"O Diálogo é a base de tudo. Que Diálogo?"

Por Simão Menezes Fio | 16/09/2020 | Crescimento

"...O Diálogo é a base de 'tudo'. Que Diálogo?"
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É bonita a maneira como as pessoas olham e acreditam no diálogo como sendo o principal caminho para a resolução de conflitos, sejam estes políticos, religiosos e familiares. Sejam estes entre países, entre instituições ou entre pessoas singulares.

O certo é que, diante do cadeado das complicações, é o diálogo a chave-mestra!

Sim, várias são as vozes que se levantam a favor do diálogo e poucas são as que questionam:
*Que tipo de diálogo?

Aquele em que apresentamos as nossas ideias e os nossos ideiais como dogma?
Aquele em que apresentamos a nossa verdade como sendo absoluta?
Aquele em que não se tem em conta o benefício da dúvida?
*Mas que tipo de diálogo?

O diálogo em que a nossa posição é de inocente e a dos outros culpados?
O diálogo em que nos sentamos na cadeira de juízes e os outros no banco de réus?
O diálogo que nos cura enquanto aos outros magoa?
O diálogo que nos enche de gargalhadas e aos outros faz jorrar lágrimas?

*Mas afinal, que tipo diálogo?
Deverá ser aquele em que ao contrário de ouvir, apressamo-nos em falar?

Humanos! De nada nos servirá o diálogo se o objectivo não for a reconciliação das partes. E para tal, é imperioso que se tenha em conta a velha máxima feliz, segundo a qual:
“Trate os outros da mesma maneira que gostarias de ser tratado.”

Todos são chamados para reflexão profunda porque o tempo urge!

O encontro entre duas ou mais pessoas para dialogar, deve significar entre muitas outras coisas, uma união em busca da razão e da verdade que a ninguém pertence, mas que a todos pode libertar.

Por isso, mais do que ser ouvido, dialogar é ouvir!
Mais do que responder, dialogar é questionar!
Mais do que ser compreendido, dialogar é compreender!
Mais do que merecer atenção, dialogar é prestar a...!

Geralmente as pessoas falam em diálogo simplesmente quando percebem que seus caprichos, seus interesses, princípios e valores são claramente incompatíveis com os de outrem. Ou seja, fala-se em diálogo quando há claros indícios de Conflitos.

É preciso compreender que o diálogo não deve surgir só da necessidade de resolução de conflitos porque existirão sempre e eles por si só, não são maus. E, porque tal como nos prega David Leeper, o conflito é necessário para crescer, mudar e fazer melhor a sociedade e o mundo.

Portanto, não se deve esperar o conflito para dialogar, mas deve-se dialogar para que os conflitos sejam de facto evitados e/ou solucionados pês-embora a presença de um conflito no seio das organizações, das famílias ou até mesmo entre pessoas singulares não significa necessariamente uma falta ou uma completa 'ausência' de diálogo.

Em última linha de pensamento, importa salientar que só poderemos usufruir dos benefícios do diálogo na medida em que formos a desenvolver esforços no sentido de estarmos todos comprometidos com a verdade, porque se assim não for, dialogar continuará a ser ou então parecer inútil.

Em outras palavras, não existe diálogo sem a verdade. E só existe reconciliação mediante o perdão.
Dialogar, para crescer!

Por: Simão Menezes Fio