DRENAGEM LINFÁTICA DURANTE A GESTAÇÃO

Por JAILSON BOMFIM | 07/10/2015 | Saúde

RESUMO

Na gestação ocorrem várias mudanças fisiológicas na mulher, que são necessárias para que o feto possa se desenvolver normalmente. Com isso a gestante pode desenvolver o edema, principalmente nos membros inferiores. O edema não é uma doença, é apenas um distúrbio no corpo, a pele fica inchada e brilhosa parece firme, mas quando aplicada pressão com as mãos, ocorre um abaulamento, durante a gestação o volume sanguíneo aumenta  para enfrentar as demandas localizadas no corpo, favorecendo maior volume e aumento de peso e da pressão intra-abdominal. A drenagem linfática manual é a técnica mais indicada para gestantes, é uma massagem que ajuda o sistema linfático a trabalhar em ritmo mais acelerado, eliminando o excesso de líquido do corpo. O objetivo deste estudo de campo foi avaliar o conhecimento das gestantes da cidade de Sorriso-MT, sobre a técnica de drenagem linfática manual no tratamento de edema nos membros inferiores durante a gestação. Para o levantamento destas informações usou-se a metodologia de entrevista do tipo personalizada com formulário pré-elaborado em um consultório de ginecologia e obstetrícia de Sorriso-MT, contendo este formulário dez questões abertas e objetivas. Foram entrevistadas dez gestantes em diferentes períodos gestacionais onde se conseguiu observar que boa parte das gestantes não tem conhecimento sobre a drenagem linfática manual, concluindo que por falta de informação elas acabam não procurando tratamento.

 

 

Palavras chave: edema; tratamento; membros inferiores.

ABSTRACT

Several physiological changes happen to women during pregnancy in order to provide the normal development of the fetus. As a consequence, the pregnant may have edema on legs. Edema, however, is not an illness, but only the symptom of body disorder. It is usual that skin become swollen and glossy, even thought it looks firm and it gets deep when forced down by fingers. Blood volume increases more than 40% to meet body demands while weight and intra-abdominal pressure are also modified. Manual lymphatic drainage is highly suitable for women in pregnancy because it stimulates lymphatic system and removes exceeding fluids into the body. The objective of this study was evaluated the knowledge of pregnant women about manual lymph drainage in Sorriso-MT in order to heal edema. The literature survey was based on customized interview forms. The forms were elaborated by a specialized obstetrics and gynecology personal. It was observed that most of pregnant had no knowledge about manual lymphatic drainage. It was concluded that for lack of information they do not carry this treatment out.

Key words: edema; tratamento; terapy, legs.

1.INTRODUÇÃO

Durante a gestação, não há uma parte do corpo feminino que não passe por alterações. São nove meses marcados por uma série de transformações, ocorrem muitas mudanças fisiológicas, envolvendo diferentes sistemas. Tais ajustes ocorrem em resposta ao aumento da carga fisiológica começando na primeira semana da gestação e continuando durante toda ela. Além das alterações fisiológicas também ocorrem alterações emocionais e psicológicas, cansaço fácil, fadiga constante, dores lombares e edema, principalmente, em membros inferiores (relatados habitualmente) freqüentes ao exame físico durante a assistência pré-natal.

Algumas destas queixas desaparecem ao longo da gravidez, outras diminuem ou permanecem, e até mesmo podem intensificar, principalmente, durante o terceiro trimestre. O edema de membros inferiores é um dos sinais mais comuns neste período, destacando-se como um dos mais desconfortáveis para as mulheres afetadas.

A drenagem linfática é o tratamento estético mais indicado para a gestante. É uma massagem suave e lenta, que ajuda a reduzir a retenção de líquido no corpo e diminui os inchaços típicos da gravidez, facilitando assim as atividades da gestante no dia-a-dia e diminuindo os desconfortos causados pelo edema, auxilia também na redução da celulite, pois melhora a circulação sanguínea.

 

2.GESTAÇÃO

A gestação é um período muito especial para toda mulher. Durante o mesmo são necessárias várias mudanças no organismo humano para que o feto se adapte e se desenvolva normalmente. O excesso de hormônio e aumento dos órgãos sexuais provoca diversas alterações no corpo da gestante.

Segundo Rodrigues (2004), essas alterações deixam a gestante ansiosa quanto ao aspecto estético, sobre o feto, e se as alterações ocorridas na gestação desapareceram após o nascimento do bebê.

