Educação: como será o amanhã?

Por KARINA RECH HERVES | 15/04/2016 | Educação

EDUCAÇÃO: COMO SERÁ O AMANHÃ?

Vivemos num país onde nossa própria história mostra que não há interesse em munir todos seus habitantes com as armas do saber. O Brasil caminha a passos lentos rumo a uma educação de qualidade. O PNE que tem duração decenal estabelece metas de desenvolvimento estrutural, de universalização do acesso à educação e de desempenho dos educandos para serem atingidas até o ano de 2020. O Movimento Todos pela Educação propõe que os governos ofereçam às novas gerações, uma formação de qualidade. Até meados de 2015, o Brasil havia cumprido duas das seis metas da Educação para Todos, onde conseguiu universalizar o acesso à educação primária do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e incluir meninos e meninas na escola independente do gênero. Reduzir o analfabetismo dos adultos, garantir educação de qualidade aos jovens e às crianças com menos de 5 anos ainda são desafios para nosso país.

Segundo o Ideb, as médias da educação básica continuam abaixo de 5,0 numa escala que vai até 10,0. O Brasil recentemente foi citado como sendo um dos dez países com baixa qualidade na educação e é preciso, mais do que nunca acelerar a implementação e definir a educação como prioridade na agenda política do país, para que este deixe as últimas colocações nos rankings internacionais de educação e conquiste um melhor desempenho.

Se a educação vai mal no Brasil, como apontam os resultados das avaliações de larga escala, como será o futuro? Se os alunos de hoje não aprendem como deveriam, os resultados podem ser catastróficos amanhã. E já se percebe como a educação vai mal. Até pouco tempo atrás a alfabetização se dava logo na 1ª série, onde a criança já deveria sair sabendo ler e escrever. Hoje este prazo se estende até os 8 anos para se alfabetizar, ou 3º ano do ensino fundamental (PNAIC). Diante disso temos que opinar que é muito tempo perdido, pois hoje as crianças são dotadas desde o nascimento de uma sabedoria incomparável, são espertas, ativas e deveriam sim serem alfabetizadas aos seis anos até porque hoje são obrigadas a frequentarem a escola a partir dos 4 anos ( Lei 12.796/ abril de 2013), mesmo os pais sendo contra. Há muitas divergências entre especialistas em educação sobre esse assunto e fica também a pergunta: porque a criança deve entrar na escola aos 4 anos e ser alfabetizada até os 8 anos? Coisas que acontecem no Brasil....

Para a coordenadora geral do movimento Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, “ Observamos a pior situação do ensino, com a regressão dos indicadores em vários estados, e uma situação de alerta já nos anos finais do ensino fundamental . Tínhamos a expectativa de que, à medida que melhorassem os resultados dos anos iniciais, isso se refletiria nos resultados dos anos finais, mas estamos vendo que isso não está acontecendo”, observa ( Revista Gestão Educacional, março de 2015, pág. 27). Uma das metas também é erradicar o analfabetismo, mas mesmo colocando em prática todas as propostas do governo federal, acreditamos que não será possível, pois os caminhos estão tomando outros rumos e só o professor que está no trabalho ativo em sala de aula percebe que a maioria dos jovens não sabe interpretar, compreender textos. Basta ver os resultados nas pesquisas e nos provões.

Muito ainda a progredir, mas afinal como será o amanhã? Com certeza a incompetência tomará conta de grande parte das profissões, justamente pela falta de capacidade de cada profissional em atuar na sua área. Erros decorrentes de uma péssima educação desde os primeiros anos , até os anos finais do ensino farão do Brasil uma nação com diplomas, mas sem saberes. Juntando tudo isso à uma má remuneração, condições desumanas de trabalho , falta de recursos , de ética e de bons exemplos por parte dos governos, só podia acabar no meio dessa crise na qual estamos vivenciando. Que pena Brasil.......

Artigo escrito pelas professoras de educação infantil Aline Michelon Carlesso, Geane Quinot e Karina Rech Herves , da Escola de Educação Infantil Amor Perfeito, Abril de 2016.

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