DILEMA ÉTICO NO CONSUMO DE CARNE

Por N J Lourenço | 14/12/2015 | Filosofia

­DILEMA ÉTICO NO CONSUMO DE CARNE

 

N J LOURENÇO

 

resumo

A utilização da proteína animal é hoje elemento central na dieta ocidental e acresce nos dias atuais que o poder econômico das indústrias alimentícias amplia de forma considerável o consumo a partir de uma perspectiva de mercado e estimulam a pratica com campanhas de marketing. Há uma componente cultural que é também massivamente explorada pelo mercado. No caso brasileiro, o passado colonial foi trazido para dentro de casa e assim desde habitações humildes até as “varandas gourmets” dos prédios da classe média, a proteína animal é presente em quase todas as reuniões sociais. Apesar do aparente domínio do consumo de proteína animal, não são poucos os pensadores que se dispõem a olhar de maneira crítica sobre a questão do consumo de carne tendo razões que abrangem aspectos como saúde, religião ou simples compaixão para com os animais. Como fundamento teórico deste trabalho será interpretado visões distintas sobre qual o lugar que os animais possuem no contexto moderno confrontando-se inicialmente o pensamento cartesiano ao pensamento utilitarista de Benthan. A superação do dilema do consumo de carne animal é visto neste trabalho como resultado de um processo no qual o consumidor suprime os atributos relativos aos animais de forma a torna-los apenas objeto a ser consumido.

 

palavras-chave:

Consumo; Proteína animal; Cultura; Especismo

INTRODUÇÃO

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Kuhn (1970) em sua obra “A estrutura das revoluções científicas” deixa patente que uma mudança de paradigmas é feita de forma tempestuosa, com quantidade majoritária inicial contrária, e cita, entre outros exemplos, a destituição da astronomia geocentrista (Ostermann,1999) da idade média,  que transformou a visão científica e social que se seguiu. 

Outras mudanças notadamente sociais foram duramente combatidas como, por exemplo, a libertação dos escravos nas três Américas. O inicio da campanha feminista por Wollstonecrft (MIGUEL,2015.) suscitou, por exemplo, réplicas de duvidosa honestidade intelectual a partir filósofo neoplatonista Thomas Taylor, o qual em um texto satírico intitulado “Uma reivindicação dos direitos dos brutos” argumenta que  esperava que seu ensaio, que tratava dos direitos dos brutos, pudesse ser seguido com brevidade por outros autores que defendessem os direitos dos vegetais e das rochas (TAYLOR, 1792).

Taylor argumentou por galhofa o direito dos “brutos”, porém Benthan, ao contrário, levou a sério e adicionou ao pensamento da sua época a seguinte afirmação:

 “Virá o dia no qual os animais irão adquirir aqueles direitos aos quais nunca deveriam ter sido subtraídos a não ser pela mão da tirania....A questão não é podem eles raciocinar? Ou, podem eles falar? Mas sim, podem eles sofrer?” (BENTHAN apud , LOMASKY 2013, p. 177).

 Com esta proposição Benthan inicia uma nova narrativa em contraponto especialmente ao pensamento cartesiano pois Benthan não se fixa na questão se o animal pode ou não pensar, enquanto Descartes faz central esta ideia quando diz:

[...] o argumento principal que pode nos convencer de que os animais não têm razão é que [...] nunca foi observado que qualquer animal tenha alcançado um tal grau de perfeição de modo a ser capaz de nos indicar por voz­­ , ou por outros sinais, alguma coisa que pudesse ser referida como pensamento apenas, em oposição a movimento meramente natural. ”(DESCARTES, apud ROCHA 2004,p.356).

A escolha do alimento de uma forma geral é influenciada por apelos muito além de necessidades nutricionais e fisiológicas. O meio cultural e as interações sociais influenciam decisivamente no cardápio (SHEPHERD 1999,p.807). A questão da alimentação e do consumo de derivados de animais, notadamente a carne, no âmbito sócio cultural pode adquirir carater de ordem éticaem desfavor do consumo.

