Dom Casmurro e a Angústia: relacionando Bentinho ao objeto "a"

Por Camila Soldati | 16/10/2012 | Literatura

Dom Casmurro e a Angústia: relacionando Bentinho ao objeto “a”

Camila Soldati

 

Resumo: Este artigo tem como objetivo relacionar a teoria do objeto a, presente no “Seminário 10: A Angústia”, de Jacques Lacan, ao personagem Bento Santiago, do livro “Dom Casmurro”, de autoria de Machado de Assis, passando pelos conceitos de angústia e desejo.

Palavras chave: Lacan, desejo, angústia, objeto A, Bento Santiago

 

Abstract: This article aims to list a theory of “object a”, present in the Jacques Lacan’s book, entitled “Seminary 10: The Distress” , to the character Bento Santiago, of Machado de Assis’s book entitled “Dom Casmurro”, passing through the concepts of distress and desire.

Key words: Lacan, desire, distress, object a, Bento Santiago

 

  1. 1.       Jacques Lacan

Lacan nasceu em Paris, em 13 de abril de 1901. Era primogênito de uma próspera família católica. Em 1919, matriculou-se na faculdade de Medicina, estudando paralelamente filosofia e literatura, aproximando-se dos surrealistas. Mais tarde, especializou-se em psiquiatria. Dois grandes mestres de Lacan foram Henri Wallon (e sua teoria do estágio do espelho) e Alexandre Kojéve (nos seus comentários sobre Hegel).

Revoltado com o crescimento, nos EUA, da psicologia do Ego, Lacan volta seus estudos para as teorias de Freud.

A primeira intervenção de Lacan na psicanálise é para situar o Eu como instância de desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do narcisismo. O Eu é situado no registro do imaginário, juntamente com fenômenos como amor, ódio e agressividade. É o lugar das identificações e das relações duais.

Em 1951 dá início aos seus Seminários, apresentações orais transformadas em livros, entre eles o Seminário 10: A Angústia, base para o presente artigo.

Lacan morreu em 9 de setembro de 1981, em Paris.

 

  1. 2.       Seminário 10 e a teoria do objeto a

A teoria do objeto a era o que o próprio Lacan classifica como a sua contribuição para a teoria psicanalítica, a sua invenção. Esta teoria tem como objetivo trabalhar as questões relacionadas ao desejo na psicanálise, expondo a desnaturação do desejo e os mecanismos de causalidade.

Quando estudamos a questão do objeto a caímos, primeiramente, em um problema de ordem conceitual: como definir o objeto a? Segundo Lacan, o objeto a é um objeto perdido, que não podemos alcançar. Ele é um objeto que não se pode definir, por estar fora da cadeia do significante. É justamente por isso que ele é representado pela letra a, uma variável na matemática.

Para falar do objeto a, Lacan parte de uma distinção bastante elementar: ANSIEDADE, ANGÚSTIA e MEDO. Deter-nos numa explanação mais detalhada da angústia é um passo importante para conseguirmos chagar ao entendimento do objeto a.

No seu Seminário 10: A Angústia, Lacan diz que: ”Freud diz muito bem que a angústia é a angústia diante de algo” (p.191). Freud coloca a angústia em dois momentos, nos interessando mais o primeiro, que situa a angústia como efeito do recalque (transformação da libido).

Além disso, Lacan também tece comentários sobre a angústia e o afeto. O Seminário 10 é um momento especial, onde Lacan mostra-se muito atento e crítico em relação aos afetos que, segundo ele, podem nos enganar por sua ampla matriz imaginária. Para Lacan, o único afeto que não engana é a angústia, pois quando o indivíduo é afetado pela angústia, é uma constatação visceral, como ele diz: “Na angústia o sujeito é premido, afetado, implicado no mais íntimo de si mesmo”. (Seminário 10, p.191)

Lacan afirma que o objeto a teria o que podemos, grosso modo, chamar de duplicidade: ao mesmo tempo em que é o objeto de desejo, também é objeto de angústia.

