Educação - Aula, Sucesso e o TDA/H
Por Camila G. Meleke | 05/04/2009 | EducaçãoAula = Tem suas raízes no latim aula: que significa palácio, curral, gaiola e no grego aulé: que significa pátio, morada e nos dias atuais sua designação consiste em uma exposição didática, de um determinado assunto, feita pelo professor, onde o objetivo é formar ou modificar a conduta do aluno.
Para que os objetivos sejam atingidos é de extrema necessidade que se traga para a aula a realidade do aluno, que se conheça a comunidade na qual o mesmo está inserido e dentro deste contexto, o educador deve sempre incentivar a participação do educando, deve mostra-lhes o sentido daquele aprendizado, encaminhando-os para que descubram onde podem utilizar os conhecimentos adquiridos.
"Ser professor é chegar ao coração de seu aluno", enxergando-o como sujeito construtor do seu conhecimento e compreendendo que cada um tem seu momento, sua evolução.
Para que se obtenha sucesso nos processos de ensino-aprendizagem, é preciso que logo no inicio da aula o educador consiga reter a atenção da turma, "fazer uma apresentação motivadora" dos conteúdos a serem trabalhados, é preciso também que haja uma recordação do conteúdo passado, onde através de um entrelaçamento, apresente-se o novo assunto e por fim realizar exercícios com a turma, a fim de fixar o aprendizado, pois, é possível reter 90% do conhecimento a partir daquilo que ouvimos e logo e logo realizamos.
Hoje, temos vários meios de apresentar novos conhecimentos aos nossos alunos, tais como: uma Aula Expositiva ( como já diz o nome, significa expor o conteúdo de forma clara, seja por meio de lousa e giz, transparências ou data-show, etc.); Estudo Dirigido (é apresentado um tema/roteiro para que o aluno observe e estude sobre determinado assunto); Estudo do Meio ( técnica que permite estudar de forma direta o meio natural no qual o aluno participa) e Estudo do Caso (problematização do assunto proposto, com possíveis soluções para o caso).
Os conteúdos descritos acima são apenas algumas formas de se obter sucesso no processo de ensino-aprendizagem, entretanto, muitas vezes nos deparamos com alguns fatores que podem dificultar o bom andamento da aula, se o educador não tiver preparo para tal situação, é claro. Como, por exemplo, ter um aluno com TDA/H em sala.
E agora, o que fazer?
Primeiramente, devemos entender o que é Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDA/H) e em seguida desconstruir alguns "pré-conceitos" de que toda criança que não pára é hiperativa ou TDA/H, já que na maioria das vezes a criança apresenta outro tipo de dificuldade ou até mesmo patologia.
Definição: O TDA/H é uma desordem crônica e de difícil diagnóstico e tratamento, ou seja, consiste na dificuldade de se atentar para a realização de qualquer tarefa, tanto para comer, jogar vídeo game, como também para fazer os trabalhos em sala de aula.
O TDA/H não é super inteligente, porém, também não pode ser considerado como aquele que não aprende, ele aprende sim e pode se desenvolver, no seu tempo, como outra criança qualquer.
Suas maiores dificuldades quanto à escrita, são: fazer a tarefa pela metade, de qualquer jeito, a produção de texto hora é mais atenta, hora é menos, escreve certo determinada palavra e em seguida escreve errado a mesma palavra, já em matemática, o TDA/H tem dificuldades quanto a realização de operações simples, ele troca os procedimentos, troca os sinais das operações, etc., enfim tudo o que está relacionado a atenção.
Existem três formas diferentes de TDA/H: a primeira consiste na predominância da desatenção, a segunda predomina a impulsividade/ hiperatividade e a terceira é a combinação entre as duas primeiras, mas para que sejam considerados, os sintomas devem aparecer antes do sete anos de idade e persistirem por mais de seis meses, além disso, é necessário que haja clareza quanto a existência de prejuízos, tanto social quanto acadêmico, os quais não podem ser explicados de forma mais adequada por outra síndrome já definida, deve também ser observados ainda vários sintomas juntos para a caracterização do TDA/H, como : falta de atenção; a criança não segue regras; parece não estar ouvindo quando lhe é dirigida a palavra; cometer erros por descuido, não terminar as atividades; desorganização; evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em atividades; esquece facilmente compromissos e objetos; está sempre distraído; se agita; se remexe o tempo todo, as mãos, os pés; sai da cadeira com freqüência; corre demais; tem dificuldade para brincar; fala demais; dá respostas precipitadas; está sempre " todo vapor"; costumam ser impopulares, etc.
Contudo a criança deve ser acompanhada por vários profissionais para que se chegue ao diagnóstico correto (fonoaudiólogo, psicólogo, psico-pedagogo, neurologista.) para que não seja "rotulada" sem necessidade.
E onde entra o professor nessa história toda?
O professor é um dos principais agentes no processo de intervenção, uma vez que é na escola que a criança apresenta maior dificuldade e para o sucesso da aula, são necessárias uma série de intervenções e assim como os pais, os professores devem ter esclarecimento e informação sobre o assunto, para trabalharem da melhor forma com uma criança TDA/H.
O professor na verdade deve ser o grande mediador, na relação aluno e processos de ensino-aprendizagem, mas essa não é qualquer mediação, deve ser feita especialmente para trabalhar aquela dificuldade específica, a fim de estruturar a atenção daquele aluno, deve se trabalhar junto e saber que se ele é capaz de fazer junto, consequentemente é possível o desenvolvimento para que faça sozinho.
É necessária a inclusão desta criança junto aos demais, elogios, encorajamento, confiança, acolhimento, recompensa pelos esforços, utilização de métodos variáveis – táteis, auditivos e cinestésicos, reconhecer seus próprios limites e frustrações, organizar a sala com regras claras, programa previsível, limites claros e objetivos, etc. e além de tudo isso é de extrema importância a conscientização do professor em relação a paciência e boa vontade que o mesmo terá que dispor, porém, será muito gratificante, quando você professor, vivenciar o aprendizado e desenvolvimento deste seu aluno "tão especial".