Diversidades raciais

Por ROSEMEIRE SANTOS COSME | 26/10/2015 | Educação

Diversidades raciais

ROSEMEIRE MACEDO DOS SANTOS

O Brasil é um país de diversidades raciais, culturais, religiosas e sexuais. Com isso vem crescendo de forma alarmante os conflitos e violências originadas pela intolerância enfrentada pela sociedade contemporânea dizem respeito à violência multifacetada, decorrentes não só das desigualdades financeiras muito contrastantes em nosso país, como também relacionados ao preconceito, as diversidades em suas várias formas na sociedade.

A sociedade e prática do trabalho, concretiza sua ação profissional no setor das políticas sócio assistenciais, no domínio pública e privada.   Sendo assim desenvolve atividades no enfoque direto da população que busca as instituições e o trabalho do profissional e através da pesquisa, da administração, do planejamento, da supervisão, da gestão de políticas, de programas e de serviços sociais.

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a profissão do Serviço Social e sua trajetória a partir do referencial da Sociologia, da Filosofia, da Ciência Política, e dos Fundamentos Históricos Teóricos e Metodológicos do Serviço Social, visando analisar criticamente.

O Serviço Social é o curso superior responsável pela formação de Assistentes Sociais para trabalhar no procedimento de viabilização de direitos da Cidadania das pessoas de uma sociedade. O profissional em sua prática tende interferir no procedimento da desigualdade social, por exemplo, a fome, miséria, violência, desemprego, portanto diante das diferentes expressões da semelhança entre capital e trabalho. Com isso compreendemos que estas inclusões tendem especialmente a economia e diferentes condições de vida dos trabalhadores.

Os Serviços Sociais, como uma profissão emergiu em um contexto sócio histórico brasileiro definido, no período da passagem do livre comércio para o monopolista, e possuiu ao longo de sua trajetória diferentes parâmetros no que diz respeito aos aspectos éticos, técnicos, políticos e metodológicos.

Marilda (2004) nos revela que a luta pela concretização, consolidação, do projeto político profissional do Serviço Social brasileiro apresentou grande marco nos anos 90, os efeitos conseguidos foram decorrências da força política que a categoria teve por meio de instituição organizacional. O projeto ético- político do Serviço Social na contemporaneidade vem se consolidando nas últimas duas décadas foram reformuladas legislações que compõe a legislação brasileira para o Serviço Social.

Portanto à diversidade é o anseio de toda a sociedade que busca trilhar um caminho de democracia plena, baseado em princípios de igualdade entre os cidadãos.

Por fim, defende-se que em uma sociedade que respeita e convive com a diversidade, essa sociedade não pode confundir diferença com desigualdade.
O que se refere à temática racial, a nova Constituição introduziu a criminalização do racismo (que posteriormente definiu os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor com a lei 7716/1989), o reconhecimento ao direito de posse da terra às comunidades quilombolas e a criação da Fundação Cultural Palmares.

Ainda que a escravidão tenha sido abolida, seus efeitos ainda se perduram no decorrer da sociedade brasileira, uma vez que, não foram adotadas medidas sociais complementares em benefícios dos alforriados e nem ocorreu uma renovação significativa de consciência quanto à questão dos direitos reais dos afrodescendentes.

Mas sempre deparamos com a questão: o que a Sociedade Brasileira vem fazendo quanto à violência Afrodescendentes?

A questão dos afrodescendentes é um tema que vem desde os tempos da colonização no mundo, mas, que segue presente na nossa sociedade até hoje. Visualizando por meio de uma perspectiva interdisciplinar, filosófica, sociológica e ciência política é ainda uma questão polêmica e geradora de tensões e contradições, sobretudo no contexto de sociedades, como é o caso do Brasil, que possui uma heterogeneidade cultural vívida na sociedade.

            A violência contra os afrodescendentes não ocorre somente no Brasil. Faz parte da violência social em geral e estabelece um fenômeno em muitas sociedades. Várias expressões dessa violência são tradadas como uma forma de agir como se fosse normal e natural ficando oculto nos usos nos costumes e nas relações entre as pessoas tanto no Brasil como no mundo.

Douglas Belchior (2001) explica que “O jovem negro tem, hoje, oportunidades que seus pais não tiveram, mas isso não significa que temos oportunidades iguais olhando para trás, o avanço é inegável”. O passado do negro, explica sua posição social inferior na contemporaneidade, muitos resquícios das práticas escravistas vieram a contribuir para que ele passasse a ocupar os piores lugares no mercado de trabalho, as mais baixas remunerações e vestisse o manto de uma postura de malandragem e erotismo.

Hoje, talvez o maior desafio ao se tratar da identidade dos afrodescendentes seja incorporar, na nossa realidade, elementos positivos que vão além do reconhecimento das injustiças históricas cometidas contra a população negra e a denúncia do preconceito, das atitudes e das práticas discriminatórias.

A luta pela real democracia racial e das desigualdades raciais, o Assistente Social tem que estabelecer uma nova identidade, para interferir na realidade vivenciada na sociedade, consciente da sua capacidade de modificarem-se seus usuários de elementos em sujeitos históricos, com condições de modificar o seu dia-a-dia excludente no meio de pessoas preconceituosas.

Mesmo que tal política arrisque transformar a realidade em relação ao procedimento de inclusão dos afrodescendentes, os caminhos ainda são muito tímidos e devagar para alcançar os objetivos da transformação. O que precisa ficar claro é a questão da conscientização, sem essa atitude, não existe política que faça mudar esta injusta realidade na sociedade.

 

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BELCHIOR Douglas, membro da Coordenação Geral da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro Brasil) 2001.

MACEDO, Rosemeire dos Santos. Diversidades raciais. Alto Araguaia – MT, 2015.

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