Neste trabalho, como fundamentação teórica, são interpretadas as visões distintas sobre qual o lugar que os animais possuem no contexto moderno confrontando-se inicialmente o pensamento cartesiano ao pensamento utilitarista de Benthan em detrimento de outras contribuições importantes como, por exemplo, Kant que a partir de um discurso antropocêntrico não vê empecilho moral em si ao tratarmos animais com crueldade, mas não o devemos fazer para não contaminarmos os bons sentimentos humanos e sermos capazes de fazer o mesmo aos nossos semelhantes (KANT apud PAIXÃO.2001.p52), assim, segundo o filosofo "nossas obrigações com os animais são apenas obrigações indiretas, isto é, direcionadas à humanidade" (KANT apud PAIXÃO – 2001.p53).

Por fim este trabalho sustentará que ao consumo de proteína animal é hoje resultado mais de práticas culturais reforçado por uma politica de mercado que necessidade de consumo de proteína animal.

1 – Somos tão diferentes?

O personagem machadiano Brás Cubas, lamenta em um episódio a perda de um filho em um estágio embrionário “no qual não se distingue um Laplace de uma tartaruga”. A visão machadiana, visão de igualdade  pelo menos de forma inicial entre os seres vivos.

O pedestal no qual a humanidade se colocou como supõe a tradição religiosa cristã insiste na imagem e semelhança com Deus,  (GÊNESIS 1:26-27, 1999) vê-se cada dia ameaçado, neste sentido o antropocentrismo narcisista no qual esta inserida boa parte da raça humana tem sofrido reveses através dos tempos.

Quando Copérnico demonstrou que a terra não estava no centro do universo com o sol a girar em seu entorno e vale notar que com relação a este tema, houve posteriormente outra guinada dada pela teoria da relatividade a qual considera que todo o universo está em movimento de tal forma que não faria sentido dizer que A gira em torno de B, a não ser como posição referencial tomado de forma aleatória.

Nesta linha Darwin indicou que a espécie humana, longe de surgir pronta, tinha passado por um processo evolutivo e que possuía um ancestral comum com os grandes primatas. para piorar a auto-confiançana capacidade racional do homem Freud argumentou que o homem de racional tem pouco, pois parte importante de suas ações ocorrem em nível inconsciente logo, muito além da razão.  

Uma similaridade mais acentuada entre os animais não humanos e a nossa humanidade fica evidente nos chamados primatas superiores como é o exemplo da gorila Koko. Este animal   em pouco  mais de 2 anos adquiriu um vocabulário de 100 palavras  língua de sinais pode combinar de modo entendível em uma sequencia de até 11 símbolos e  da mesma forma  experimentou em rápida expansão de sinais  e possivelmente relações gramaticais similares àquelas expressaram por crianças humanas nas fases iniciais da aquisição da linguagem (PATTERSON,1979,p72).

 Pesquisadores neste século em adição ao exposto anteriormente calcularam que o genoma dos seres humanos e algumas espécies de macacos são correspondentes em mais de 95% (PRUFER,2012). Evidentemente as relações de igualdade não param nos símios, temos também genomas semelhantes a outros animais como ratos, zebras, entre outros.

 

 

 

2     – Alimentação animal, mercado e cultura

 

A carne animal em especial a bovina é um commodity, isto é, um produto primário negociado nas bolsas de valores em todo o mundo com preço que varia conforme leis de oferta e procura. O faturamento bilionário coloca o Brasil em posição de liderança na exportação, seguido da Austrália e Índia (SOUZA, 2008). No caso brasileiro é notória a bondade dos bancos estatais de desenvolvimento com o setor de produção de carne. Desta forma a propaganda tanto em termos de consumo direto da carne como de aceitação do consumo da carne é constante.