 Para chegar a essa tríade, Lacan parte do pressuposto: a angústia não é sem objeto, sendo este “não é sem” um indicador da obscuridade e imprecisão do objeto a, como foi dito anteriormente. Ou, em outra reflexão, poderíamos interpretar a sentença dessa forma: a angústia não ocorre sem um objeto que a cause.

 

2.1. O desejo e o objeto a

Ao denominar o objeto a causa do desejo, Lacan entra na discussão da anterioridade do objeto em relação ao desejo. O objeto não está no mundo à espera do desejo do sujeito. Um ponto interessante a respeito da relação entre desejo e o objeto a é dado por Lacan no Seminário 9: A Identificação, onde ele diz que sujeito e objeto não podem coexistir num mesmo espaço. É preciso então que o objeto seja mantido à distância para ser preservado.

 

2.2. As faces do objeto a

O objeto a apresenta-se nas seguintes faces: seio, fezes, voz e olhar, sendo este último de maior importância para nosso estudo.

É sabida a importância desse objeto na psicose, onde a presença de um olhar invasivo acompanha o sujeito onde quer que ele se esconda, até num quarto fechado. Da mesma forma, todos nós conhecemos o incômodo de ser o foco dos olhares ao entrarmos mais tarde ou sairmos mais cedo da sala de aula, por exemplo.

O olhar é cada vez mais presente, seja pelas câmeras de segurança, presente em todos os lugares, seja sob a forma do desaparecimento da privacidade e a exigência de se mostrar tudo, não esconder nada, até o íntimo de cada um.

 

2.3. O objeto a na sexuação

No Seminário 20, Mais, Ainda, Lacan vai retomar o objeto a, desta vez no âmbito da sexuação. Nele, ele divide os falasseres em dois campos, ditos masculino e feminino. No campo masculino ele coloca o falo e o sujeito. O objeto a vai ser encontrado no campo feminino.

Um ponto importante a ser destacado nos postulados de Lacan é que não há aqui uma relação “intersubjetiva”, mas uma relação entre aquele que se coloca como sujeito desejante e aquela que é colocada no lugar do objeto que causa o desejo. A partir daí surgem os desencontro sexual entre os falasseres, pois “o homem crê abordar a mulher, mas o que ele aborda é o objeto a, causa do seu desejo”. Esse objeto não pode ser total, mas sempre parcial, então o homem se vê recortando imaginariamente tais objetos sobre o corpo da mulher.

 

  1. 3.       Aplicação da teoria à obra Dom Casmurro

Ao relacionarmos a teoria do objeto a à obra Dom Casmurro, percebemos que a questão do desejo e da causalidade realmente é muito forte. Bentinho amava Capitu desde criança, sendo esse amor acrescido de desejo, não apenas o desejo tal como o conhecemos, mas o desejo de estar com. Bentinho e Capitu lutaram para que esse desejo fosse saciado, casando-se, e isso trouxe consequências. Sobre a causalidade, talvez a causa de toda a desgraça de Bentinho e de sua transformação de Bento Santiago a Dom Casmurro tenha sido justamente o desejo tão intenso de estar com Capitu, a ponto de casar-se com ela, mesmo sabendo que ela tinha olhos (e não apenas os olhos) de “cigana oblíqua e dissimulada”, como será detalhado mais à frente.

 Ao falar sobre o Eu, Lacan o coloca como instância de desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do narcisismo. O Eu é situado no registro do Imaginário, juntamente com fenômenos como amor, ódio, agressividade. É o lugar das identificações e das relações duais. Bentinho é narcisista, na medida em que ele imagina que todas as ações de Capitu dizem respeito, de alguma forma, a ele, por exemplo quando ele pensa que o choro de Capitu quando Escobar morre não é apenas um choro motivado por um sentimento de perda de um amigo, de alguém que ela estava habituada a ver dentro de sua casa, mas sim um choro de remorso por ter traído Bentinho, ou seja, o choro de Capitu seria motivado por algo ligado a ele. Além disso, Bentinho era acostumado a ver todas as suas vontades, de alguma forma, satisfeitas. O amor que ele sentia por Capitu passa pelo ódio e pela agressividade de forma extremamente surpreendente.

Apesar de, como já foi dito neste artigo, haver a dificuldade de conceituação do objeto a por ele ser situado fora da cadeia de significantes, ao relacionar a teoria lacaniana com a obra automaticamente pensamos em Capitu como uma espécie de analogia do objeto a, pois ela é tanto o objeto de desejo quanto de angústia.

Retomando o Seminário 10: A Angústia, onde é dito que “a angústia é a angústia diante de algo”, e lembrando da história de Bentinho, é manifesto que suas angústias sempre estiveram relacionadas à Capitu: quando ele entrou para o seminário, sua angústia era, acima da não vocação sacerdotal,  por querer estar com ela e não poder. Quando adulto, sua angústia era pelo filho que ele ( e ela) aguardavam e que demorava a vir. Quando finalmente nasce Ezequiel, a angústia de Bentinho passa a ser causada pela suposta traição de Capitu. No final da vida, a angústia de Bentinho (já transformado em Dom Casmurro) relaciona-se à família e à vida feliz que ele tinha e que lhe foi tirada, de acordo com seu entendimento, por Capitu e sua traição.

Para Lacan, a angústia está ligada aos afetos. Para ele, o único afeto que não nos engana é a angústia, pois quando o indivíduo é afetado pela angústia é uma constatação visceral. De fato, a angústia de Bentinho diante do fim da amizade de anos, tanto pela suposta traição quanto pela morte de Escobar,da destruição do amor idealizado e da família perfeita que ele havia construído, faz com que ele não consiga nem ler o discurso que fez para ler no enterro do amigo e chega ao extremo de tentar matar o próprio filho com uma xícara de café envenenado. O trecho abaixo mostra o verdadeiro martírio visceral no qual Bentinho passa a viver:

O meu plano foi esperar o café, dissolver nele a droga e ingeri-la.(...) O copeiro trouxe o café. Ergui-me, guardei o livro, e fui para a mesa onde ficara a xícara. Já a casa estava em rumores; era tempo de acabar comigo. A mão tremeu-me ao abrir o papel em que trazia a droga embrulhada. Ainda assim tive ânimo de despejar a substância na xícara, e comecei a mexer o café, os olhos vagos, a memória em Desdêmona inocente; o espetáculo da véspera vinha intrometer-se na realidade da manhã. Mas a fotografia de Escobar deu-me o ânimo que me ia faltando; lá estava ele, com a mão nas costas da cadeira, a olhar ao longe...

"Acabemos com isto", pensei. Quando ia a beber, cogitei se não seria melhor esperar que Capitu e o filho saíssem para a missa; beberia depois; era melhor. Assim disposto, entrei a passear no gabinete. Ouvi a voz de Ezequiel no corredor, vi-o entrar e correr a mim bradando:

— Papai! papai!

Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido, mas crê que foi belo e trágico. Efetivamente, a figura do pequeno fez-me recuar até dar de costas na estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou-se na ponta dos pés, como querendo subir e dar-me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

— Papai! papai!

Se eu não olhasse para Ezequiel, é provável que não estivesse aqui escrevendo este livro, porque o meu primeiro ímpeto foi correr ao café e bebê-lo. Cheguei a pegar na xícara, mas o pequeno beijava-me a mão, como de costume, e a vista dele, como o gesto, deu-me outro impulso que me custa dizer aqui; mas vá lá, diga-se tudo. Chamem-me embora assassino; não serei eu que os desdiga ou contradiga; o meu segundo impulso foi criminoso. Inclinei-me e perguntei a Ezequiel se já tomara café.

