EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO CRÍTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL
Por Laiza Aldrigues Santiago | 17/04/2017 | EducaçãoLAIZA ALDRIGUES SANTIAGO
THAIS ALDRIGUES SANTIAGO
ESTELA DE LOURDES LIMA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO CRÍTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL
INTRODUÇÃO
Compreender o significado da Educação Ambiental em seu conceito mais amplo é compreender também a progressão da ação pedagógica sobre tema, que até meados do século passado, inexistia no âmbito escolar até os dias atuais onde praticamente não há disciplina ou campo de conhecimento que prescinda a questão ambiental.
A prática educativa relacionada à questão ambiental, inicialmente tratada como Ecologia foi com o passar dos tempos ganhando novos significados e novas reflexões ampliando-se e qualificando-se na busca de equações e caminhos para solucionar ou pelo menos apreender os problemas que afligem praticamente todo o planeta e seus habitantes, perante as incontáveis crises que ameaçam todos os continentes e que, a despeito do que argumentam alguns governos e empresas são sim fruto de ações insensatas dos que só almejam o lucro. Os maiores responsáveis pela degradação ambiental no Brasil e no exterior sempre tiveram pleno conhecimento dos efeitos de seus atos e fizeram questão de esconder da sociedade os malefícios de seus empreendimentos. Com a questão ambiental hoje em debate pelas sociedades, é dever do educador esclarecer aos alunos que todo ato de agressão acaba se voltando contra a própria sociedade gerando crises que custam muito caro a todos para serem revertidas e que cada um é responsável por fazer sua parte e influenciar suas comunidades a fim de que uma teia cada vez maior abranja as cidades, países e organizações no intuito de debelar os males causados pelos desequilíbrios a que estamos reféns, se atitudes renovadoras e transformadoras não forem tomadas a tempo.
A abertura da educação ambiental tem uma relação direta com a palavra crise. Infelizmente, apenas com o surgimento da dor o ser humano reconhece seus erros e toma uma atitude corretiva para superar os problemas. As crises, cujos efeitos se refletem na desigualdade social, na exploração irresponsável da natureza e na exploração humana são decorrentes de uma cultura de risco patrocinada pelos detentores do poder em prol do consumo e consequente lucro da chamada economia globalizada. Com a sucessão de “efeitos colaterais” divulgados pela imprensa em todo o mundo a partir da década de 1960 em diante a Educação Ambiental entrou na pauta das organizações no enfrentamento das causas dos desequilíbrios. Assumindo o tema como uma nova ciência, o desafio da humanidade tem sido habilitar uma educação que propicie o desenvolvimento sustentável possibilitando o respeito à diversidade biológica, cultural e étnica resistindo ao atual modelo predador dos seres humanos entre si e destes com o meio ambiente.
Esses valores devem ser adquiridos desde a educação infantil, pois se tem a vantagem de existir apenas um educador na maior parte do tempo o que facilita a transdisciplinaridade, que é condição essencial para a formação de valores em todas as áreas de conhecimento. Segundo Carneiro, 2006, a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade acarretam um processo que se orienta para a transdisciplinaridade “na medida em que se construa uma unidade teórico-prática da dimensão ambiental nas práticas educativas”, esse direcionamento tem efeitos positivos, pois favorece “o trabalho em equipe, envolvendo cooperação, tolerância e respeito mútuo entre educadores e alunos, no esforço partilhado de apreenderem a complexidade das questões socioambientais” e “a formação de condutas positivas (referenciadas aos valores de respeito, solidariedade, cidadania, justiça, prudência, honestidade etc.)”.
Palavra chave: Educação Ambiental, Educação Infantil, Ensino Fundamental.
JUSTIFICATIVA
Todas as pessoas que conhecemos ao serem exposta ao assunto Educação Ambiental apresentarão uma opinião diferente sobre o tema que embora pareça familiar e tenha sua importância considerada unanimemente pela sociedade resvala para desde o desconhecimento mais puro e simples ou incompleto, às diversidades ideológicas das distintas nomenclaturas que se apresentam entre especialistas, pesquisadores, sociedade organizada, governos e profissionais em educação.
