EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO SUPERIOR: GERENCIAMENTO E APLICAÇÃO

Por Junio Dourado Rego | 04/12/2016 | Tecnologia

RESUMO

A humanidade sempre buscou um padrão para escolhas, desde as mais simples até as mais difíceis, em virtude disso, há um envolvimento direto do ambiente, onde vive, o objetivo deste trabalho é mostrar de forma clara e precisa que umas das ferramentas eficazes para o ser humano conhecer e cuidar desse espaço é a educação ambiental, ressaltando que tal educação não deve ocorrer apenas de forma teórica ou fantasiosa, mais, sim, de forma prática.Diante de uma realidade, de desperdícios dos recursos naturais e o descontrole dos efeitos colaterais causados, refletindo que para acontecer uma mudança efetiva, tem-se que conscientizar o individual para alcançar o coletivo, além disso, fazer da escola, uma aliada, inserindo na formação professores metodologias que contemplem a educação ambiental, e principalmente implementando leis que facilitem e promovam incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais.

INTRODUÇÃO

O padrão consumista desencadeado após a implementação do “Modelo de Vida Norteamericano”, no período do fim da 2° Guerra Mundial em 1944/45, incentivaram a população mundial a usar de modo desordenado os recursos naturais disponíveis, porém o início da Terceira Revolução Industrial a partir dos anos de 1970 levou a um aprimoramento do meio técnico científico informacional que culminou com uma preocupação maior com o Meio Ambiente, espaço este que, segundo Guerra, o Meio Ambiente é representado não pelo simples fato de existencialismo espacial, mas é representado pela interrelação dos atores que interagem com este território, ou seja, o maior agregador na modificação do espaço é o próprio homem. Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental para convenções climáticas), criado como parâmetro de discussão climatológica e o principal aliado nas indagações acerca das mudanças ambientais, o mundo se encaminha para uma catástrofe ambiental, que segundo Al Gore em seu documentário “Uma Verdade Inconveniente” será sem precedentes e irreversível, caso não haja uma educação ambiental. Após tantas análises a população mundial e seus governantes chegaram a uma conclusão, implementar a educação ambiental e o modelo de vida sustentável tal como estava descrito nos relatórios das conferências da ECO 92, na Carta da Terra, no Protocolo de Kyoto, na Rio + 10, na Rio +20 e nas COP’s, o primeiro grande impasse estava em como transformar uma sociedade adaptada ao consumismo desordenado que por anos motivou o sistema econômico mundial, a agora adotar um padrão reducionista, ou pior como mostrar e provar para esta mesma sociedade que tais medidas seriam benéficas para sua própria sobrevivência, como mudar hábitos e rotinas que foram criados pela própria indústria mundial, esta seria a solução, forçar as mesmas personagens que incentivaram o consumo a agora incentivar uma redução, mas essa atitude implicaria em minimizar os ganhos financeiros e seus proprietários com certeza não aceitariam perder lucros somente por causa, de um mero detalhe, chamado Planeta. A meta era ambiciosa e no mínimo coerente nasce um novo mercado, os produtos recicláveis, reutilizáveis, renováveis, nasce também o modelo de vida que o acompanharia, uma sociedade nova, com necessidades diferentes, mas que se modificaria gradativamente, mesmo por que o desenvolvimento econômico dos países aos quais pertenciam nunca foi uniforme, e em alguns tecnologias e aparatos modernos como os próprios automóveis ainda estavam chegando, poderia levar anos para que houvesse uma mudança, mas com certeza ela aconteceria, e para acelerar esse processo seria necessário incluir cada indivíduo da Terra 3 como responsável por estas mudanças futuristas, principalmente precisava – se usar um elemento bem mais poderoso, O MEDO, mas em que grau esse sentimento humano tão simples poderia auxiliar os governantes mundiais e ambientalista na luta em prol da racionalização dos recursos, nesse caso a necessidade estava em usar a mídia a favor da atual vertente, usando filmes sensacionalistas, visões desastrosas, destruições em massa, explicações científicas traduzidas em películas que representam a possível degradação em nível alarmante e irreversível da Terra. O apoio dos países através de suas políticas internas e de suas constituições federativas era imprescindível, a situação estava ficando séria, o controle ambiental que antes parecia apenas norteador do cotidiano social, agora representaria mudanças em códigos civis, florestais, implicaria em sanções financeiras e políticas, em alterações geopolíticas e na participação dos países em importantes decisões. Iniciava –se assim o período conhecido como conscientização socioambiental, primeiramente começando com a educação básica, mas diante do imediatismo que as questões ambientais exigem das modificações nas ações humanas e com a inserção crescente de inovações tecnológicas e mudanças climáticas mais sensíveis e drásticas, como se as previsões estivessem tomando forma, associado a um novo meio produtivo que surgiu da economia sustentável essa educação se estende a todas as faixas etárias inclusive ao Ensino Superior, adultos, um faixa onde mudar hábitos e costumes é sempre mais difícil, onde simplesmente ensinar coleta seletiva e plantio de mudas para absorção de CO2, já estava saturado e não modificaria suas atitudes, faz-se necessário uma sensibilização, através de apelos, convencimento, através de esclarecimentos legais, e acima de tudo permitir que este adulto veja e sinta a necessidade da educação ambiental em seu próprio cotidiano.

