DLXVI – “TRANSMUTAÇÃO (FIM DA ERA ‘ALDO’ E O INÍCIO DA ERA ARTUR NITZ): DELEGADA ESTER FERNANDA COELHO E O INÍCIO DO PROCESSO DE DESAPEGO?”

Por Felipe Genovez | 25/09/2018 | História

PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 19.12.2014:

Em sexta-feira, 19 de dezembro de 2014, ADEPOL-SC <adepolsc@adepolsc.org.br> escreveu:

“Caro Colega Aldo Pinheiro D´Avila,
Em meu nome e em nome da ADEPOL-SC, congratulamo-nos com Vossa Excelência por ter sido indicado para exercer o Cargo de Secretário Adjunto da Pasta da Segurança Pública Catarinense. Temos certeza que Vossa Excelência bem representará nossa instituição no exercício de tão importante cargo,  defendendo os projetos e implantação de ações que valorizem nossa instituição Policial Civil e os Delegados de Polícia.
Um Forte Abraço.
Mauro Dutra
Presidente da ADEPOL-SC”
Data: 05.01.2015, horário: 12:28 horas: 
Estava na Corregedoria da Polícia Civil onde se confirmava a informação de que realmente a Delegada Sandra Mara Pereira (ex-DRP/São José) iria  assumir o órgão correcional policial civil em substituição ao Delegado Jeferson Guilhão de Paula que seria nomeado para o cargo de direção da Corregedoria-Geral da Segurança Pública no lugar do Delegado Ricardo Feijó. 
Pensei em escrever um artigo sobre o novo Delegado-Geral da Polícia Civil - Artur Nitz - que jurava de pés juntos que não aceitaria o cargo, não admitiria deixar a Diretoria de Polícia do Litoral e ter que deixar Itajaí onde reside sua família. Pensei nas nossas conversas, quando o mesmo afirmava com convicção que jamais deixaria Itajaí para vir para a Capital. Pensei: "A classe o elegeu duas vezes como primeiro colocado para o Conselho Superior da Polícia Civil, desbancando pessoas do peso de 'Renatão', Presidente da Adepol, então deve ter muito merecimento e legitimidade, o mesmo se aplica para o Delegado Aldo que nessas últimas eleições foi o quarto colocado, então o melhor seria talvez o silêncio, enquanto eu me preparo para o retiro...".
Assunto:

Re: [LISTA ADEPOL-SC] Congratulo

De:

Sandra Espindola Andreatta     

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Enviada em:

05/01/15 12:03

Para:

ADEPOL-SC 
ADEPOL-SC - Lista de Discussão ADEPOL-SC 
ADEPOL-SC - Lista de Discussão   

Resposta para:

ADEPOL-SC - Lista de Discussão

Estimado Dr. Aldo:

Hoje, aposentada, friso que tirei a sorte grande por estar levando comigo a lembrança de Vossa pessoa como derradeiro Chefe da minha adorada Instituição. Administrador decente, honrado, firme, polido, presença marcante, português bem expressado ... enfim, o representante ideal para a categoria. Parabéns para a classe e para o senhor, que galga mais um degrau com grande mérito.

Sandra Andreatta"


Data: 08.01.2015, horário: 22:15 horas:

Estava em minha residência e resolvi ligar para a Delegada Ester Fernanda que do outro lado da linha foi me questionando:

(...)

- "Tu vistes quem é que está na comissão da prova oral dos Delegados?"

Meio que surpreendido com a indagação, mas lembrando que outro dia ela própria havia desabafado que resolveu ficar em casa aguardando a sua aposentadoria porque ninguém mais lembrava dela e que em razão disso percebeu que realmente não tem amigos. Respondi o questionamento:

- "Não, não sei, quem é?"

Ester do outro lado foi falando:

- "A Patrícia, mulher do Aldo, tu acreditas que ela está lá na Academia participando da banca da prova oral?"

Fiquei meio que sem saber o que comentar até porque era uma surpresa, mas o Delegado Aldo havia sido “promovido”, digamos, nomeado Secretário Adjunto e parecia bastante prestigiado pelo governador e pelo Secretário Grubba, então tudo era possível. Depois, fiz algumas considerações sobre o assunto e Ester Fernanda fez outro comentário:

- "Ô Felipe, o que foi aquilo, a Sandra Mara na Corregedoria, como é que pode? Eu fiquei me perguntando: 'Meu Deus, quero ver agora o Felipe recebendo ordens da Sandra, bem mais nova, como é que pode, quero ver'. Mas, Felipe, agora a Sandra vai trazer aquela 'Nádia' prá trabalhar com ela...".

