Didática no Ensino Superior

Por jotony lima lima | 19/10/2009 | Educação

Artigo Científico
Jotony da Costa Lima

Jotony da Costa Lima é Bacharelado em Administração de Empresas concluído em 2006 pela Faculdade Adventista de Administração da Bahia (IAENE). Atualmente é Pós-graduando em Administração com ênfase em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional, em andamento pela Faculdade Adventista da Bahia.

Keywords:Educação-qualidade-tecnologia da informação.

A docência no ensino superior

Para melhorar qualidade de ensino são necessários professores qualificados e competentes, devidamente recrutados, com excelente formação acadêmica e condições adequadas de trabalho, além de possuir boas qualidades pessoais, possibilidades profissionais e motivação requerida. (DOLORS, 1999)

Qualidade de ensino é determinada tanto pela formação inicial como os programas de formação contínua, podendo ser recorrido pelos professores através das tecnologias da informação e comunicação adequada. Já a qualidade da formação pedagógica depende dos meios de ensino manuais, utilizadas para tornar eficaz a aprendizagem, oferecendo ao aluno o conhecimento por meios  tecnológicos, permitindo a difusão ampla dos documentos audiovisuais e recursos da informática, enquanto cabe aos professores estimular a capacidade de questionar, interagir e analisar diferentes hipóteses, desenvolvendo qualidades de ordem ética, intelectual e afetiva nos seus alunos. (DOLORS, 1999)

A formação da qualidade para futuros professores requer investigação para melhorar o ensino e a pedagogia, incluindo o contato com outros profissionais experientes e investigadores nas próprias disciplinas entre os institutos de formação pedagógica e a universidade, somando a colaboração dos pais na assiduidade dos alunos nas escolas. (DOLORS, 1999)

A docência do ensino superior nas universidades qualifica o professor, como "transmissor de conhecimentos", pois conhece o assunto da sua especialidade e o transmite, com competência, porem sem relacionar o conteúdo específico com a vida real. Já o professor que exerce a função de conscientizador das questões estruturais e como crítico deixa de lado sua função formadora e informadora, não transmitindo nem criando conhecimentos, perdendo-se totalmente na crítica excessiva. Também pode ser encontrado o pesquisador eficiente e consagrado, que se dedica  ao estudo e à pesquisa cientifica relevante e altamente contributiva para o avanço das ciências, promovendo o menor número de aulas possíveis, privando da curiosidade  científica os futuros pesquisadores. (VASCONCELOS, 1998)

A contribuição dos professores é fundamental como um apoio na formação de atitudes positivas dos jovens perante o estudo, despertando a curiosidade, desenvolvendo a autonomia, estimulando o rigor intelectual, criando as condições necessárias para o sucesso da educação formal e permanente, encorajando possíveis conquistas ao encarar o futuro com confiança e responsabilidade, favorecendo a compreensão mútua e a tolerância. (DOLORS, 1999)

Os professores e a escola encontram-se confrontados com novas tarefas de fazer da escola um lugar mais atraente para os alunos, fornecendo compreensão sobre a sociedade da informação, por isso, devem organizar experiências de aprendizagem praticadas no exterior, estabelecendo ligação entre as matérias ensinadas e a vida quotidiana dos alunos. (DOLORS, 1999)

Atualmente as decisões dos alunos influênciam diretamente as condições e exigência do trabalho dos professores, que deve estabelecer uma nova relação com quem estão a aprender, tornando-se não já alguém que transmite conhecimentos, mas aquele que ajuda os seus alunos a encontrar, organizar e gerir o saber, através do trabalho e diálogo com o professor, ajudando a desenvolver senso crítico do aluno, contribuindo para a formação da capacidade e do sentido das responsabilidades individuais, capazes de prever e adaptar-se às mudanças. (DOLORS, 1999)

O rápido aumento da população escolar no mundo trouxe um recrutamento de candidatos a professores, nem sempre qualificados devido aos  recursos financeiros limitados, degradando as condições de trabalho. Para que as universidades e os institutos de formação de professores sejam reconhecidos devem priorizar a melhoria da qualidade e da motivação, enfatizando o ensino primário e secundário dos alunos, para que eles sejam acadêmicos conceituados no futuro, pois é no estágio inicial da educação básica que se formam a atitude dos alunos em relação ao estudo, superam dificuldades tais como a pobreza e o meio social.

