É para frente que se anda!

Por Central Press | 08/01/2016 | Crescimento

Luís Fernando Cordeiro*

O mundo parece desabar quando sai a lista dos aprovados no vestibular e você não encontra o seu nome. Logo, a angústia pela espera do resultado se transforma em frustração. A vergonha por não ter correspondido às expectativas dos amigos e familiares, que estiveram o ano inteiro do seu lado, só piora as coisas. No desespero, alguns buscam vagas remanescentes, esquecendo que a escolha de hoje pode ser decisiva para o futuro. Uma faculdade ruim ou um curso errado podem custar muito mais que um ano de vida.

O primeiro passo é aceitar a derrota. Devemos encarar os obstáculos como uma forma de mudar, de repensar, de fazer diferente. O fracasso traz consigo dois benefícios: aprendemos o que não funciona e ganhamos a oportunidade de tentar um novo caminho. Agora é hora de refletir o que você poderia ter feito melhor, identificar os pontos fracos e, principalmente, trabalhar a persistência, transformando a frustração em motivação. A nova fase é uma nova batalha e você já começa essa nova batalha em vantagem em relação aos seus concorrentes, pois tudo o que absorveu fica guardado.

A aceitação do fracasso deve ser acompanhada por um profundo processo de autoconhecimento. Existem quatro motivos que podem tê-lo levado à derrota e você precisa descobrir qual é, antes de retomar os estudos:

  1. Você possui motivos externos, físicos ou emocionais que atrapalham os seus estudos. Neste caso, um médico ou psicólogo deve ser consultado. Primeiro, trate a causa do problema - e depois garantirá força total para a batalha. Lembre-se que a alimentação saudável, o lazer, a atividade física e o descanso estão diretamente ligados à energia que terá para suportar todo o processo até o final. 
  2. Você não estudou o suficiente. Lembre-se que não há vagas para todos e, desta vez, havia gente mais preparada. Existe um tempo natural para que a pessoa adquira todo o conhecimento que precisa para estar apta a enfrentar um vestibular concorrido. Não é em um ano de estudo que se absorve todo o conteúdo. É desde o ensino fundamental. Para ser aprovado num curso de Medicina, por exemplo, são necessários de três a quatro anos de estudo. Ou seja, quem teve uma boa base, estuda fortemente desde a primeira série do ensino médio, passa por um bom cursinho, pode ser aprovado de primeira. Já quem não estudou direito no ensino médio, chega no cursinho para o primeiro ano de estudo. Aqui entra muito bem aquele ditado “no pain, no gain”.
  3. Você estudou muito, mas de forma errada. Só presenciar as aulas é provavelmente o método menos eficaz de aprendizagem, cujo sucesso está atrelado à mesma matéria sendo trabalhada a partir de diferentes estímulos. Aula, textos, exercícios e anotações sobre um determinado assunto, quando compilados, se mostram quase imbatíveis. Afaste-se das distrações inúteis e defina prazos e recompensas para cada objetivo. Tenha método e disciplina. Exercite o mindfulness – a fadiga é um dos pontos que compromete o raciocínio do vestibulando. Não adianta varar as noites, pois, na hora da prova, você estará disperso para fazê-la.
  4. Você estudou muito e da forma correta mas, na hora da prova, perdeu tempo demais e não conseguiu resolver todos os exercícios. Tente treinar a agilidade nos simulados. Em casa, pode-se exercitar controlando o tempo que usa para resolver as questões.

Lembre-se: o fracasso é um desvio temporário – e não um beco sem saída. Se você fracassou, já está muito mais perto do sucesso do que quem nunca tentou.

* Luís Fernando Cordeiro é professor de Física no Curso Positivo.