Interrompi para comentar:

- "Olha Ester, sinceramente, eu fui convidado, chegaram a conversar comigo. O Jeferson conversou e disse que o meu nome estava indicado, mas aí eu respondi que era cem por cento que eu não aceitaria o cargo. Imagina, Ester, eu sempre critiquei este governo, esta administração...".

Ester me interrompeu:

- "Felipe, tu vistes os novos Delegados Regionais? Tudo gente nova...O Delegado-Geral adjunto também é ‘novinho’...?"

Interrompi:

- "Ester, a minha preocupação é com o grau de subserviência desses Delegados para com o Ministério Público, isso é que me preocupa. A administração do Aldo fez isso, serviu ao Ministério Público, mas agora esses Delegados novos aí podem acabar ainda mais nos afundando com esse grau de subserviência para manterem-se em seus ‘carguinhos’".

Ester continuou:

- "A Patrícia na comissão do concurso, o que é isso, olha Felipe eu acho que tu tens razão, a gente tem que começar um processo de desapego.... Não adianta, temos mesmo é que ir embora, eu estou me conscientizando que tu estais certo, a gente tem que se desapegar".

Interrompi para afirmar:

- "Então, tu achas que eu iria aceitar cargo nesta administração? Para lá, né Ester! Depois tem outra, eu sempre critiquei a administração, sempre fiz oposição e daí a pouco aparece o meu nome na lista dos cargos comissionados, parece que eu já estou vendo a Ester dizendo: 'Olha aí o Felipe, vivia criticando, escrevendo, falando, sentando o pau e agora foi correndo atrás de um ‘carguinho’, agora só fica ‘quietinho’, olha lá o Felipe' gente!.

Do outro lado Ester me cortou:

- "Ah, com certeza, Felipe, eu falaria, eu iria dizer 'olha aí, até o Felipe' gente...".

Depois falamos sobre a Adepol e questionei Ester Fernanda por que a direção da entidade ainda não começou o processo eleitoral se as eleições iriam ocorrer em março, por que estariam deixando para o último momento? Ester comentou que havia recebido uma convocação para reunião na Adepol e que talvez fosse esse o assunto, ou seja, para tratar das eleições. Aproveitei para criticar o fato de estarem escondendo o assunto “processo eleitoral” e por que estariam deixando para última hora. Ester Fernanda elogiou o Delegado Mauro Dutra, Presidente da Adepol e eu aproveitei para contraditar que não seria candidato, mas que achava que a entidade já deveria estar debatendo o processo eleitoral. Ester Fernanda comentou que eu teria que ser o candidato e que me apoiaria. Aproveitei para lembrar a ela que nas eleições de 2011 ela (e a Delegada Sandra Andreatta) tinha me estimulado a sair candidato, fez toda uma pressão e quando eu saí apareceu o nome dela na chapa do Delegado Renato Hendges e que isso tinha sido uma "traição". Ester Fernanda imediatamente, meio que "gaguejante e meia" respondeu:

- "Ah, Felipe, mas eu não poderia dizer ‘não’ para o Renato. Eu sei, eu sei, mas tu sabes que eu não poderia dizer não!"

Interrompi:

- "Ester, então por que tu fizesses aquela pressão toda para que eu fosse o candidato, queria você na minha chapa e quando vi...".

Ester novamente interrompeu:

- "Vê se tu me entendes, eu não podia dizer ‘não’ para o Renato naquele momento, mas pelo amor de Deus, não conta isso prá ninguém".

Do outro lado tranquilizei Ester Fernanda dizendo que nossa amizade estava acima de tudo, aliás ela estará eternamente em meus pensamentos e no meu coração. Ester Fernanda ainda relembrou que sofreu muito pelas perseguições do Delegado Ilson Silva e eu respondi que ela não precisava se preocupar mais porque ele estava no Tribunal de Justiça (SC).

Depois que desliguei o celular, passados uns trinta minutos, Ester Fernanda me ligou para informar quem eram  os membros da comissão da prova oral do concurso para Delegado de Polícia, e foi lendo:

- "Olha, Felipe, tá aqui, é o Gusso, o Ulisses Gabriel, o Isaias e a Patrícia, vê se pode, tudo gente nova".

A bem da verdade sabia que a nova cúpula da Polícia Civil era muito boa e que os Delegados mencionados para a banca também eram muito bons, significavam uma esperança para o futuro, mas procurei não polemizar esse assunto, até porque o futuro é cheio de armadilhas e incertezas... Projetos como o da “unificação dos comandos das polícias”, “lei orgânica”, “segundo grau nas carreiras policiais”..., estejam condenados a um processo de transmutação, como tudo na vida que nasce e morre..., até as amizades verdadeiras?