E o cérebro criou o homem livro de Antonio Damasio.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 27/04/2013 | ArteAntonio Damásio.
E o cérebro criou o homem.
O livro E o cérebro criou o homem, trata se de um magnífico trabalho desenvolvido pelo professor Antonio Damásio a respeito do cérebro como responsável pelo comando do homem.
Não é possível entender o comportamento humano sem entender a estrutura do cérebro e dos mecanismos da sua funcionalidade.
De certo modo é o cérebro quem dirige o homem, o corpo obedece às ordens do comando do referido, o homem não consegue ser, sem as ordens do cérebro.
Damásio procura compreender a lógica do self, ou seja, os procedimentos do mesmo na definição de como funciona a mecanicidade do modo do pensar e agir. O homem de certo modo é o que for determinado pelo cérebro.
Existe uma estrutura sistema do cérebro, a qual e impregnada por diversas ideologias, os modos do pensamento, a estrutura da linguagem e a definição do saber, sem o cérebro conjugado com a linguagem o homem é tão somente um bicho.
O homem é essencialmente a estrutura do seu pensamento, do mundo ético ou não ético, as suas formulações científicas ou não científicas. Definidas essas situações fica difícil o homem modificar o seu modo de ser.
Self que constroi a mente, define a mesma, no processo consciente do funcionamento do cérebro, ou pelo contrário no mecanismo da produção do inconsciente, reproduz de forma relativamente o modo de pensar de cada cérebro, qual a lógica que define a estrutura mental de uma pessoa.
E o que seria o self? Para Damásio, a memória queira ou não é sustentada por um possuidor, a razão é responsável por tudo, por todas as faculdades do cérebro. A mente responsável por todos os mecanismos sistêmicos.
Então, o cérebro é responsável por tudo, com exceção da incrível capacidade ao que refere ao corpo que é a essência do mesmo, a parte fundamental da material, do que é o corpo de uma determinada pessoa e não de outra. Cada pessoa tem seu corpo.
O que significa a terminologia self de Damásio, o ego, que significa a mesma coisa que consciência, a constituição da memória do eu, o ego Freudiano, a entidade que ajuda reconhecer quem somos nós mesmos, como voz do nosso comando.
Damásio procurou entender Descartes, fazendo uso do mesmo para definir a existência do homem, sendo que o referido só é homem porque pensa. Consegue ser racional, sublimar as emoções e construir outros desejos.
Em E o cérebro criou o homem, Damásio faz recurso a outro filósofo William James, ele fala da importância da estrutura da razão para fundamentar aquilo que é, ou não, da natureza do self, ou seja, do eu.
A importância epistemológica do domínio do próprio cérebro na determinação do modo de ser. Conhecer quem o homem é necessário conhecer a estrutura do seu cérebro.
Tudo que está no cérebro, afirma Damásio, funciona como um marcador fundamental que, ao se juntar a lógica do cérebro transforma-se ao justapor da mente que permite que o sujeito reconheça as particularidades como parte da individualidade de seu eu. Mas o cérebro é sempre resultado de condicionáveis sociais reflexos das diversidades de suas variáveis.
No livro desenvolve a história na procura onde afinal, surge o princípio do self no cérebro em que instante a consciência se articula mente e self, quando o eu torna se indispensável ao homem.
Isso do ponto de vista histórico, como também antropologicamente. A resposta é essencialmente como produto da linguagem.
A obra uma história da investigação evolutiva quando os processos estruturais da mente tornam-se a consciência, um mecanismo de evolução no surgimento do próprio eu, como razão mecânica.
Com definição evolutiva, só com a aparição do eu a razão consciente teria bases para construir memórias amplas, raciocínio, imaginação, criatividade e linguagem.
Sem esses procedimentos não existiria a cultura e, sem a referida, o homem jamais evoluiria até onde chegou, jamais teria saído do estagio anterior à linguagem.
Damásio desenvolve uma reflexão interessante, ele de certo modo faz entender que a cultura é responsável pelo o que somos, e, que somos inteiramente regulados também pela Biologia.
De algum modo o que acontece com a pessoa humana, reflete Damásio, o que formula a nossa vida em referência ao mundo exterior, não deve se somente ao mundo cultural, uma complexidade maior que o mundo da linguagem.
Mas só o homem pode mudar o seu self, ou seja, seu eu, tudo de alguma maneira, o que acontece a nossa exterioridade, a mudança da cultura, porque a mesma sempre foi construída.
O homem pode mudar o seu próprio destino, elaborar inclusive outra cultura, um novo processo de síntese, o que é muito relativo.
E onde no cérebro, afinal, está esse self? Segundo Damásio, esta é a proposta realmente nova do livro. Antes, boa parte dos cientistas e ele próprio acreditavam que o self estaria no córtex da área cerebral,
Entretanto, não é isso o mais importante, o cérebro é uma rica camada de neurônios, onde tudo é fixado por relações complexas, como a memória, o saber, a interpretação e construções subjetivas do mundo objetivo. O cérebro é de fato o segredo da existência humana, sobretudo depois da criação da linguagem.
Edjar Dias de Vasconcelos.