DLXIV – “ADEPOL PRESTIGIA DELEGADO KRIEGER NA POSSE DA ‘CADEIRA 21’! MAIS ‘UMA PROVA DE FOGO’: UM ENCONTRO ‘ZICÔMETRO’ SOB VIGILÂNÇA ‘LACONIANA’”.

Por Felipe Genovez | 19/09/2018 | História

PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 03.10.201

O Delegado Mauro Dutra conseguiu realizar mais um tento em sua trajetória profissional, no presente caso não seria ocupar mais uma vez um cargo comissionado de destaque, mas chegar a Presidência da Adepol-SC (sucedeu o Delegado “Renatão” que faleceu durante o cumprimento do seu terceiro mandato). Nesse sentido, entrou para o rol dos Delegados que passaram pela Polícia Civil não à frente de Delegacias de Polícia, no enfrentamento de marginais, vivendo o dia a dia de uma repartição policial abarrotada de “BOs” para serem investigados, presos em celas..., mas investido em cargos comissionados, digamos que poderia ser vocacionado para uma carreira política que lhe desse destaque e visibilidade:  

“Presidente da Adepol-SC prestigia posse de delegado na Academia Catarinense de Letras Jurídicas

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina (Adepol-SC), Mauro Dutra, prestigiou quarta-feira (26) à noite, no plenário Deputado Paulo Stuart Wright da Assembleia Legislativa de SC (Alesc), a posse do delegado César Amorim Krieger na cadeira 21 da Academia Catarinense de Letras Jurídicas (Acalej). César Krieger é o primeiro ocupante da cadeira 21, cujo patrono é ex-prefeito de Florianópolis, Heitor Blum.

“A posse do colega delegado representa uma valorização da instituição da Polícia Civil e das delegacias de polícias, que passam a ter em seu quadro um membro que é imortal da Academia Catarinense de Letras Jurídicas”, ressaltou  Mauro Dutra.

Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com habilitação em Direito Tributário, cursou mestrado em Direito do Comércio Internacional na Universidade de Exeter (Inglaterra) e doutorado em Direito de Estado, Política e Sociedade pela UFSC, com pesquisa realizada junto ao Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra (Suíça). Também estudou na Academia de Direito Internacional de Haia (Holanda). Além de delegado de polícia de carreira na classe especial, ocupando cargo de diretoria na Secretaria da Segurança Pública de Santa Catarina, Krieger é professor universitário e consultor do Tribunal Penal Internacional, indicado pelo Ministério das Relações Exteriores.

Filho de juristas, casado com Raquel, com dois filhos e com 26 anos de carreira, Krieger é autor do livro Direito Internacional Humanitário, participou da organização da obra Inteligência - Estratégia de Segurança Pública e participou dos títulos Mercosul no Cenário Internacional e  O Mercado Internacional e as Funções de Polícia Judiciária.

Em sua manifestação, o novo imortal da literatura de Direito de Santa Catarina agradeceu aos pais, à família e destacou o legado e o espírito abolicionista do patrono da cadeira 21, Heitor Blum. “Tudo que ele faz está aqui, em suas obras escritas para a história. Isso mostra que, até podemos ir para um outro plano, mas o que construímos aqui, fica aqui”, destacou Krieger.

A Academia Catarinense de Letras Jurídicas foi fundada em 13 de dezembro de 2012 e instalada solenemente em 5 de abril de 2013 no auditório da sede da OAB/SC, em Florianópolis. A instituição tem por finalidade a preservação e resgate histórico de dados literários jurídicos, o aprimoramento das letras jurídicas em quaisquer ramos, a difusão e a publicação de obras jurídicas, a qualidade e o zelo da Produção do Direito, das peças e da argumentação jurídica. O atual presidente da entidade é o jurista Cesar Luiz Pasold”

http://www.adepolsc.org.br/noticia/presidente-da-adepol-sc-prestigia-posse-de-delegado (acesso em 02.12.2014).


Data: 11.12.2014, horário: 10:00 horas:

Estava na Corregedoria da Polícia Civil e encontrei o Delegado Jefferson no segundo andar do prédio e de imediato argumentei que queria conversar com ele. Na verdade queria pedir a dispensa daquela tarde de serviço e da sexta-feira em razão de uma viagem particular e, também, porque tinha horas extras a serem compensadas em excesso em razão de quase três semanas de viagens ininterruptas. Já sentado no seu gabinete começamos a conversar sobre as inúmeras aposentadorias que estavam ocorrendo. Jefferson confidenciou que estava assumindo o cargo de Corregedor-Geral da Segurança Pública e que depois disso pretendia se aposentar. Em seguida Jefferson confidenciou que meu nome e do Delegado Carlos estavam sendo cogitados para assumir o seu lugar na Corregedoria-Geral. Fiquei meio que surpreso porque não esperava isso, considerando que permaneci quatro anos fazendo oposição ao governo e à direção da Polícia Civil, mas agradeci a lembrança e reforcei que o nome do Delegado "Carlão" seria muito bem visto. Jefferson reiterou que ele havia indicado o meu nome e do Delegado Carlos Passos, pois o Delegado Nilton Andrade não tinha mais interesse e que iria se aposentar. No final da conversa felicitei Jefferson pelo novo cargo e me coloquei a sua disposição para ajudá-lo no que fosse necessário.