A escola é um espaço privilegiado onde as diferentes identidades se desenvolvem de modo que os alunos transcorrem seus conhecimentos às suas respectivas comunidades. Neste sentido os profissionais em educação mesmo que adeptos de determinada vertente das várias denominações que coexistem nos dias atuais, tem o dever de conhecê-las em sua totalidade a fim de atender ao projeto pedagógico escolhido pela instituição à qual presta serviço, especialmente os professores que ao esclarecer conceitos e fundamentos, estarão dando opções aos alunos para que compreendam e protejam o que julgarem mais adequado às suas realidades.
As diferentes ênfases educativas práticas e teóricas apresentadas nos dias atuais tem o grande benefício de não deixar que a educação ambiental seja “diluída” no marco geral da educação como mera transmissora de informações e sim de favorecer o recuo da visão conservadora, individualista e comportamentalista sobrepondo a prática à teoria, conectando a realidade ao conhecimento e incluindo a compreensão dos fatos com consequente possibilidade de intervenção no futuro socioambiental dos sujeitos.
Embora este trabalho de pesquisa tenha verificado dezenas de teorias há um certo contraponto entre a educação ambiental convencional classificada como conivente com a ordem social estabelecida, sem compreensão dos fatores causais (dissociada de suas origens históricas) e caracterizada por baixa compreensão das mediações sociais, ingenuidade utópica e biologização sem concretude com a atualidade mutável e as novas vertentes, onde foram pesquisadas com maior ênfase a Educação Ambiental Transformadora, a Educação Ambiental Crítica e a chamada Ecopedagogia que buscam definir novas relações do ser humano com os demais seres vivos de forma a transformar a cruel realidade ora marcada por desequilíbrios que tem tornado a vida planetária insustentável.
Temos como exemplo bem atual a questão do aquecimento global provocado pelas emissões crescentes de carbono devido à queima de combustíveis fósseis aliados ao desmatamento promovido em décadas anteriores em nosso e em outros estados da região sudeste que aliados a outros fatores provocaram uma crise hídrica sem precedentes e que especialistas consideram fruto de equívocos de um passado recente. Outro episódio atual que justifica um aprofundamento das especificidades das diferentes ações ambientais é a poluição atmosférica na Grande Vitória que é sentida por todos, mas não combatida de forma efetiva pelos responsáveis. Em uma sociedade transformadora e crítica, as soluções seriam descobertas de forma mais rápida e eficiente e se, como alegado pelas empresas as soluções tiverem que vir aos poucos as mesmas deveriam ser fechadas e impedidas de continuar a provocar incômodos e doenças.
Deste modo é necessário que se reconheçam os princípios básicos das principais vertentes da educação ambiental que na realidade tem diversas linhas de convergência destarte suas diferenças identitárias. Como a educação tem o poder de despertar consciências e promover a cidadania torna-se uma ferramenta fundamental para o exercício da transformação ética e política de toda a sociedade em busca do almejado e pouco compreendido desenvolvimento sustentável.
HISTÓRICO
Inicialmente a Educação Ambiental Tradicional resumia-se ao equilíbrio ecológico e meio ambiente e os enigmas gerados pela incômoda poluição, principalmente a originada pelas indústrias. Os problemas advindos da poluição ocorrem desde tempos imemoriais e estavam relacionados principalmente ao esgoto e ao lixo além de causas naturais imprevisíveis. Em nossa sociedade, de caráter urbano-industrial, vivemos num ambiente onde a natureza foi profundamente alterada. Na maioria das cidades damos ao esgoto e ao lixo a mesma atenção que lhes dávamos à época da caverna. Acontece que no passado os mesmos não eram verdadeiramente um problema, fosse por sua diminuta quantidade, fosse porque a natureza facilmente o reciclava. Entretanto com o crescimento populacional o problema se agrava e a eles se juntam a exploração totalmente descuidada dos recursos naturais numa velocidade cada vez maior que não permite sua reposição natural. Com a agropecuária extensiva e o surgimento da indústria a situação sai de controle de vez e a reversibilidade das agressões sofridas pelo planeta, mesmo com o avanço científico recente, parece cada vez mais difícil.