De acordo com Douglas (2006), o período gestacional de uma mulher corresponde a um pouco mais de 280 dias, ou seja, 40 semanas. Neste período a fisiologia feminina se torna extremamente diferente de uma mulher que não esta grávida, sendo que estas modificações afetam todo o organismo.

Na concepção de Guyton (2006), as diversas reações aparentes da mãe ao feto ocorrem devido ao excesso de hormônios, e aumento de vários órgãos sexuais, como, útero, mamas e vagina. Os hormônios podem causar mudanças acentuadas na aparência da grávida, desenvolvimento de edema, acne e traços masculinos ou acromegálicos.

Segundo Oliveira (2010) os primeiros anos após a puberdade os estrogênios aumentam notavelmente o desenvolvimento das glândulas endometriais que mais tarde serão utilizadas para ajudar na nutrição do ovo em fase de implantação, produzem o aumento do numero de células epiteliais ciliadas que revestem as tubas de falópio, a atividade dos cílios é consideravelmente intensificada sempre em direção do útero ajudando a impelir o ovulo fertilizado para o útero. Os estrogênios determinam a retenção de sódio e água pelos tubos renais, durante a gravidez a enorme formação de estrogênio pela placenta provoca grave retenção de líquido no corpo. Maximo é alcançado no final da gestação, ela aumenta juntamente com as ações do estrogênio e faz com que a gestante tenha tendência de reabsorver quantidades excessivas de sódio pelos tubos, por tanto a reter liquido. Este edema se relaciona em gestação tardia, geralmente nos membro inferiores, normalmente o acumulo de água em uma gestação alcança cerca de sete litros, mas no edema patológico chega alcançar ate vinte e cinco litros. Tem como característica carência de proteína aumenta de hipertonia e muitas vezes crises de cãibras nos membros inferiores.

Segundo Polden e Mantle (2005), durante a gestação o volume sanguíneo aumenta 40% ou mais para enfrentar as demandas localizadas no corpo, favorecendo maior volume e aumento de peso e da pressão intra-abdominal.

Zugaib e Ruocco (2005) relatam que a pressão venosa nos membros inferiores aumenta cerca de três vezes, devido a compressão que o útero exerce na veia cava inferior e nas veias pélvicas, agravando-se na posição ortostática parada, ocorrendo aprisionamento nas pernas e nas coxas, justificando o edema gravitacional de membros inferiores.

O edema gestacional é definido como um excessivo acúmulo de líquido nos tecidos, valorizando quando de aparecimento súbito (ZUGAIB; KAHHLE, 1995).

No terceiro trimestre, há uma maior retenção de água, que pode resultar um grau variante de edema dos tornozelos e dos pés na maioria das mulheres, reduzindo a extensão da articulação. O edema pode causar também pressão nos nervos, como a síndrome de túnel carpal, em que o edema nos braços e nas mãos causa parestesia e fraqueza muscular, afetando as porções terminais das distribuições nervosas medianas e ulnar (POLDEN; MANTLE, 2005).

Geralmente o edema é mais comum nos pés, tornozelos e pernas, mas também pode ocorrer no rosto e nas mãos, que são bem normais em gestantes, mas pode acontecer com qualquer um.

O edema não é uma doença, é apenas o sintoma de algum distúrbio no corpo, a pele fica inchada e brilhosa parece firme, mas quando aplicada pressão ela fica funda, mas se for de longa duração, pode indicar um problema serio de saúde. A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem que ajuda o sistema linfático a trabalhar em ritmo mais acelerado.

 

3.SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático é um sistema vascular, formado por um conjunto específico de capilares, vasos coletores e troncos linfáticos, linfonodos (que servem como filtro do líquido coletado pelos vasos), órgãos linfóides (tonsilas, baço e timo). O líquido intersticial ao passar para dentro dos capilares linfáticos é denominado linfa, a mesma apresenta composição semelhante ao plasma sanguíneo (formada principalmente por água, eletrólitos, proteínas plasmáticas), porém difere-se pela ausência de células sanguíneas e pela cor. O sistema linfático possui uma única direção, apenas leva o líquido intersticial à corrente circulatória, podendo assim evitar o edema (GUIRRO e GUIRRO, 1996).

