Dispensar os ministros constrange o chefe do Governo marroquino
Por Lahcen EL MOUTAQI | 20/09/2018 | PolíticaO chefe do atual governo marroquino continua a ignorar as razões de seu afastamento a título do Ministério de relações exteriores do governo anterior de Benkirane.
Saad Eddine El Othmani, Secretário-Geral do Partido da Justiça e do Desenvolvimento, atual chefe do governo vive o seu primeiro teste diante do parlamento e do seu partido que o obriga a revelar as razões dos afastamentos dos ministros de seu governo, na reunião do Conselho Nacional, realizada no quadro da sua sessão extraordinária, sábado 14 de setembro, a Rabat, Marrocos, cuja imprensa impedida de assistir aos trabalhos, exceto na sessão de abertura, segundo o Jornal da «manhã».
As fontes esclareceram que o chefe do governo não convenceu os membros de seu Partido das exigências que levaram ao afastamento de alguns ministros, na margem das respostas às perguntas, especialmente sobre os motivos do afastamento do Mohamed Boussaid, líder do Agrupamento Nacional dos Independentes, e Ministro da Economia e Finanças, considerado como o «eixo» do Governo do Abdelilah Benkirane e do Governo El Othmani, bem como a continuação de seu governo, revelando apenas sobre o comunicado do gabinete Real, em relação ao princípio da responsabilidade e rendição de contas.
E quando El Othmani, cercado em relação as verdadeiras razões que levaram ao afastamento de Charafat Afilal, líder do partido do Progresso e Socialismo, Secretária do Estado encarregado da água, justificando seu afastamento do cargo devido á reestruturação do Ministério do equipamento, logística e transporte, considerando a gestão da água não é mais das especificidades do governo, mas sim como um setor estratégico do Estado, e, portanto se considerou incapaz de apresentar uma justificação convincente do afastamento da Ministra Afilal, o que inflamou a crise no meio da maioria do governo, envolvendo os líderes do Partido do progresso e do socialismo, acusando o chefe do governo de traição política, e continuar a sacrificar-se pela segunda vez os líderes deste partido, apesar dos partidos terem uma acordo de aliança política e estratégica.
Para afastar o fantasma de acusação de traição política, El Otmani salientou que por sua vez ignorar as razões de seu afastamento do cargo de ministro das Relações Exteriores no governo de seu antecessor Benkirane, acrescentando que existe coisas aconselháveis a ficar na sombra e ser desconhecidas, embora os jornalistas têm escrito muito sobre o fato.
Para garantir a consolidação das fileiras de seu partido, e evitar qualquer possível deserção, encontrou-se el Otmani na defensiva de suas opções, usando declarações de seu antecessor Benkirane que provocou muito controverso, visando a trazer o maior apoio ao Secretário-Geral, e alcançar o sucesso nas reformas ordenadas pelo rei Mohammed VI.
O chefe do Governo enviou muitas mensagens durante a apresentação do relatório político, sublinhando que não há reforma no Marrocos sem o rei e, sob sua liderança, anotando que « o Conselho Nacional se realizou depois de dos discursos reais e dirigidos em duas ocasiões, a festa do trono e a festa da revolução do rei e do povo», precisando a rol do envolvimento dos marroquinos na reforma e na responsabilidade para participar nos diferentes obras do desenvolvimento socioeconômico.
Enfim, o primeiro-ministro esclareceu que os Partidos devem trabalhar para o avanço das funções constitucionais e políticos, tornando-os mais ansiosos para ouvir o pulso dos cidadãos e responder as suas aspirações, permitindo ao governo fazer face e resistir às forças que agravam a corrupção e o despotismo, bem como a redução dos fatores de desespero e de frustração no seio das camadas sociais.-
Lahcen EL MOUTAQI, Professor Universitário- Rabat