As condições para que o ser humano começasse a pensar nos problemas ambientais foram sendo criadas por crises, inicialmente localizadas, como as chuvas ácidas sobre a Floresta Negra oriundas do parque siderúrgico alemão, as constantes poluições atmosféricas em cidades inglesas, francesas e italianas, as intoxicações com mercúrio no Japão, contaminação hídrica detectada por instituições científicas próximas a indústrias, impactando a vida em lagos, rios e mares nos EUA, crianças nascendo sem cérebro em Cubatão (São Paulo), contaminações diversas por pesticidas em vários locais do planeta e vazamentos de petróleo dos quais não se imaginavam as consequências, etc.
De acordo com a pesquisadora uruguaia Naná Mininni Medina, radicada a muitos anos no Brasil e autora de trabalhos de referencia em educação ambiental. Houve uma trajetória da questão nem sempre protagonizada pela sociedade organizada com muitas decisões totalmente contrárias ao que preconizavam professores e pesquisadores em educação. Portanto ao se pensar a educação atual e para o futuro, há que se percorrer essa trajetória de erros e acertos perpetrados e em que contextos ocorreram. Foram destacados alguns fatos relevantes do conhecido trabalho Breve Histórico da Educação Ambiental, publicado em 2008 e de domínio público.
A consciência ambiental sobre os problemas inicia-se com as mobilizações sociais e culturais com avanços como os protestos de estudantes e trabalhadores inicialmente na França e que se espalharam por todo o mundo, a temática feminista que se intensifica e retrocessos como o recrudescimento dos regimes totalitários especialmente na América Latina (anos 60 e 70’s) e a nova consciência ambiental que entendia que além da proteção de recursos naturais contra a exploração predatória começava a enxergar a própria impossibilidade da existência humana em longo prazo se medidas não começassem a ser implantadas. No campo educativo, o governo do Brasil iniciou a implantação de processos tecnicistas (alterações nos currículos das Escolas Técnicas Federais e implantação das denominadas Polivalentes – escolas patrocinadas pelo governo norte-americano e executadas pelo governo brasileiro (tanto os da ditadura militar quanto os da pós-ditadura) para atender as orientações do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial), que visavam à formação de indivíduos eficientes e eficazes para o mundo do trabalho, mesmo com os especialistas sugerindo movimentos de renovação em educação.
De acordo com artigo A violência real na educação brasileira, assinado pelo professor Isaac W. Lewis no site da ADUA – Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas – no período supracitado, filosofias educacionais da Escola Nova (Montessori, Dewey e outros) passaram a guiar a educação no Brasil. A escola não deveria ser o espaço para instigar e nem alargar o conhecimento científico dos alunos e dos professores. Ela deveria aparelhar os mesmos para a existência, traduzindo-se isso por preparação para o mercado de trabalho.
Conforma Medina, 2008 o início da discursão ambiental tem como marco fundamental a Conferência de Estocolmo em 1972 quando a Educação Ambiental passa a ser considerada como campo de ação pedagógica, adquirindo relevância e vigência internacionais. Os primeiros acordos surgem em um seminário realizado em Tammi, na Finlândia em 1974 afirmando que a Educação Ambiental deve ser integrada à educação permanente. Em 1975 a UNESCO cria o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), destinado a promover, nos países membros, a reflexão, a ação e a cooperação internacional nesse campo. Ainda no campo internacional, em 1977 o PIEA, realizado na União Soviética tem definidas as estratégias e os objetivos postulando que a Educação Ambiental é um elemento essencial para uma educação global orientada para a resolução dos problemas por meio da participação ativa dos educandos na educação formal e não formal, em favor do bem-estar da comunidade humana.
A Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) foi criada no Brasil em 1973 ainda buscando entender seu papel no contexto sócio-político nacional e apenas em 1981 é instalada a Política Nacional do Meio Ambiente já em plena crise econômica nos anos da década de 1980. Prevê que Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os níveis de ensino e em programas específicos direcionados para a comunidade visando assim, à preparação de todo cidadão para uma participação na defesa do meio ambiente. Um decreto de 1987 do governo federal determina a necessidade da inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º graus com recomendações de estratégias de ensino e integração escola-comunidade.
