Dívida
Por EWALD KOCH | 14/10/2011 | PoesiasDevo aos pés, os pulmões que tenho.
Devo ao homem, palavras.
Devo a mulher, carinho.
Devo à criança, compreensão.
Devo ao inimigo, perdão.
Devo à terra, trabalho.
Devo á minha mãe, o meu retorno.
Devo misericórdia, ao cansaço
Devo perdão, aos pecados omissos nas mãos.
Devo a Deus, obediência aos audazes do meu adultério.
Devo alegria, aos gestos impertinentes, os apetrechos nos dias lamuriados.
Devo entender que, triste, errante e infeliz é aquele que cega o obscuro de si mesmo em outro.
Devo, portanto o meu corpo à sepultura do tempo que se desviou a esmo da expiação.
EWALD KOCH