Soma-se ainda o fato de as pessoas gostarem do sabor da carne a mesma se tornou constante nos eventos sociais. Os meios oficiais são cuidadosos ao mostrarem que o consumo de carne pode vir a ser prejudicial à saúde e desta maneira, poder econômico, propagandas com as suas interferências pragmáticas aliadas a uma condição cultural favorável são armas poderosas contra os que não querem consumir ou já não consomem de proteína animal.

No Brasil a carne bovina é consumida de forma ordinária, porém em regiões da Índia, a carne bovina não é alimento. Nos dois países citados os motivos parecem aos olhos dos consumidores (ou não consumidores) locais muito evidentes.

A questão cultural brasileira tem como origem época colonial onde o churrasco surge inicialmente nos pampas gaúchos no decorrer dos séculos XVII e XVIII introduzidos pelos colonizadores (MACIEL,p14) e chega ao século XXI com capacidade renovada, revestida da ideologia de mercado e assim  encontra espaço desde pequenas habitações populares nas periferias das grandes cidades até apartamentos de classe média alta, com as suas indefectíveis “varandas gourmets”.

No caso indiano, as motivações para o não consumo são de origens religiosas e centrada em torno da ahinsa que é uma renuncia completa em matar ou prejudicar animais sendo este um ensinamento védico anterior a 2000 AC.(ROY,1955.p.9). Também por motivos religiosos não são motivos de alimentos os porcos pelos judeus (ROSENBLUM, 2010.p) conforme pode ser também visto na comédia “When Pigs Have Wings” (STIBAL, 2011). Há ainda uma assustadora e bizarra pletora de exemplos de consumo de carne animal que podem variar de comer macacos e tantos outros seres vivos.

Os exemplos anteriormente citados colocam em questão que a maioria do consumo animal (ou de não consumo) atual é sustentada a partir de posicionamento ideológico, ou seja, não é necessário haver a real necessidade para o consumo.

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3– Paradoxo entre não fazer mal a um animal e o desejo de consumo

 

            Para um número de consumidores comer um animal leva a dilemas  éticos onde a visão de automato colocada por Descartes, não configura argumento razoavel.

[...] à grande quantidade de ossos, músculos, nervos, artérias, veias e todas as demais partes que há no corpo de cada animal, considerarão esse corpo uma máquina que, feita pelas mãos de Deus, é incomparavelmente bem ordenada e tem em si movimentos mais admiráveis que qualquer uma das que podem ser inventadas pelos homens (DESCARTES,2001 – p.62-63)

 Como imaginar que nada há de errado em comer proteínas provenientes de um boi e se abster com horror a comer proteínas provenientes de um cachorro? Para superar o dilema um modo efetivo é a negação das capacidades emocionais e cognitivas dos animais pode reduzir a barreira moral que impeça a sua utilização como alimentos.

Por exemplo, um cachorro, criado no meio familiar, mostra um compromisso emocional inquestionável para com os seus donos, conforme pode ser visto no filme “Red Dog” (STANDERS. 2011), baseado em história real de um cão que atravessou a Austrália em busca do seu dono. Tais animais teriam uma experiência emocional de “alto nível” (ROTHGERBER,2013) e seriam poupados. Por outro lado uma tartaruga não responderá emocionalmente ao seu dono depois de uma longa estadia e teria uma experiência emocional supostamente de “baixo nível”, assim seria mais fácil sacrifica-la. Logo é muito mais fácil comer uma tartaruga que um cachorro.

O conhecimento atual do sistema nervoso dos animais por parte da ciência responde ao questionamento de Benthan relativo ao sofrimento ou não dos animais. A resposta é no sentido de afirmar a dor como parte das respostas geradas aos estímulos a partir do sistema nervoso dos animais que possuem uma elevada a complexidade (KLAUMANN,2008).

A questão de Benthan, se o animal pode ou não sofrer, foi respondida a partir dos estudos do sistema nervoso dos animais, assim resta saber se a espécie humana tem o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies, consideradas inferiores a partir da construção de uma narrativa cuja base de sustentação é a mesma que um dia fez, por exemplo, a escravidão humana aceita moralmente. No passado o escravismo, hoje em uma forma de preconceito denominada especismoSINGER (1993,p55).

