantidos.