DO GARIMPO A SOJA: A LÓGICA DA PRODUÇÃO CAPITALISTA DO ESPAÇO E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ALTO GARÇAS
Por ANA PAULA KONRAD | 27/08/2018 | ResumosAna Paula Konrad[1]
Weder Rogério da Costa Vieira Dias[2]
INTRDOUÇÃO
No passado, a população do Estado de Mato Grosso que vivia nas áreas de cerrado praticavam pouco mais que a agricultura de subsistência, abrindo pequenas clareiras nas matas de galerias, extraindo carvão, e praticando a pesca, caça e garimpagem. Hoje e o Estado mais afetado pelo ato do desmatamento, o qual assume proporções preocupantes, após os anos de 1980, a produção no campo passa a produzir uma nova cultura, conhecida como a sojicultura, esta se expande tomando o lugar da produção de arroz e da criação de gado existente na região. Na mesorregião sudeste mato-grossense, com a decadência do garimpo a partir de 1980 “abrem-se novas perspectivas de mudança no modelo de ocupação, podendo se intensificar o ritmo da degradação e acarretar impactos irreversíveis sobre um dos mais importantes biomas do país” o cerrado. (MONTEIRO, 2006, p.11).
Uma das atividades mais impactante é a agricultura, como no cultivo da soja commodities, que rompe com a biodiversidade, convertendo o ecossistema em um agro ecossistema. E com a chegada da soja que o município de Alto Garças passa por um novo modelo econômico visado estritamente o lucro e passando por cima das questões ambientais. Portanto este artigo tem como objetivo discutir sobre a nova lógica capitalista no município e as conseqüências ocasionadas no meio ambiente.
METODOLOGIA
Deste modo a pesquisa foi efetuada através de revisão bibliográfica de dissertações de doutorado, mestrado e monografias de graduação e especialização, e demais obras sobre a temática; a lógica da produção capitalista e a degradação ambiental. Realizaram-se trabalhos de campo objetivando colher dados in loco e dados na base estatística do IBGE e SEPLAN-MT. Utilizou-se da confecção de mapas através de imagens de satélites mostrando a expansão da agricultura na área do município. Essas imagens foram do LANDSAT 5 TM geoprocessadas no Arc. Gis 9.2.
RESULTADOS
Compreendendo o processo de produção no território mato-grossense através da técnica e da ciência condiz entender a questão ambiental a relação entre homem é natureza, sociedade é natureza que estimulados pelos lucros em curto espaço de tempo não se voltou a atenção para os recursos naturais, passando por cima dos limites para atingir a expansão e o lucro máximo. Segundo dados da SEPLAN MT em 1999 o município de Alto Garças tinha 62,27% do seu total de áreas desmatadas. Pois de acordo com Lemos (1994) apud (Viera Neto) 2003, na lógica de especulação capitalista é necessário destruir a natureza para converté-la em mercadoria.
Em 2003 quatro anos mais tarde esse percentual cresce para 70,79% e por fim o último dado disponível no anuário nos mostra o crescimento de 2,64% no ano de 2006 que chega a atingir 73,43% (SEPLAN MT) da sua área desmatada, para cultivo da agricultura e pecuária. Assim podemos ver através das imagens de satélites a expansão da agropecuária que foi a responsável pelo desmatamento no município, que não possui nenhuma reserva ambiental. E essa falta de áreas verdes é reservas ambientais prejudica diretamente na qualidade de vida da população, principalmente naquela com menor poder aquisitivo, que se encontra na periferia da cidade.
CONCLUSÃO
Observa-se que existe uma forte tendência da soja expandir-se nas áreas de cerrado, provavelmente devido ao relevo ser plano, a fácil correção química do solo e ao apoio técnico-científico oferecido pelo governo, além da alta rentabilidade deste cultivo. Conclui-se que a soja está sendo a principal causa da mudança do uso da terra neste bioma. Assim através dos dados e mapas vemos que o município em estudo já foi muito desmatado devido o crescimento agrícola, sendo hoje um dos maiores produtores de soja para sementes do Estado, mas toda sua riqueza acaba concentrando-se apenas nas mãos de uma minoria. No entanto é preciso se pensar em políticas para criar áreas de preservação ambiental, áreas de lazer para a população, é preciso tomar medidas urgentes e oferecer uma melhora na qualidade de vida da população. E se pensar na questão ambiental pois esse e mais um modelo produtivo que não demonstra sustentabilidade ambiental a longo prazo, são projetos que se baseiam na intensa exploração até o esgotamento total dos recursos, além de ser concentrador de renda. O desmatamento foi aumentando com o decorrer dos anos no município, ocasionado pela nova lógica de produção, esses fatores fazem com que ocorra no município novos re-arranjos espaciais oriundos das etapas e dos ciclos produtivos. O território passa dessa forma a ser transformado não sendo mais das galinhas, da laranja do limão, do feijão, arroz, da vaca leiteira, mas sim de uma monocultura a soja, que torna idêntico os vastos campos que antes eram ocupados pelo cerrado, acabando com os rios as matas e expulsando os trabalhadores para as cidades.
PALAVRAS CHAVE: Transformações No Rural, Problemas Ambientais