Dilema
Por Heloisa Pereira de Paula dos Reis | 28/11/2011 | CrônicasO vento acariciava seus cabelos e ela nem se dava conta do carinho recebido. Estava sem alma... Não mais entendia o que era ser acarinhada.
Passou a viver num dilema sem fim.Mostrava-se ineficiente frente às razões mesquinhas que lhe eram apresentadas. Tanto tempo perdido em conflitos, em discussões intermináveis que não levavam a nada... Apenas ao desgaste que se agigantava cada vez mais e mais.
Sentimentos não eram mais respeitados. Cada um cuidava do seu e ponto.
O arrependimento dos passos percorridos no decorrer de sua vida, a fez perceber que não poderia mais mentir para si mesma.
O passado vivido não poderia fazer com que ela trouxesse para o presente a paz tão desejada.
Mas e daí, fazer o que para que a situação fosse revertida? Nada.
O sentimento de anulação sufocava as lembranças dos prazeres já vividos, fazendo com que outras lembranças tomassem o seu lugar... As não tão boas assim.
As perspectivas de que algo melhor ou mais prazeroso fosse acontecer, passava ao longe... A perder de vista.
Carregava seus problemas de um lado para outro. Pobre mulher... O desassossego que a acompanhava era inevitável, inquietante mesmo. Fazia com que ela relembrasse tudo com detalhes.
Melhor tolerar a ambiguidade e a indecisão que sentia como se fosse um antídoto perfeito, do que aceitar intenções generosas... E contraproducentes.
Não era nada fácil dissipar seus problemas. A revivencia do amor acabado estava sempre a seu lado, não a abandonava. Nunca.
Era susceptível a todos os problemas que a ela se apresentavam.
Mas, num esforço infatigável, interpretava a vida a seu modo. Tentava redesenhá-la, perseguindo quimeras.
Como se possível fosse...