EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SALA DE AULA: TEMOS CONHECIMENTO A RESPEITO DO QUE ESTAMOS FALANDO?

RESUMO

Este artigo teve como objetivo verificar e apresentar o conhecimento que professores, alunos e seus familiares apresentam sobre o conceito de Educação Ambiental e como aplicam em seu dia a dia o que sabem sobre preservação do meio ambiente. Sendo assim, poderá contribuir para a melhoria na qualidade do ensino da disciplina de Educação Ambiental. A partir do conhecimento que temos a respeito de Gestão Ambiental e sabendo que a Educação Ambiental está garantida na própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, acreditamos que este termo deveria ser conhecido por todos os cidadãos. É certo que a maioria das escolas trazem em seu Currículo os conteúdos voltados para o tema Educação Ambiental, mas cada escola apresenta uma maneira de desenvolver esses conteúdos. Diante disso surge a necessidade de buscarmos na realidade dos próprios professores, alunos e seus familiares, como se apresenta a concepção de Educação Ambiental, o que as famílias, professores e alunos entendem por este termo, qual o conhecimento a respeito do conceito de Educação Ambiental. A metodologia utilizada foi a bibliográfica recorrendo à autores como SEGURA (2001), GUIMARÃES (2006) e LDB (1996) e a pesquisa de campo, através de questionários. A pesquisa nos proporcionou conhecer melhor o termo Educação Ambiental e ainda verificar que a disciplina de Educação Ambiental necessita de maior atenção por parte da organização pedagógica e professores, para que os resultados obtidos possam ser mais concretos.

Palavras-chaves: Educação Ambiental, Meio ambiente, Conhecimento, Conceito

1.           INTRODUÇÃO

O mundo está vivendo uma crise ambiental, isso é fato, porém esta crise não é de agora. Já faz um certo tempo que ecologistas e ambientalistas buscam chamar a atenção para a importância de se preservar o meio ambiente. No entanto, podemos dizer com exatidão que essa crise aumenta a olhos vistos com o decorrer do tempo, pois dia após dia este meio ambiente vem sendo degradado e destruído.

O ambiente escolar torna-se diante desse contexto um aliado de grande relevância, quando o interesse é sensibilizar os seres humanos, a fim de que possam voltar seu olhar a esse que se não for o maior é um dos maiores problemas da humanidade, a degradação do meio ambiente. A inserção da Educação Ambiental no ambiente escolar contribui de maneira significativa para essa sensibilização.

Partindo do princípio que é na escola que o conhecimento cientifico é sistematizado, concordando com (SAVIANI, 2005), quando ele diz que é na escola que ocorre a “sistematização dos saberes elaborados pela cultura”, sendo este então o papel da escola. As escolas que aderiram a Educação Ambiental trabalham as questões ambientais através de projetos e ainda são desenvolvidas dentro da disciplina de Educação Ambiental, a partir de atividades teóricas e práticas, dia após dia os alunos vão tomando conhecimento do conceito de meio ambiente e concomitantemente como cuidar para que esse meio ambiente possa continuar fornecendo tudo o que necessitamos para vivermos com dignidade.

Neste sentido, este texto prioriza saber como estão sendo trabalhados os conteúdos relacionados à Educação Ambiental e se alunos e professores, assim como também os pais desses alunos realmente compreendem o conceito de meio ambiente e Educação Ambiental, se utilizam em seu dia a dia aquilo que aprenderam em sala de aula. Para tanto, pretende-se conhecer melhor o trabalho que é desenvolvido em sala de aula por professores e alunos a respeito da disciplina de Educação Ambiental e quais os resultados dessa aprendizagem no dia a dia de cada um dos envolvidos.

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Falando um pouco sobre Educação Ambiental

É possível entender através da literatura que a preocupação com o meio

ambiente surgiu a partir da catástrofe ambiental de 1952 na capital da Inglaterra, onde o ar densamente poluído fez com que ocorresse a morte de 1600 cidadãos. Após, já na década de 60, iniciam-se várias manifestações e projetos de ecologistas, inclusive no Brasil, surgi nas pessoas a vontade de proteger e cuidar do meio ambiente. O que colaborou para que ocorresse essa vontade de cuidar do meio ambiente foi o lançamento do livro da autora e também jornalista americana Rachel Carson com o título, Primavera Silenciosa.

Foi durante a Conferência em Educação na Grâ-Bretanha na Universidade de Keele que o termo Educação Ambiental (Environmental Education) surgiu, nesta Conferência foi aceito que a Educação Ambiental começasse a fazer parte da educação de todas as pessoas.

De acordo com a lei de política nacional de Educação Ambiental, Lei nº 9795/1999, (Art. 1º, p. 01)

Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

A primeira definição internacional de educação ambiental foi adotada em 1971 pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), esta enfatizava os aspectos ecológicos da conservação. Para tanto, a educação ambiental estava relacionada somente à conservação dos sistemas de vida e da biodiversidade. Foi na primeira Conferência das Nações Unidas, mais conhecida como “Conferência de Estocolmo”, capital da Suécia que teve como objetivo conscientizar a sociedade a melhorar sua relação com o meio ambiente para desta forma poder atender as necessidades da população atual sem com isso comprometer as gerações futuras, este foi o primeiro grande evento da ONU (Organização das Nações Unidas) a respeito da preservação do meio ambiente. Foi através dessa Conferência que definição do termo Educação Ambiental foi ampliado. Finalmente a Conferência Intergovernamental de Tbilisi, que foi realizada na antiga União Soviética, promovida pela UNESCO e considerada um dos maiores eventos sobre educação ambiental do mundo.

Ainda a respeito do conceito de Educação Ambiental as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, (Art. 2º, p. 02) afirma que:

A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.

No Brasil a Constituição Federal de 1988, em seu capítulo VI, deixou claro que, o poder público deveria “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para preservação do meio ambiente” (artigo 225, parágrafo 1º, inciso VI). Logo mais adiante a LDB (Lei de diretrizes e bases da educação nacional) prevê a Educação Ambiental como uma diretriz para o currículo da educação fundamental. Isso nos mostra que a preocupação com a preservação do meio ambiente já vem de algum tempo, Guimarães (2000) explica que toda essa preocupação com a Educação Ambiental não vem somente das leis, mas com certeza vem também de todos os problemas ambientais que a sociedade vem enfrentando todos os dias, desta forma a preocupação com a preservação do meio ambiente só tende a aumentar, visto que os problemas ambientais crescem a cada dia, mas sabe-se que para se obter uma mudança realmente verdadeira faz-se necessário a colaboração de todos, do meio político, com políticas voltadas à essa questão, e de toda a população, fiscalizando as ações políticas e as suas próprias.