O perfil do docente universitário requer um profissional que conheça profundamente o campo de atuação, faz análise criteriosa do conteúdo a serem transmitidas, investigações empíricas, sabe ensinar, sendo capaz de produzir um novo conhecimento, através da inovação e criação. Segundo Cunha (1992), a concepção que se tem de educação, exerce influência sobre a proposta de formação/capacitação docente. "Quase todas as propostas atuais contemplam o saber específico, o saber pedagógico e o saber político-social como partes integrantes da formação dos professores". (VASCONCELOS, 1998)

O professor que tenta conciliar a docência de elevado número de aulas nas universidades particulares e a dedicação na pesquisa para garantir um salário razoável, sem descanso ou lazer, conseqüentemente acaba prejudicando uma das duas atividades. No entanto, o professor de Curso Superior com dedicação em tempo parcial entre às suas atividades profissionais a docência será denominado "profissional liberal-professor", possibilitando uma ponte real entre a teoria e a prática profissional. (VASCONCELOS, 1998)

O ensino de nível superior, desenvolve-se centrado em dois pólos principais: o professor e o aluno, devendo reunir os dois elementos-chave num único processo equilibrado de ensino-aprendizagem, cabendo ao docente universitário a reflexão sobre as facilidades e limitações da prática profissional e feedback dos alunos.(VASCONCELOS, 1998)

O docente universitário conhecedor do conteúdo da disciplina sob sua responsabilidade, deve questionar, estabelecer as interligações entre os diversos conhecimentos e efetivar a real iniciação cientifica de seus alunos, criando neles o gosto pelo aprendizado e incentivando-os a buscar conhecimentos novos para atingir saberes. (VASCONCELOS, 1998)

A formação pedagógica do docente universitário, vai além do simples "saber dar aula", abrange aspecto do planejamento de ensino. Por exemplos, os objetivos gerais e específicos; a caracterização da clientela com a qual se vai trabalhar; o conhecimento do mercado de trabalho; as ações em sala de aula; a seleção dos conteúdos; a bibliografia adotada; atividades e recursos de ensino-aprendizagem; avaliação da aprendizagem do aluno e do desempenho do professor claramente definida; construção e reconstrução do conhecimento através da pesquisa; a relação professor-aluno, etc. (VASCONCELOS, 1998)

Para muitos, o exercício do magistério é, e será sempre, uma atividade secundária. Mesmo quando se consideram bons professores e se preocupam com a qualidade de seu desempenho nessa área, não cogitam em abandonar suas profissões de origem, mantendo-se no magistério apenas durante poucas horas semanais, porque a questão salarial é um ponto crucial a ser enfrentado pelo professor, causando forte descontentamento com a remuneração recebida. Dentre as características relevantes aos bons professores estão a boa comunicação, comportamento ético, equilíbrio emocional, criatividade, boa expressão verbal, bom relacionamento interpessoal e comportamento funcional adequado. (VASCONCELOS, 1998).

A Universidade pode ser considerada como centro de treinamento para o serviço da teoria com a prática, com as desvantagens de não poder atender a todos os requisitos ideais e necessários por todas as empresas no geral e cada uma em particular. Os motivos mais apontados por profissionais liberais, como impulsionadores ao exercício da docência no ensino superior, estão ligados ao prazer, ao gosto com o exercício do magistério, porque a grande maioria desses profissionais ingressou no magistério a convite de amigos ou de antigos professores. O que os atraí no início da carreira docente é o reconhecimento da qualidade profissional que esta atividade lhes emprestará considerada como dom para o correto exercício do magistério no aspecto da docência universitária. (VASCONCELOS, 1998)

