E se você ouvisse tudo que lhe dissessem?
Por Jessica Finn | 03/08/2012 | CrescimentoÉ de longa data a menção feita ao sábio provérbio chinês: “Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier.”, pois é de grande reflexão. Apesar de ancestral, carrega uma perspectiva amplamente adaptável, ao continente ou à era que for. “Adaptável”, ab alto, soa maniqueísta, até que se pondera outra semântica.
A vida é feita de planos, que, por evolução, podem se tornar metas a serem atingidas. As escolhas, porém, que são tomadas, serão determinantes para que o sonho seja alcançado ou não. Além disso, há confusão em demasia entre “plano” e “ideia”.
A ideia “acontece” em qualquer fase ou época da vida e a ela não deve ser dada grande importância, caso caia em insucesso. O plano, contudo, é mais elaborado, pois é da insatisfação e da infelicidade que este provém. Ideias surgem como bolhas de sabão, que se estouram com qualquer toque de dedo ou brisa. Planos são receitas: são a junção e a mistura de ingredientes essenciais ao deleite. Ideias envolvem futilidades, bobagens e das mais corriqueiras matérias, como ir a algum lugar, comer determinado prato, lavar os cabelos, caminhar na praia ou, até mesmo, um ímpeto de juventude. Quando se tem desejo, determinação, obstinação e persistência, há de se ter a imaginação para se traçar um plano, como obter ótimos resultados em um exame, emagrecer e conhecer seu grande amor. Em síntese: ideia é concreta, plano é abstrato.
O círculo social é de suma relevância para o acervo mental de perspectivas, haja vista ser enriquecedor. Por vezes, apenas em quantidade. Há prismas que desmerecem ser desvendados, sequer, transmitidos adiante, que podem conduzir a um nível de realidade negativo. Planos, certamente, não combinam com realismo.
Se ouvíssemos tudo que nos foi ou é dito, convictamente, a vida seria um tanto diferente. Poderíamos morar em um lugar diferente, não aninhar na nossa cama um cachorro ou um gato, não ter pintado os cabelos, não ter cursado alguma faculdade, não ter beijado alguém, não ter casado com “aquele cara”, não ter dançado tanto numa festa, ter estudado mais, não ter comido aquele ovo de Páscoa inteiro, ter sido mais cautelosos, ter colocado aquele casaco para não ficarmos gripados, não ter espalhado uma fofoca ou não ter tirado carteira de motorista, sem titubear.
Planos são sonhos, e sonhos não devem ser destruídos. Como disse, certa vez, Steve Jobs, “Cada sonho que você deixa para trás é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”. Fazendo menção, portanto, ao início, “adaptável” é o “viver”, em si. Da vida se faz o que cada um quiser que dela seja feito, acatando outras opiniões ou não, arriscando-se ou resguardando-se, falando ou calando-se, agindo ou pensando. Quem pensa demais, não age, assim como quem age rápido demais, nunca pensa. Em que eu, autora, penso apenas é o que seria de mim se tivesse, até hoje, seguido à risca tudo que me foi dito, aconselhado ou determinado.
E você, já pensou nisso?