Paradoxalmente nos anos da década de 90 não ocorreu à convergência que se esperava entre países desenvolvidos e os em desenvolvimento e pobres, aumentando a crise inflacionária e o desemprego nos primeiros com o agravamento dos problemas ambientais nos demais. Neste contexto a Conferência Rio-92 estabeleceu uma proposta de ação para os próximos anos, denominada Agenda 21. De acordo com os preceitos da Agenda, devem-se promover, com a colaboração apropriada das organizações não governamentais, inclusive as organizações de mulheres e de populações indígenas, todo tipo de programas de educação de adultos para incentivar a educação permanente sobre meio ambiente e desenvolvimento, centrando-se nos problemas locais. As indústrias devem estimular as escolas técnicas a incluírem o desenvolvimento sustentável em seus programas de ensino e treinamento. Nas universidades, os programas de pós-graduação devem contemplar cursos especialmente concebidos para capacitar os responsáveis pelas decisões que visem ao desenvolvimento sustentável.
No Brasil, é instituído o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), que prevê ações nos âmbitos de Educação Ambiental formal e não formal como previsto pela Agenda 21. Paralelamente o MEC e o IBAMA desenvolvem varias ações para consolidar a Educação Ambiental no País como a aprovação dos novos “Parâmetros Curriculares” incluindo a Educação Ambiental em todas as disciplinas curriculares e capacitando os Núcleos de Educação Ambiental. São criadas as secretarias estaduais de meio ambiente e são oferecidos incentivos à ONGs para aprofundamento e expansão da Educação Ambiental (EA).
Nas décadas seguintes pouco se avançou para uma inserção mais significativa do tema nas escolas e até hoje são raros os professores que tem em sua formação os conceitos relevantes e as especificidades da matéria com suas disciplinas. De acordo com CARVALHO (1989) a temática ambiental vem inserindo-se gradualmente, nos diferentes níveis de ensino na educação escolar brasileira, ampliando-se na medida em que a questão ambiental ganha inserção social. Contudo as pesquisas vêm apontando que a maioria das ações nas escolas são ainda esparsas, pontuais, carentes de continuidade e de fundamentação teórica e metodológica.
A Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, sobre educação ambiental, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidência da República, dispõe no artigo 1º:
“Entendem por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimento, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sua qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
A Lei dispõe, no artigo 2º:
“A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.
O Censo Escolar publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), incluiu a partir de 2001 a seguinte questão: “a escola faz educação ambiental? ”. Os dados de 2004 indicaram a universalização da educação ambiental no ensino fundamental, com um expressivo número de escolas – 94,95% – que declaram ter educação ambiental de alguma forma, por inserção temática no currículo, em projetos ou, até mesmo, uma minoria, em disciplina específica. Verifica-se, no entanto, que a expansão – em termos do número de escolas – das diferentes modalidades de educação ambiental não foi uniforme no período de 2001 a 2004.
Em 2001, a inserção da temática ambiental nas disciplinas estava presentes em 94 mil escolas, sendo que 33 mil escolas ofereciam projetos e somente 3.000 escolas desenvolviam disciplinas especiais. Já em 2004, estes números são: 110 mil escolas, 64 mil escolas e 5.000 escolas, respectivamente.
Os dados mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) citam o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) – Escolas Sustentáveis 2013, que prevê o repasse de recursos para a melhoria da qualidade de ensino e transição das escolas para a sustentabilidade socioambiental, considerando a gestão, o currículo e o espaço físico. Foram selecionadas inicialmente 10 mil escolas e mais 2400 de uma lista complementar devem aderir ao programa.
O termo Educação Ambiental já foi inaugurado com dúvidas de como executá-lo: se de modo formal, não formal ou informal; seguindo qual das modalidades conhecidas, como a Ecológica ou a Conservacionista e com quais finalidades? Sauvé, 2005 identificou pelo menos quinze correntes diferentes entre concepções mais antigas e outras com inquietações mais recentes. Vamos citar algumas apenas para mostrar sua diversidade: educação ambiental, popular, crítica, política, comunitária, para o desenvolvimento sustentável, conservacionista, socioambiental, ao ar livre, naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, científica, humanista, moral/ética, holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica e outras.