1. SISTEMA EDUCACIONAL: O ENSINO AMBIENTAL PERANTE A LEGISLAÇÃO E NA PRÁTICA.

A visão constitucional acerca do meio ambiente no Brasil é recente, pela primeira vez em nossa história, a constituição de 1988 abordou o tema meio ambiente, dedicando um capítulo que contemplasse não somente seu conceito normativo, do meio ambiente natural, bem como reconhecendo as outras faces do sistema ambiental, como: o meio ambiente artificial, o meio ambiente do trabalho, o meio ambiente cultural e o patrimônio genético, tratados em diversos artigos da constituição. 4 Sendo o Art. 225 o que exerce o papel norteador do meio ambiente, através de seu complexo teor de direitos, mensurado pela obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um ambiente equilibrado ecologicamente, por ser um bem de uso comum do povo devendo ser preservado e mantido para as atuais e futuras gerações. A Constituição, segundo suas competências legais, além de consagrar a preservação do meio ambiente, anteriormente protegido somente a nível infraconstitucional, procura definir as competências dos entes da federação, inovando na técnica legislativa, incorporando ao seu texto diferentes artigos disciplinando a competência para legislar e para administrar. Essa iniciativa teve como objetivo promover a descentralização da proteção ambiental. Assim, União, Estados, Municípios e Distrito Federal possuem ampla competência para legislarem sobre matéria ambiental, apesar de não raros surgem os conflitos de competência, principalmente junto às Administrações Públicas. Concernente as competências privativas da União, somente pode ser exercida pela União, salvo mediante edição de Lei Complementar que autorize os Estados a legislarem sobre as matérias relacionadas com as águas, energia, populações indígenas, jazidas e outros recursos minerais, além das atividades nucleares de qualquer natureza. Os amparos constitucionais não se limitam apenas a preservação do meio ambiente por parte de grandes organizações e seus fundamentos internos, mas necessitava ser levada á uma educação ambiental ou conscientização ambiental. Segundo Jacobi (p.190/2003), a maior parte da população vive em cidades, promovendo uma degradação das condições de vida, refletindo em uma crise ambiental. Ao utilizar-se da terminologia CRISE o autor enche sua escrita de intrínsecas relações entre o viés econômico, a urbanização e o espaço do ambiente natural, essa interrelação é expressa através de conferências que orientam a população mundial a criar condições para uma nova consciência sobre o valor da natureza e a fim de reorientar o sistema produtivo intelectual utilizando-se de conceitos como a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade, associados a um contexto de relação com um lugar, de remeter-se a uma identidade cultural ou miscigenada do espaço, o poder do controle ético e os critérios de sustentabilidade ou do poder do serviço sustentável.

O desenvolvimento de uma sociedade mais consciente criaria uma realidade mais cíclica, com interrelação de conhecimentos e saberes técnicos, em atos coletivos criando um valor comum a todos os membros desta sociedade, em práticas naturais garantindo uma troca sociopolítica e cultural sem comprometer os ecossistemas que garantem o sustento das comunidades. O contexto educacional permitiria aos cidadãos cobrarem medidas efetivas de 5 seus governantes e mobilizaria a comunidade a manter a integridade natural dos espaços vegetativos bem como a manutenção dos recursos naturais ameaçados, pelo uso desordenado do espaço por parte do ser humano, desse modo apesar de a educação ambiental ser um tema teoricamente debatido e amplamente divulgado ainda faz-se necessário um aprofundamento metodológico quanto a sua funcionalidade no cotidiano humano, uma reflexão a respeito da demanda populacional e a sua resistência frente as respostas da natureza por conta dos agravos ambientais, mas que podem indicar uma participação mais ativa na formulação de alternativas mediadoras causadas pela chamada democracia popular participativa através de uma presença mais atrativa no âmbito dialético, como afirma Jacobi,

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