Educação Após Holocausto
Por Cheyenne Fernandes Duarte | 22/10/2012 | EducaçãoEducação após holocausto
Muito se debate sobre a relevância da educação escolar no que se refere a transformações na sociedade. Discute-se se a escola deve preparar para o mercado de trabalho ou para a vida cidadã ou para as duas atuações. Nesse contexto, também se apresenta um desafio para escola, no sentido se ela deverá em suas propostas pedagógicas, por exemplo, buscar reproduzir a sociedade do passado no presente, ou contribuir para maiores mudanças estruturais com vista à justiça social.
Sob uma perspectiva histórica é importante mencionar que os eventos ocorridos durante a segunda guerra mundial na década de mil novecentos e quarenta influenciaram sobremaneira na nova concepção de homem e sociedade que parte do mundo, principalmente o ocidental passaria a adotar. Neste sentido, pensar em uma nova sociedade e em um novo homem dotado de direitos e deveres passou a ser preocupação central nas políticas públicas estatais, inclusive na esfera educacional.
Sonhar com mudanças mais conjunturais na sociedade passa pela promoção de condições para que todos – radicalmente todos! – saiam de condições de exclusão. As barbáries da segunda guerra mundial, sobretudo em Auschwitz – nome dado a um grupo de campos de concentração no sul da Polônia – onde milhares de pessoas dentre elas judeus foram executados ecoam até os dias de hoje. As práticas nazistas em pleno século vinte e um ainda são assumidas por grupos radicais que pregam o ódio a determinados segmentos sociais. Por isso, a sociedade contemporânea deve estar atenta as esses movimentos e práticas para que o passado novamente não assombre a humanidade com as suas traumáticas “cicatrizes”.
No sentido de repudiar qualquer prática discriminatória ou excludente a comunidade escolar na figura de uma proposta pedagógica ética e séria deve promover experiências e aprendizados significativos aos nossos alunos para que a intolerância de Auschwitz – quem sabe – seja definitivamente extinta de nossa realidade. Pensar em sistemas educacionais ou em propostas de ensino descolado deste passado nebuloso da humanidade é correr riscos de que tudo novamente se faça presente em nossas vidas.
Portanto, construir uma sociedade mais justa e igualitária passa pelo entendimento do passado para que práticas como qualificar o outro como incapaz intelectualmente em virtude de etnia ou classe social, negar acesso a grupos historicamente excluídos a uma escola de qualidade, ou desrespeitar o próximo em virtude de deficiências não se perpetuem na vida diária das pessoas. Estranhar o passado e buscar fazer o presente diferente é uma emergência de nossa sociedade. Conhecer o passado e propor outros horizontes para o futuro é um imperativo, então: vamos conhecer?