Os primeiros modelos com delineamento mais abrangente, embora criticados pelas correntes mais modernas, podem muito bem serem aplicados na ação pedagógica de instituições que atendam à Educação Infantil. São eles a corrente naturalista e a corrente conservacionista. O enfoque cognitivo e experiencial para o sentimento de pertencimento da natureza, a questão fundamental da biodiversidade e do uso racional dos recursos, as hortas comunitárias, a seleção de resíduos, a higiene pessoal, o respeito pelas diferenças culturais, étnico-raciais e religiosas, que vão evoluindo para um entendimento mais amplo da sustentabilidade podem ser desenvolvidos pela escola imunizando-se até quando possível das interferências ideológicas as quais a criança será exposta posteriormente ao construir sua identidade.
O jornal “A TRIBUNA” em sua edição de 22 de novembro de 2014 traz uma reportagem com exemplos de ações promovidas com estudantes da rede municipal de Vitória-ES. As crianças dos Centros Municipais de Educação Infantil participaram de plantio de árvores, orientações sobre coleta seletiva e até a produção de uma horta coletiva. Os responsáveis pelos projetos afirmaram que com as atividades os alunos aprenderam a desenvolver respeito e cuidado com a natureza.
Segundo Araujo, 2013 o termo educação infantil pode gerar diferentes interpretações: uma mais ampla que compreende a educação dada não só pelo ensino formal, mas também pela família, pela comunidade, pelos meios de comunicação, pelas novas tecnologias, manifestações artísticas, etc. Esse processo de relações não planejadas é responsável pela inserção da criança na cultura de forma muito ampla e com resultados não previsíveis.
De acordo com a mestra em psicologia da educação pela PUC-SP, Silvia Pereira de Carvalho (Carvalho, 2012) deve-se dar atenção especial aos educadores (formação continuada) nessa fase da educação básica onde não cabe a improvisação e a falta de profissionalismo, e onde a concepção de criança competente deve direcionar as propostas pedagógicas para esta faixa etária.
Com a aquisição de novas habilidades os alunos estarão aptos para refletir sobre novas temáticas e prontas para participarem de aulas práticas no espaço escolar e fora deste superando a passividade, participando ativa e coletivamente na construção da cidadania e formação de sua personalidade. O papel do educador é fazer os alunos refletirem sobre posturas éticas, identificação de valores ambientais (em que disciplina for), considerando as múltiplas dimensões dos problemas, causas e efeitos para a tomada de ação coletiva. Neste sentido as teorias a seguir devem ser apresentas de forma gradual e sistêmica na busca do equilíbrio entre o meio natural e o meio social.
CONCLUSÃO
A utilização de atividades práticas no ensino da educação ambiental como estratégia de ensino é uma excelente ferramenta. Ela proporciona aos educandos a sensibilização e a vivência de maneira mais prazerosa, gerando aumento da participação e interesse dos mesmos a respeito dos assuntos abordados, pois promovem motivação e facilitam a construção do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem.
Considerando o trabalho com atividades práticas entende-se que isto proporcionará ao professor uma mudança de postura e uma chance de repensar a prática pedagógica, pois possibilita uma interação maior entre educador e educando. Aliando a teoria e a prática é possível disseminar entre as crianças e os jovens uma nova consciência e atitudes com relação ao cuidado com o ambiente em que habita.
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Ministério da Educação, Ministério do Meio Ambiente, Representação da UNESCO no Brasil. Educação Ambiental na Escola. Vamos Cuidar do Brasil. 2007. Organizado por Soraia Silva de Mello e Rachel Trajber. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) – Ministério da Educação. 2007.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Identidades da Educação Ambiental Brasileira, 2004. Ministério do Meio Ambiente Secretaria Executiva. Diretoria de Educação Ambiental Brasília 2004 by Ministério do Meio Ambiente.
CINQUETTI, Heloisa Chalmers Sisla. Educação de Professoras e Resíduos Sólidos: Aspectos dos Conhecimentos dos Conteúdos. GE: Educação Ambiental. UNESP. Araraquara, 2000.
Medina, Naná Mininni. Breve Histórico da Educação Ambiental.
Fonte: http://www.abides.org.br/Artigos/View.aspx?artigoID=126&area=, 27/06/08