Segundo Godoy e Godoy (2004), uma estrutura que desempenha um papel muito importante para o sistema linfático chama-se linfangion, válvula que faz manter o fluxo unidirecional evitando assim o refluxo da linfa. Tem atividade pulsátil, semelhante ao coração, exercendo contratividade própria.

O autor Gravena (2004), relata que o sistema linfático é formado por um conjunto de canais que formam uma densa rede capilar por todo o organismo tendo seu ponto “início-fim” nos coletores pré e pós-linfáticos, os gânglios linfáticos. E por não possuir um elemento de bombeamento tal como o sistema circulatório sanguíneo, a circulação linfática é produzida por meio de contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos, tendo como função reabsorver e encaminhar para a circulação tudo aquilo que o capilar não consegue recuperar do desequilíbrio entre a filtração e a reabsorção.

De acordo com Oliveira (2010) o sistema vascular linfático possui vasos superficiais e profundos, ele auxilia o sistema venoso sendo um sistema auxiliar de drenagem, é formado por vasos e órgãos linfóides e nele circulam a linfa, ele recolhe as grandes moléculas que o sistema venoso não consegue recolher, passam pelos capilares linfáticos depois para os vasos linfáticos, então para os troncos linfáticos onde são lançados em veias de médio ou grande calibre, os capilares são maiores e mais irregulares que as veias, o sistema linfático se inicia e terminam em ponto cego, os vasos possuem válvulas como as veias e leva a linfa em uma só direção, que é a do coração, mas antes disso a linfa passa por lugares importantes do mecanismo de defesa do sistema que são os linfonodos, é onde as bactérias responsáveis pelas doenças são metabolizadas por fagocitose. Depois de limpa ela é levada para o ducto torácico (o maior tronco linfático) onde é lançado no sistema venoso, o corpo pode ter cerca de 20 litros de linfa sendo levado ao ducto torácico. Desta forma, pode-se dizer que cerca de 1/3 das grávidas exibe edema generalizado em torno da 38ª semana de gestação. O edema é resultado do desequilíbrio verificado entre o aporte de líquido retirado dos capilares sanguíneos pela filtragem e a drenagem deste. Vários são os fatores que levam ao edema gestacional como, o aumento da permeabilidade capilar, o aumento da pressão capilar, hipoproteinemia, compressão das válvulas venosas, além de alterações hormonais como o estrogênio, a progesterona, o cortisol e a relaxina, que mediam um estado de maior flexibilidade e extensibilidade, bem como maior retenção de água, gerando edema em 50% das gestações, principalmente em membros inferiores.

 

3.1.DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

A Drenagem linfática manual (DLM) constitui um dos pilares da terapia física complexa e é representada por um conjunto de manobras que objetivam drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, removendo assim, o excesso de proteína plasmática do interstício celular, restaurando o equilíbrio entre a carga protéica linfática e a capacidade de transporte do sistema linfático. (CARDOSO; BRAZ; BRONGHOLI, 2004, p.03).

Segundo Lopes (2002, p. 17) desde a criação da técnica de drenagem linfática manual pelo biólogo dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, em 1936, vários adeptos passaram a difundi-la, tornando-a um dos principais pilares no tratamento do linfedema.

O objetivo da drenagem linfática manual é promover diferenciações de pressões para que ocorra o deslocamento da linfa para o sistema sanguíneo. A primeira lei para a realização da drenagem linfática é a de realizar os movimentos em direção ao fluxo linfático, para evitar que a linfa force as válvulas e acabe danificando-as (GODOY e GODOY, 2004).

A aplicação da drenagem linfática manual deve ser em um ritmo igual e lento, agradável, a pressão deve ser de 15 a 40 mmHg (milímetros de mercúrio) não pode ocorrer dor, assim o liquido intersticial será carreado para as redes de capilares linfáticos, depois gânglios linfáticos e os ductos direito e torácico desembocando na veia subclávia esquerda e direita, correspondendo assim ao trajeto da circulação linfática, para que sejam eliminadas do corpo. É importante salientar que a DLM deve ser feita por fisioterapeutas que conheçam e dominem a anatomia e fisiologia do sistema linfático além da técnica de drenagem a ser utilizada, uma vez que executadas de maneira errada, poderão prejudicar o indivíduo que estará recebendo a massagem (GODOY ET AL., 2005).

