Diários de uma paixão
Por Marcia Dalva Machinski | 31/07/2009 | PoesiasÉ o dia inteiro pensar numa única pessoa... Qualquer coisa, lembrar-te ele...
É, de repente, suspirar... À simples lembrança do seu olhar, da sua voz, do seu nome...
Sonhar acordada... Flagrar-se fazendo planos...
É como um estado de suspensão da alma...
Continuamente fora do chão...
Alheia à realidade... flutuar em pensamentos...
Tudo parecer colorido... em tons de primavera...
Respirar o ar da manhã... Perceber o brilho das estrelas...
Olhar para a Lua... Flutuar novamente em pensamentos...
É involuntariamente deixar a razão de lado...
Nos sonhos, não ter espaço para as burocracias da vida... E, pra tudo, ter uma solução...
Não ver problema algum... É mais uma vez, flagrar-se fazendo planos...
É perfumar-se pela manhã...
Usar um batom discreto... pintar os olhos... calçar anéis...
Procurar no armário a melhor roupa... de preferência um vestido...
Calçar salto alto... Ou abandoná-los aos cantos... só para ficar à mesma altura...
É querer mudar o cabelo pra ficar mais bonita...
Não querer mudar para não correr o risco de desagradar... É flagrar-se, mais uma vez, pensando nele...
É distrair-se, voar longe...
Avermelhar-se ao alguém perguntar... "Onde é que tu tás menina? Tás nas nuvens?"
Perceber que os outros estão te olhando de canto... e dando aquele sorrisinho... quando te vê conversar ou falar dele...
É flagrar-se, mais uma vez, pensando nele... onde estará?...
É sentir frio na barriga quando, simplesmente, ouve pronunciarem o nome dele... Automaticamente arregalar os olhos e pôr os ouvidos em alerta, para tentar saber do que se trata...
É navegar loucamente na internet, buscando saber mais sobre quem ele é...quem sabe o encontrar procurando por ti...
Imaginar loucas formas de de cooperar com o "acaso"...
Querer escrever um e-mail e se declarar... mas, recuar e querer esperar o amor nele brotar...
É flagrar-se, mais uma vez, pensando nele... fazendo planos de futuro...
É querer ficar perto... não se separar... mesmo tendo outras coisas importantes para fazer...
Perder-se no tempo a conversar...
Querer de novo se encontrar...
Esperá-lo... e os minutos se transformarem em horas... quando demora a vir...
Fazer uma festa por dentro e esquecer do tempo de espera, quando o vê chegar...
É mesmo, não querer partir... querer ficar ali... nem que seja, na sala ao lado...
É, outra vez, flagrar-se pensando nele...
Passar em frente a uma vitrine... imaginá-lo dentro daquela roupa...
Querer presentear... mas, ainda, nem é Natal...
É tecer um filme água com açúcar na memória... protagonizá-lo...
Compor um poema... cantar... canções de amor...
É se emocionar ao ver um casal de mãos dadas...
Querer pegar as crianças no colo...
Brincar horas com os sobrinhos...
Se sentir pueril, adolescente, mais jovem...
Enxergar o pôr-do-sol... Suspirar...
E esperar ansiosamente pela próxima manhã!
Olhar para o telefone...
Esperar tocar...
Pular o coração, ao seu tilintar...
Mas, ele nem tem o número... quem sabe, como eu, procurou, descobriu para ligar?...
É voltar para a internet... abrir sua caixa de e-mail, seu orkut... checar
Pegar o celular... será que chegou um torpedo?...
Esperar por um simples, “Olá!”
Mais uma vez, flagrar-se pensando nele...
É ouvir seu nome pronunciado como uma canção, pelos lábios dele...
É o coração gelar, perder o raciocínio, as palavras todas desaparecerem, engolir em seco... ao ser surpreendida, pelo acaso, num encontro casual...
É despedir-se sem saber o que dizer... voltar as costas, mas querer para seus braços correr... ter medo de atravessar a rua... porque todos desapareceram do seu lado... e sua cabeça, onde está?
É punir-se interiormente... quantos discursos eu poderia ter dito? Fiquei louca? Por que não abri a boca?... Por que deixei-o ir?...
É viver um misto de euforia e depressão...
É chegar dando pulos de alegria em frente ao espelho... é entristecer-se... porque só o verá novamente daqui alguns dias... É fazer qualquer coisa, para não mais, nisto, pensar... Mas,
É flagrar-se, novamente, pensando nele... até quando?
É esperar, suspirar, sonhar e não querer acordar...