— Já, papai; vou à missa com mamãe.

— Toma outra xícara, meia xícara só.

— E papai?

— Eu mando vir mais; anda, bebe!

Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei, mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a temperatura, porque o café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar.

Pus a xícara em cima da mesa, e dei por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.

— Papai! papai! exclamava Ezequiel.

— Não, não, eu não sou teu pai!

(Dom Casmurro, p. 119-120)

 

 

Mais acima, quando foi dito que apesar da não conceituação explícita do objeto a podíamos tomar Capitu como uma forma análoga a ele, ratificamos isso com a afirmação de Lacan, de que o objeto de desejo também é objeto de angústia. Ora, não há uma ilustração melhor do que o definhamento do amor imenso que havia entre os dois (analogia à instância do desejo) até a completa destruição desse amor e de tudo que o cerceava, como é mostrado no desabafo de Bentinho:

 

 

 

Escobar vinha assim surgindo da sepultura, do seminário e do Flamengo para se sentar comigo à mesa, receber-me na escada, beijar-me no gabinete de manhã, ou pedir-me à noite a bênção do costume. Todas essas ações eram repulsivas; eu tolerava-as e praticava-as, para me não descobrir a mim mesmo e ao mundo. Mas o que pudesse dissimular ao mundo, não podia fazê-lo a mim, que vivia mais perto de mim que ninguém. Quando nem mãe nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, e eu jurava matá-los a ambos, ora de golpe, ora devagar,para dividir pelo tempo da morte todos os minutos da vida embaçada e agoniada (....)mas o principal irá. E o principal é que os nossos temporais eram agora contínuos e terríveis.

(Dom Casmurro, p.116-117)

 

 

Sobre a anterioridade do objeto em relação ao sujeito desejante, é difícil a dissociação de Capitu, o objeto desejado, de Bentinho, o sujeito desejante. É claro que Capitu já existia antes do desejo de Bentinho existir, mas existia enquanto pessoa, por que enquanto personagem da obra Dom Casmurro ela só existe ligada ao Bentinho, tanto é que quando Bentinho envia Capitu e Ezequiel para a Suíça, eles desaparecem da história, voltando à cena apenas Ezequiel. Sem Bentinho como instância de sujeito desejante, não há Capitu na história. Neste ponto, como foi dito, é um pouco mais complexa a relação com a anterioridade do objeto.

Um pressuposto interessante de Lacan é o de que objeto e sujeito não podem coexistir num mesmo espaço; o objeto precisa ser afastado para ser preservado. Há, na obra, dois momentos de separação entre Bentinho e Capitu: o primeiro momento, a partida para o seminário, é um momento forçado pelas circunstâncias, pois Bentinho não vai por sua própria vontade, mas volta impulsionado pelo seu próprio desejo; a segunda separação, e desta vez definitiva, é o fim do casamento de Bentinho e Capitu e a ida dela com o filho para a Europa. Quando analisamos essa questão, percebemos que o desejo de Bentinho, e a sua consequente angústia, são tão fortes e tão poderosos que afastam um do outro, fazendo com que aconteça de acordo com a teoria lacaniana: torna-se impossível que objeto e sujeito desejante coexistam.

No que diz respeito às faces do objeto a, iremos nos ater ao olhar, por já sabermos que esta é a característica mais marcante de Capitu na obra. Vejamos dois momentos em que o olhar de Capitu assume um papel importante:

 

— Teimo; hoje mesmo ele há de falar.

— Você jura?

— Juro! Deixe ver os olhos, Capitu.

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

(Dom Casmurro, p.32)

 

Primeiramente, entendamos o que Machado de Assis quis dizer com a famosa definição de “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. No contexto, a palavra “oblíqua” quer dizer a mesma coisa que “dissimulada”: Capitu teria um quê de falsa. Ou seja, essa “falsidade” de Capitu teria como principal válvula de escape o olhar. É importante ressaltar que Bentinho sente-se fascinado pelo olhar dela, apesar de não entender ao certo a profundidade que eles continham e não imaginar também o tom, em certa medida, premonitório das palavras que ele usa para referir-se a esse tão desejado olhar. O olhar contribui para compor o objeto de desejo de Bentinho, e objeto da sua posterior angústia.

