É Tempo De Campanha Eleitoral

Por Ary Carlos Moura Cardoso | 06/09/2008 | Política

É TEMPO DE CAMPANHA ELEITORAL

Há de fato na vida ambiente coisas tão absurdas que seu ridículo só pode ser escondido à força de muitos floreios e eufemismos: basta retirá-lose a platéia rola às gargalhadas.

Olavo de Carvalho

Obviedades, mau gosto e mentirarias são a tônica nessa jornada eleitoral. Não há um só que disso escape. Parece vivermos sob uma espécie de "cinismocracia".

Palmas, mulher de César às avessas, vai se arrastando não sendo, fingindo que é. Está doente, respira mal, enfim, passa por febres para além dos quarenta graus.

Os postulantes ao cargo máximo subestimam nossas inteligências produzindo linguagens eleitoreiras que se movimentam no universo das paixões.

Não conheço sequer uma proposta que nos faça acreditar num mundo melhor, possível e digno. Dois fatores, além de outros, a meu juízo, justificam isso: os candidatos com reais chances não só vêm da mesma origem ("siqueirismo"), como estiveram no poder, aliás, estão. O outro consiste no baixo nível cultural, apenas o secundário completo. Vote!!!

Não lhes é possível negarem o passado porque estão, de um jeito ou de outro, imersos nele. Ou seja, nosso estado geral é resultado também de ações dessa gente. Sinceramente, qual o setor de Palmas que funciona a contento? Infra-estrutura? Educação? Saúde? Segurança?

Se nos assombrássemos, no sentido aristotélico, as verdades seriam mais facilmente vistas e analisadas. Delírios sob efeitos de jogadas marqueteiras são, sem dúvida, boiolices críticas que nos deveriam envergonhar.

Afora a famosa PAMG – prometer, acusar, mentir e gritar – a "elegância" verbosa ainda se veste de obviedades e mau gosto. Casos típicos são as músicas que marcam cada candidatura. Imaginários são sacudidos por besteiróis soberbos querendo fazer de cada um superior ao outro. Os vexames passam tanto pela falácia "vontade de Deus", como pelo "sebastianismo" pífio.

Nenhum ideal vale por si, pelas palavras que o adornam. É na prática real, na materialização concreta que encontramos sua verdadeira face. De modo que jamais devemos nos iludir por "retóricas", por pirotecnias tecnológicas, por manipulações de qualquer espécie, enfim, pelo que dizem. O que fizeram, o que fazem, em todos os aspectos, eis, de fato, o que há de nos interessar. Ou estaríamos fadados a mediocridades fatalísticas?

Mergulhemos, portanto, nas desconstruções do que nos apresentam a fim de solaparmos os engodos, os encapotamentos. Afinal, política, hoje, não tem como fundamento das verdades os mais inimagináveis entrelaçamentos de aliados? Alguns, é claro, cimentados por interesses rasteiros, reles e tacanhos?