Educação à Distância: perfil (desejável) do educando

Por Bruna Linhati de Oliveira | 22/09/2010 | Educação

Sabemos que os artifícios utilizados pelas universidades ou centros educacionais para a disseminação de seus cursos na modalidade EAD é muito vasto, e que muitas vezes, a facilidade "ilustrada" é tanta que para alguns, pode acabar passando a idéia de "conclua os estudos sem estudar" ou quase isso. De fato, esse artigo vem para mostrar alguns aspectos do ensino à distância. Sou graduada no curso de Pedagogia graças a uma bolsa em uma instituição particular de muito respeito e de excelente qualidade. Como mãe de família, esposa e mulher que precisava ajudar nas despesas de casa, tinha o perfil perfeito para a modalidade, e foi a partir da excelente experiência como aluna, que compreendi o valor que o próprio aluno, mais do que nada ou ninguém, tem na busca pelo seu próprio aprendizado.
Os materiais e apoios pedagógicos estão todos disponíveis, seja online, ou por meio de livros-textos ou outras maneiras como os chats e o próprio tutor local. O problema, muitas vezes, vai além daquilo que a instituição pode oferecer. O problema, eu diria na grande maioria das vezes, é o que o aluno quer receber, ou melhor, o que ele tem para dar na busca de seu aprendizado, pois, não raro, presencio alunos que sequer abrem seus livros durante um encontro presencial, alguns conversam sobre assuntos diversos enquanto a vídeo-aula está no ar. Fora essas situações, já presenciei outras inúmeras demonstrações de falta de engajamento dos alunos com seu próprio aprendizado. Como alguém que obteve êxito optando por esta modalidade, graças ao meu empenho e a algumas qualidades pessoais, posso enumerar aqui alguns comportamentos que o ensino à distância requer do aluno: em primeiro lugar, ter certeza do que quer, para enfrentar as dificuldades (como em tudo na vida, haverá muitas).
Ter autodisciplina, responsabilidade com os horários de auto-estudo, pois nesse momento possíveis lacunas no aprendizado ainda poderão ser facilmente resolvidas;
Responsabilidade com tarefas e trabalhos, pois, assim como o auto-estudo, as atividades avaliativas servem tanto para o aluno quanto para o professor (tutor) diagnosticar possíveis problemas no processo de ensino-aprendizagem.
Cumprir com as atividades extra-curriculares, sejam elas estágios, cursos ou outro tipo de atividade. Mais do que simples fontes de carga horária, eles são excelentes fontes de conhecimento, além de ser uma oportunidade para ampliar o networking do aluno.
Esses conselhos foram bastante simples e resolvi colocá-los após perceber que muitos não estudam adequadamente. Eu ousaria colocar uma dica para as instituições de EAD: seria interessante que no material de publicidade que vinculam pelas cidades, constassem algumas características e comportamentos necessários ao aluno de EAD para que ele obtenha sucesso e assim, venha a somar nos dados crescentes sobre a Educação à distância no Brasil e no mundo, tanto quantitativamente, quanto qualitativamente.