Didática é Teu Modo de Fazer

Por Alberto Silva | 22/12/2009 | Educação

EU SOU

CAÇADOR DE MIM

Alberto Silva

Introdução:

Analisar o texto "relação educação e trabalho" relacionando os tópicos apresentados com a poesia lamento e nada a temer, valendo-se também da música viver de Gonzaguinha e depende de nós de Ivan Lins. Perceber a mensagem dos quatro itens nos tópicos apresentados no texto da apostila ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO- UEA-2005.

O homem é um ser individual desde o nascimento, e per si, só se agrupa para se fortalecer e conquistar. Desa forma desenvolve três grandes dimensões: a) a prática produtiva, quando se relaciona com a natureza; 2) a prática social quando se relaciona com outros seres humanos; 3) a prática subjetiva quando se relaciona consigo mesmo interagindo com os demais, a saber, a prática produtiva e a prática social.

A relação do homem com a natureza, onde por ação, acontece a prática produtiva, a transformação do ambiente pelo ser pensante. (Apud SEVERINO.1994, p49) " Podemos, então, dizer que o homem é um ser de ação, que transforma a realidade (natureza)". Dos homens os mais desditosos são aqueles que não mudam o lugar onde vivem. (SIR EDUWARD III). Esse produzir compartilhando como é pressuposto da socialização exige do ser humano a prática social embasada em quatro pilares segundo o autor do texto analisado: -A cultura e educação, o conhecimento e o trabalho. A ação é necessária a sobrevivência, exatamente neste momento é que o ser humano deixa o individual e vai para o coletivo, ou seja procura os seus iguais para garantir suas necessidades. Na prática social o individual não fenece, permanece no ser humano na ação da prática subjetiva. Essa contradições do ente humano colocam o trabalho como fator de humanização e/ ou desumanização.

Ora se é próprio do humano a individualidade podemos trabalha-la não erradica-la. É do ser humano a exploração do ser humano. Só esta especie escraviza seus semelhantes, só o humano é capaz de matar mais do que precisa para comer, posto que, dado o trabalho e a ação social ele é levado a planejar, a pressupor e visualizar, pois pensa.

A divisão técnica do trabalho social, destinada a garantir a produção econômica, leva a uma divisão social do trabalho técnico de tal modo que o poder econômico é caracterizado pela propriedade, ou seja, as práticas das relações sociais determinam as relações de trabalho que preconizam as riquezas e definem o poder, a saber o capital. (COLYN, 1997, faixa11. lamento) " Deus, até quando a gente vai pode suportar/ Uma falsa igualdade que sutilmente/ Não nos concede o direito. (…) Será que eles não sabem que a chuva que cai do céu/ Não escolhe, vem e molha todos nós". Infelizmente a divisão social do trabalho, bem como a divisão do trabalho social dizem o oposto mesmo nas sociedades ditas igualitárias, pois alguns chegam ao poder, alguns ao conhecimento, outros à educação e uns poucos à cultura e somente muito poucos conseguem os quatro pilares da socialização que humaniza o ser naturalmente humano. (COLYN) encerra " mas enquanto essa paz tão sonhada/ tão desejada não chega/ choro minhas contas choro nas minhas cordas". Essa é a prática subjetiva que nos embala a continuar.

Assim a concepção do trabalho muda, a educação tem por objetivo criar seres humanos capazes de de fazer coisas novas, mas sempre em quantidade que assegure a qualidade sem aumentar o custo produtivo; tudo é pensado par não expandir a prática social do grupo no poder. É nosso dever enquanto educadores assegurar que a educação seja um instrumento de mudança formando pensamentos críticos capazes de re-escrever o que está posto. (MONTENEGRO, Osvaldo SP. UNI.MUSC,2001) Diz: "Nada a temer/ senão o correr da luta". Como transformar se as Academias estão presas ao serviço do seu mestre, e nossos mestres fazem o que o mestre manda. Essa ação subjetiva do poder, pelo poder para o poder nos leva de volta ao individuo que só é coletivo quando precisa vencer, ou seja, sou caçador de mim.

Acultura a educação e a vida se misturam a tal ponto que uma pessoa pode mensura os valores da outra, ou não voltamos aos grupos diz-me com quem andas que dir-te-ei quem és. E o ser se aliena a ponto de: " viver e não ter vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar na certeza de ser um eterno aprendiz". Como pode minha vida ser bonita, se meu vizinho morre de fome e eu me calo, cruzo os braços e vou para o oba, oba.

A distribuição do conhecimento está posta na determinante divisão de riqueza, de trabalho e de relação social e gritam a tal ponto que um faxineiro fica invisivel quando no desempenho de suas funções. Ora se a escola enquanto instituição não pode transformar, necessita de outras tantas para que o processo ocorra (LINS, Ivan. Personalidade, SP. Sony MUSIC,1997) Tem razão quando diz " Depende de nós se esse mundo ainda tem jeito apesar do que o homem tem feito se a vida sobreviverá". Quem vai reduzir o lucro, quem vai reduzir a produção; quem vai buscar construir uma sociedade justa transformando assim as condições desumanas lutando pela humanização do ente ditos humanos.

Conclusão:

A necessidade de organizar o trabalho pedagógico passa primeiro pela conscientização de que o homem é parte da raça humana, que tem como metade a mulher, e que ambos foram crianças adolescentes e tornaram-se adultos e que certo irão envelhecer. A revisão de valores está no subjetivo, pois objeto da atual é formar mão de obra barata e em quantidade de reserva para garantir o baixo salário inclusive dos educadores. O sistema jamais permitirá a expressão subjetiva do humano, que a parte flexível deste animal pensante que pode ser trabalhada se sobressaia ao lucro e ao poder. Se trabalhamos a educação para o trabalho, como evitar o animal competitivo que somos, é parte da natureza humana. O genérico de homem e mulher, é ser humano. Quando pedagogicamente concebermos essa realidade, estaremos a um passo da organização do trabalho pedagógico.

Referência:

Apostila UEA. Organização do trabalho pedagógico – Unid. I- 2005.

Apud- SEVERINO, 1994. P. 59.

COLYN, Rosa Maria. CORES. MOVIE PLAY. 1997. 1 CD. Faixa 11.

MONTENEGRO,Oswaldo. SEM LIMITES. SP. Universal Music. 2001.

GONZAGUINHA. Perfil. Som Livre.2004.

LINS,Ivan. PERSONALIDADE.SP. SONY MUSIC. 1997.