Apesar disso lamentei que durante o tempo que permaneceu à frente da Corregedoria da Polícia Civil nenhum projeto foi apresentado para reestruturar esse órgão.

Data: 15.12.2014:

Todos já sabiam quem seriam os futuros nomes no comando da Polícia Civil: Artur Nitz para o cargo de Delegado-Geral, dentre outros ainda não confirmados. Era cerca de dez horas e vinte minutos e fui tomar um café na cozinha da Corregedoria da Polícia Civil e encontrei o Agente "Zico" (Agente Cecelino) que de imediato abriu um sorriso e foi dizendo:

- "Dotor, quer dizer que o senhor vai ser o nosso novo 'Corregedor'?"

Fiquei surpreso e lembrei da conversa que tive com Jefferson, cujo teor havia comentado apenas com Silvane e me perguntei: "Ué, será que alguém está sabendo de algo que eu não sei?" Olhei para "Zico" e perguntei qual era fonte daquela informação e ele respondeu que todo mundo estava comentando, inclusive, Delegados que da própria Corregedoria. "Zico" com habilidade foi afirmando que seria muito bom e que eu poderia fazer um grande trabalho para a Polícia Civil. Permaneci na retranca e argumentei que havia conversado com o Delegado Jefferson, mas que nada era oficial, apenas uma conversa informal, e que estava apoiando o nome do Delegado “Carlão”. "Zico" continuou com seu sorriso provocador e depois da minha resposta afirmou:

- "Eu disse pro pessoal que achava difícil o senhor aceitar. Eu disse: 'o dotor Felipe ficou quatro anos batendo no governador Colombo, foi o Delegado que mais bateu no governo. Duvido que ele aceite, duvido que irão mesmo convidá-lo...'".

Depois de ouvir aqueles argumentos completei:

- "Bom, na época que o Sérgio Maus saiu daqui eu assumi três meses e condicionei a minha nomeação a uma séria de compromissos e como não tive resposta não fui nomeado. Agora tenho um projeto, quem sabe eu faça a mesma coisa, apresente a proposta e aguardo sem nomeação como fiz daquela vez, só para provocar a cúpula...?" 

Depois desses argumentos "Zico" veio com mais outra:

= "Ah, dotor, se o senhor aceitar o pessoal vai pegar no seu pé, o pessoal vai escrever na rede: 'ó o dotor Felipe criticava o governo e agora tá no governo que antes criticava...".

Olhei para "Zico" e arrematei:

- "Tudo bem, mas sem nomeação 'Zico', só na moral, só esperando a resposta do projeto...". 

Diante desses argumentos "Zico" insistiu:

- "Ah, mas dotor o pessoal não vai perdoar, eles vão cair de pau em cima do senhor, pode esperar...".

Dei mais umas risadas com "Zico" e conclui dizendo:

- "Bom 'Zico', tu me conheces, quem viver verá, a gente tem uma história...".

Diante disso "Zico" aproveitou para comentar:

- "Então, dotor, eles sabem que o senhor tem conhecimento, sabem que o senhor fez oposição a eles, e agora eles querem levar o senhor para o lado deles, querem comprar o seu silêncio".

Reiteriei:

- "Bom, 'Zico', quem viver verá...".

Nisso chegou o Delegado "Carlão" que - com sorriso aberto - veio ao meu encontro ainda na sala dos motoristas para me parabenizar:

- "Parabéns, quero já te parabenizar Felipe!"

Devolvi:

- "Eu que quero te parabenizar ‘Carlão’!" 

"Carlão" com seu sorriso carreado de um misto de ironia e felicitações se fez de desentendido e eu aprovei para reforçar:

- "Ah, perguntaram sobre o teu nome e eu disse: 'tá aí,  um ótimo nome'". 

"Carlão" argumentou que não tinha conhecimento para assumir o cargo de "Corregedor da Polícia Civil". 

Horário: 10:50 horas:

Fui conversar com Silvane e ela me disse que todo mundo estava feliz na Corregedoria porque estava sabendo que eu seria o novo "Corregedor" e se isso viesse a se concretizar recomendou que eu aceitasse o cargo...