Vejamos outro trecho onde o olhar assume um papel importante:

 

CAPÍTULO CXXIII

OLHOS DE RESSACA

Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...

(Dom Casmurro, p.111)

 

Machado de Assis escolheu pôr na boca de Bentinho a expressão “olhos de ressaca”, uma metáfora para descrever o olhar de Capitu, e não escolheu justamente essa metáfora à toa. A ressaca do mar é tão forte que carrega tudo com ela, inclusive sujeiras e restos. É algo que arrasta, que leva consigo o que estiver pela frente. Capitu também era assim, ela e seu olhar. Até a metade da história, Capitu era quem dava as cartas no relacionamento. Ela dominava Bentinho. Mais uma vez, ela e seu olhar. Com os “olhos de ressaca”, Capitu conseguia tudo o que queria, e quem quisesse. Provavelmente tenha sido essa a razão para Machado pôr esse título no capítulo que, para Bentinho, é o tiro de misericórdia nas esperanças de que suas suspeitas estivessem erradas. Os “olhos de ressaca” levaram, supostamente, Escobar para onde ela quis, e levou a vida de Bentinho, tudo o que ele havia construído e tudo em que ele acreditava, com a mesma violência de uma ressaca do mar. Para Bentinho, o olhar de Capitu a entregou: todas as dúvidas que ele poderia ter acabaram-se naquele “olhar de ressaca” lançado pelos “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. E neste ponto podemos acrescentar o que diz Lacan sobre a exigência de mostrar o íntimo de cada um. Talvez Capitu tenha mostrado até demais.

Lacan também tem como norte na sua teoria a questão da sexuação, que pode, em certa medida, ser associada à questão dos olhos, uma vez que o sujeito desejante faz “recortes imaginários” no corpo do objeto desejado, sendo, neste caso, o “recorte” mais significativo, o olhar.

 

 

 

  1. 4.       Conclusão

 

Dom Casmurro é uma das mais importantes e grandiosas obras da literatura brasileira. Machado de Assis é um gênio que sabe “costurar” diversos elementos em sua narrativa, criando um enredo envolvente com um casal apaixonado, amigos confiáveis e um desejo que se transforma em obsessão e, por conseguinte, em angústia.

Falando em angústia, temos um dos maiores nomes da Psicanálise, Jacques Lacan e a sua teoria do objeto a.

Através da junção de literatura e psicanálise, é possível fazer uma leitura de Dom Casmurro à luz de novos conhecimentos e de novas interpretações.

 

 

  1. 5.       Referências Bibliográficas

 

GUEDES, Denise de Fátima Pinto. Uma introdução ao conceito de objeto a. Psicanálise & Barroco em revista. Vol. 8, n.1: 159-174, jul.2010

 

TEIXEIRA, Marcos do Rio. Objeto a: invenção lacaniana, acessado em 06/11/2011, às 12h03min.

 

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Ed. Garnier. Rio de Janeiro, 1899.

 

http://www.slideshare.net/alexandresimoes2011/curso-lacan-e-a-psicanlise-aula-12-seminrio-10-a-angstia-a-construo-do-objeto-a-ou-nem-tudo-significante, acessado em 07/11/2011

 

http://www.slideshare.net/alexandresimoes2011/curso-lacan-e-a-psicanlise-aula-13-seminrio-10-a-angstia-o-inconsciente-lacaniano-em-suas-relaes-com-o-real, acessado em 07/11/2011

http://www.slideshare.net/alexandresimoes2011/curso-lacan-e-a-psicanlise-aula-14-seminrio-10-a-angstia-o-notodo-na-clnica, acessado em 07/11/2011