 

No momento nosso mundo é baseado no sofrimento e na destruição de milhões de não-humanos. Perceber isto e fazer algo para mudá-lo de maneira pessoal e pública é, submetida a uma mudança de percepção, semelhante a uma conversão religiosa. A partir disto, nada será visto da mesma forma, pois uma vez admitido o terror e a dor de outras espécies a menos que você resista à conversão, estará sempre ciente dos sofrimentos sobre os quais a nossa sociedade é mantida em funcionamento.

 

 

 

 

4 – CONCLUSÃO

 

A escolha alimentar não pode ser considerada em sí como autônoma, pois esta inserida em um contexto dinâmico onde fatos sociais como mercado, cultura e religiosidade atuam de modo coercitivo. Porém aos que apesar do cerco ideológico possuem capacidade autônoma de definir a forma pessoal de dieta a ser seguida, restaria ainda o dilema colocado sobre a alimentação de proteína animal, pois os métodos empregados durante todo o processo, desde o manejo do animal até a sua industrialização final é violento e produziu em algum momento dor ao animal que foi sacrificado. Os animais são cada vez mais criados em confinamento e se mantem saudáveis para o consumo posterior a partir da utilização de antibióticos, devidamente autorizado pelas autoridades sanitárias.

O dilema pode ser enfrentado com um alheamento do consumidor o qual pode ser um alheamento proposital. O alheamento proposital do comedor é atingido quando este adota a estratégia de desengajamento moral ao não levar em consideração ou não se importar com aspectos relativos ao bem-estar animal, diminuindo a importância dos atributos dos animais não fazendo conexões de semelhança entre humanos e não humanos (LOUGHNAN,2014.p 106).

O desengajamento moral tem como central a repulsa da possibilidade de ser testemunha direta da tortura ou do sofrimento de um animal. ŽIŽEK (2009,p13.) utiliza o argumento anterior, repulsa da tortura, para o caso específico de seres humanos, e acrescenta que é muito mais difícil torturar um indivíduo que disparar um míssil à distância que causaria a morte milhões de pessoas.  Isto é também válido para o consumidor que não mata o seu próprio animal, mas aciona o equivalente ao míssil quando abre a carteira e estimula o consumo.

O desengajamento é mais efetivo quando se produz um obscurecimento completo entre início e fim do processo de alimentação. Nunca se verá a cena cruel de bois a serem mortos e minutos depois esquartejados em um processo meticulosamente racional em uma linha de produção da indústria pecuária, mas sim uma personalidade televisiva popular sorridente a recomendar o consumo. Não há possibilidade de relacionar o Mc Lanches feliz, devorados pelas crianças no shopping com a morte dolorosa de um bovino e da mesma maneira não é possível imaginar que aqueles pedaços geométricos e higienicamente embalados apresentados nos supermercados foram algum dia um ser vivo.

  

referências

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abstract

Animal protein as part of everyday nutrition is common today as it was in the past. Nowadays economic power of food industries expands considerably the consumption and stimulates the practice with marketing campaigns. There's also a cultural component which is massively exploited by the market as well. In the Brazilian case, our colonial past was brought into the house and from humble dwellings to gourmet terrace of middle-class buildings, animal protein is present in almost all social gatherings. However there are everyday people who are willing to think critically about the subject. The reasons are variable and may be for health, religious or feeling of compassion for animals. In this work is observed that flesh consumption is more a matter of market than needs animal protein. As theoretical basis of this work will be played separate visions about what place that animals have in the modern context by confronting initially Cartesian thinking against utilitarian thinking of Benthan. Finally animal meat is seen as a result of a process in which the consumer removes the attributes relating to animals in a moral disengagement. 

keywords

Consumption; Animal protein; Culture.

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