A situação das universidades nos países avançados é bastante diferenciada, por está em consonância com o modelo econômico e a globalidade definida pelas leis de mercado, enfatizando o valor econômico em relação à distribuição e acesso ao conhecimento, que utiliza como estratégias de ensino e aprendizagem a globalização, adotando programas de qualidade total que buscam padrões de excelência empresarial, formando o trabalhador polivalente.  KAWASAKI, 1997

C. Swaminathan, diretor a 38 anos da universidade indiana PSG College of Technology, defende que o mercado de Tecnologia da Informação, ocorre nas empresas de todo o mundo, buscando parecerias de desenvolvimento de software com companhias e universidades indianas, para êxito no intercâmbio de conhecimento o pré-requisito seria que seus alunos começassem a aprender inglês no jardim-de-infância e possuíssem o crédito estudantil nos bancos, sendo recrutados por companhias como Google, Microsoft, Motorola, Intel e a gigante indiana TCS (tata consultancy Services), em busca de talentos ainda em formação.

 Hoje, a Índia coloca no mercado 200 mil novos profissionais por ano, enquanto as instituições brasileiras formam cerca de 15 mil. No entanto, as expectativas para o mercado interno deve fechar 2007 com receita de US$ 18,6 bilhões, segundo a consultoria IDC, havendo um crescimento de 14,5% em relação a 2006, devido aos salários da indústria e dos serviços de TI serem muito maiores do que os do setor de manufaturados, pois os estudantes preferem o ambiente de trabalho em computadores, salas refrigeradas, ao invés de sujar suas mãos trabalhando no chão de fábrica.

O uso da revolução da TI melhoraria a eficiência e eficácia da indústria e o nível de emprego do brasileiro, favorecendo a renda e o crescimento da economia, por isso, o governo brasileiro juntamente com parceria da iniciativa privada deveria incentivar o ensino da língua portuguesa a todo e qualquer estudante, como é o caso da companhia indiana Tata que emprega hoje duas mil pessoas no Brasil, mas poderia empregar dez mil se, cada um soubesse duas línguas, até três se possível, só assim, essas pessoas poderão se dar bem em qualquer lugar do mundo.

 O governo indiano atualmente é responsável pela educação básica, no entanto, a educação na Índia prevê que a economia esteja crescendo de 9% a 10% ao ano, enquanto a dos Estados Unidos cresce 4%, como resultado do maior interesse dos pobres em educar os seus filhos.

O mercado de Tecnologia da Infamação (TI) vive um boom na Índia, onde contrata cerca de 65 mil novos funcionários por ano, mas ainda encontra dificuldades para  desenvolver projetos enviados ao Brasil. De acordo com o diretor da Faculdade Impacta Tecnologia, Célio Antunes de Souza, há 30 mil vagas em aberto no país pela simples ausência de profissionais de TI qualificados. (JARETA, 2007)

Um dos primeiros passos para solucionar esse problema está no acordo de parceria assinada em junho entre a universidades da Índia Impacta e a PSG College of Technology, com a transferência de conhecimento, intercâmbio de alunos e professores e eventos simultâneos à distância. Para Souza, a parceria com a instituição indiana, pioneira no Brasil, deve alavancar o recrutamento de alunos da Impacta por companhias de tecnologia, como a gigante Tata Consultancy Services (TSC) (JARETA, 2007)

 De acordo com Souza, a parceria também prevê a "exportação" para a Índia do método de ensino da Impacta, como o conteúdo de aulas captado por lousas eletrônicas e disponível para consultar posterior mesmo em casa, via web, CD ou arquivos em formato MP3, e avaliação do aluno pela Internet. (JARETA, 2007).

Referências

1.      DELORES, J. Educação um tesouro a descobrir. 5. ed. Porto. ASA, 1999.

2.      JARETA, Gabril. No caminho  da Índia. Revista Superior de Ensino. Ano 09. nº 106. n. 12-14. São Paulo: Segmento Julho de 2007.

3.      KAWASAKI, Clarice Sumi. Universidades públicas e sociedade: uma parceria necessária. Rev. Fac. Educ. vol. 23 n. 1-2 São Paulo Jan./Dec. 1997.

4.      VASCONCELOS, M.L. A formação do professor universitário. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.