Para obtenção dos benefícios da drenagem ou até mesmo de massagens em gestantes, alguns cuidados devem ser adotados como o controle da pressão arterial, pois a pressão das gestantes tende a ser mais baixa no início da gravidez e pode cair ainda mais, e rapidamente, com tratamentos que promovam o relaxamento. Outro cuidado é o posicionamento, isso porque algumas mulheres grávidas ao adotar a posição supina podem desenvolver a Síndrome da hipotensão supina, caracterizada por: tonteira, desfalecimento, palidez, taquicardia, sudorese e náusea. A causa dessa sintomatologia é a pressão exercida pelo útero sobre a veia cava inferior e as grandes veias pélvicas, o que promove o acúmulo de sangue nos membros inferiores, diminuindo o retorno venoso ao coração, queda do debito cardíaco e hipotensão. Para evitar esse quadro pode-se adotar o decúbito lateral (principalmente o esquerdo), pois esse permite o alivio da obstrução das grandes veias abdominais, permitindo que o sangue acumulado nos membros inferiores retorne rapidamente a circulação sistêmica. (CAMBIAGUI, 2001; ZIEGEL; CRANLEY, 1985, p.138-139).

Estudo experimental realizado por Silva e Brongholi (2005, p. 03-05) avaliou os efeitos da DLM em gestantes, e constatou que ao realizar a drenagem linfática não houve alteração da pressão arterial após a realização da técnica, e a freqüência cardíaca apresentou uma relativa diminuição após a mesma. Neste estudo as pacientes eram primeiramente posicionadas em decúbito dorsal, e posteriormente em decúbito lateral direito e esquerdo. Os membros inferiores eram apoiados por um travesseiro em cunha, sendo deixados elevados aproximadamente à 45º.

Além do conhecimento das particularidades da gestação e seus devidos cuidados, deve-se lembrar que existem situações independentes ao período que contra-indicam a realização de massagens e drenagens como: tumores benignos ou malignos; distúrbios circulatórios, por exemplo, flebite, tromboflebite; inflamação aguda; doença da pele, por exemplo, eczema, furúnculos; hiperestesia da pele; processos infecciosos; e fragilidade capilar. Gestantes que fazem uso de heparina possuem maior fragilidade capilar com risco de trombocitopenia e hemorragias, situações que a DLM traria mais risco que benefícios. (FONSECA et al. 2009, p. 229; WALKIRIA, 2010, p. 43).

 

4.RESULTADO E DISCUSSÃO

Para o desenvolvimento deste estudo foi usada a metodologia de pesquisa a campo onde foi elaborado um questionário com dez perguntas relacionadas a drenagem linfática manual na gestação. A pesquisa foi realizada em um consultório de ginecologia e obstetrícia da cidade de Sorriso-MT, onde dez gestantes em diferentes períodos gestacionais, independente da idade responderam ao questionário.

Das dez gestantes entrevistadas três relataram estar tendo edema (inchaço) na gestação, tendo estas ultrapassado o quarto mês de gestação, e sete relaram não ter edema sendo que as mesmas não haviam chegado ao quinto mês de gestação. O edema é um inchaço que ocorre na gestação, principalmente nos membros inferiores devido ao aumento do volume sanguíneo. Segundo Polden e Mantle (2005), durante a gestação o volume sanguíneo aumenta 40% ou mais para enfrentar as demandas localizadas no corpo, favorecendo maior volume e aumento de peso e da pressão intra-abdominal.

            Figura 1: As gestantes apresentaram edema.

            Fonte: Dados coletados pelas autoras

Seis relataram conhecer a drenagem linfática manual, enquanto quatro responderam que não conheciam. Quatro responderam que não sabiam para que servia a drenagem linfática manual, enquanto seis relataram saber. A Drenagem linfática manual (DLM) constitui um dos pilares da terapia física complexa e é representada por um conjunto de manobras que objetivam drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, removendo assim, o excesso de proteína plasmática do interstício celular, restaurando o equilíbrio entre a carga protéica linfática e a capacidade de transporte do sistema linfático. (CARDOSO; BRAZ; BRONGHOLI, 2004, p.03).

            Figura 2: Conheciam a drenagem linfática manual.

Sabiam para que ela é utilizada .

            Fonte: Dados coletados pelas autoras

Seis relataram nunca ter realizado a massagem e quatro responderam que já realizaram o procedimento.

            Figura 3: Realizaram o procedimento.  

Fonte: Dados coletados pelas autoras

Nove relataram acreditar que a drenagem linfática manual traz benefícios para a gestante enquanto uma diz não ter este conhecimento. Nove disseram saber que a drenagem linfática manual só pode ser realizada por profissionais habilitados, enquanto uma relatou não saber desta informação. É importante salientar que a DLM deve ser feita por fisioterapeutas que conheçam e dominem a anatomia e fisiologia do sistema linfático além da técnica de drenagem a ser utilizada, uma vez que executadas de maneira errada, poderão prejudicar o indivíduo que estará recebendo a massagem (GODOY ET AL., 2005).

            Figura 4: Conhecem os benefícios.

Tem conhecimento que a drenagem linfática manual só pode ser aplicada por profissionais habilitados.  

Fonte: Dados coletados pelas autoras

Sete relataram ter o conhecimento quanto aos riscos que a drenagem linfática manual pode causar se for mal executada, e três disseram não ter este conhecimento. Para obtenção dos benefícios da drenagem ou até mesmo de massagens em gestantes, alguns cuidados devem ser adotados como o controle da pressão arterial, pois a pressão das gestantes tende a ser mais baixa no início da gravidez e pode cair ainda mais, e rapidamente, com tratamentos que promovam o relaxamento. Outro cuidado é o posicionamento, isso porque algumas mulheres grávidas ao adotar a posição supina podem desenvolver a Síndrome da hipotensão supina, caracterizada por: tonteira, desfalecimento, palidez, taquicardia, sudorese e náusea. A causa dessa sintomatologia é a pressão exercida pelo útero sobre a veia cava inferior e as grandes veias pélvicas, o que promove o acúmulo de sangue nos membros inferiores, diminuindo o retorno venoso ao coração, queda do debito cardíaco e hipotensão. Para evitar esse quadro pode-se adotar o decúbito lateral (principalmente o esquerdo), pois esse permite o alivio da obstrução das grandes veias abdominais, permitindo que o sangue acumulado nos membros inferiores retorne rapidamente a circulação sistêmica. (CAMBIAGUI, 2001; ZIEGEL; CRANLEY, 1985, p.138-139).

            Figura 5: Tem conhecimento dos riscos de uma drenagem linfática manual mal executada.           

Fonte: Dados coletados pelas autoras

Dez acreditam que esta massagem pode reduzir o edema dos membros inferiores, apesar de algumas não conhecerem bem a técnica. Dez relataram acreditar que os efeitos da drenagem linfática manual pode melhorar as atividades e o dia-a-dia da gestante. Dez disseram ter vontade de fazer a massagem, independente de já ter feito ou não. Segundo Lopes (2002, p. 17) desde a criação da técnica de drenagem linfática manual pelo biólogo dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, em 1936, vários adeptos passaram a difundi-la, tornando-a um dos principais pilares no tratamento do linfedema.

            Figura 6: Acreditam nos efeitos da drenagem linfática manual.

Tem vontade de realizar a massagem independente de já haver realizado a técnica.  

Fonte: Dados coletados pelas autoras

5.CONSIDERACÕES FINAIS

A maioria das mulheres no período gestacional sofre com as diversas mudanças que ocorrem nesta fase da vida delas. O edema nos membros inferiores durante a gestação é um dos maiores desconfortos relatado pelas gestantes, principalmente após o quinto mês de gestação, e isso acaba dificultando até as suas atividades mais simples neste período.

A drenagem linfática manual é o tratamento mais indicado para gestantes com problema de edema nos membros inferiores, sendo que traz benefícios e melhora o dia-a-dia da mulher neste período de tantas mudanças. Contudo conclui-se que a maiorias das gestantes já ouviram falar da drenagem linfática manual, mas muitas não sabem para que realmente ela é utilizada  e todos os seus benefícios, apesar de relatarem que acreditam no benefício da massagem para gestante, elas tem pouco conhecimento sobre a técnica e acabam não procurando o tratamento por não ter as devidas informações sobre o assunto.

Este trabalho foi de suma importância para a sociedade da cidade de Sorriso-MT, pois conseguimos levar conhecimento as gestantes sobre um tratamento de total eficácia no caso do edema gestacional, e obtivemos informações sobre a visão das mesmas com relação a técnica da drenagem linfática manual.

 

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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