DIAGNÓSTICOS E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO A TERMO

Por Andressa S. Silva | 07/03/2011 | Saúde

Por ser parte importante do processo de sistematização da assistência de enfermagem, organizei, em conjunto com discentes de uma faculdade de enfermagem onde lecionei, esses diagnósticos e prescrições de enfermagem ao recém-nascido a termo (RNT).
RECÉM-NASCIDO A TERMO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1961), recém-nascido (RN) é a criança que acabou de nascer, até o 28° dia de nascimento. Os RNT são crianças nascidas no período que compreende da 37° à 41° semana e 6 dias de gestação.
Utilizam-se métodos para a classificação dos RN, podem-se citar o Dubowitiz, Capurro e Ballard. Todos incluem análise de sinais físicos e neurológicos (Segre e Armellini, 1985). Devem ser aplicados nas primeiras 24 a 48 horas de nascimento da criança. No Brasil, o método mais utilizado é o do Colorado, que relaciona peso e idade gestacional (IG), atribuindo uma classificação em Adequado para a Idade Gestacional (AIG), Pequeno para a Idade Gestacional (PIG) ou Grande para a Idade Gestacional (GIG).
De acordo com Whaley e Wong (1985), o período de transição do RN dura aproximadamente 24 horas, e é o período em que a criança assume as funções da placenta. Nesse estágio ocorre a transformação da circulação fetal em circulação neonatal (inclui o fechamento do forame oval, ducto arterioso e ducto venoso). Não pode-se desconsiderar que, ao nascer, é realizada a secção e clampeamento do cordão umbilical. Também ocorre a eliminação do fluido pulmonar (processo auxiliado pelo parto normal), e início da ação do surfactante, que foi produzido por volta da 24° semana de gestação. Considere-se aqui, também, a aspiração na sala de parto.
O RNT é um ser homeotérmico imperfeito. Na vida intrauterina, a temperatura corporal era regulada pela temperatura materna. Ao nascer, o RN pode perder calor por quatro mecanismos: evaporação, condução, radiação e convecção (Gaíva e Gomes, 2003). Ocorrem também alterações em todos os outros sistemas do RN.

Considerando estas características do RNT, e utilizando o instrumento da NANDA (2006), proponho os seguintes diagnósticos de enfermagem ao RNT:

  •  Risco para infecção;
  •  Integridade da pele prejudicada;
  •  Amamentação eficaz;
  •  Risco de quedas;
  •  Risco de sufocação;
  •  Risco de desequilíbrio da temperatura corporal;
  •  Risco de traumas;
  •  Risco de aspiração;
  •  Risco de constipação;
  •  Proteção ineficaz.


Baseada nestes diagnósticos de enfermagem, sugiro os seguintes cuidados de enfermagem, que devem ser prescritos pelo enfermeiro responsável:

  •  Verificar e registrar temperatura corporal e frequência respiratória a cada 3 horas;
  •  Curativo do coto umbilical com álcool 70% a cada 8 horas;
  •  Supervisão contínua de amamentação e eructação;
  •  Organização adequada do berço;
  •  Manter Decúbito Lateral Direito (DLD);
  •  Verificar e registrar peso diariamente;
  •  Verificar e registrar eliminações (mecônio e diurese);
  •  Observar manifestações de sinais flogísticos;
  •  Comunicar qualquer alteração.


REFERÊNCIAS:
GAÍVA, MAM e GOMES, MMF. Cuidando do neonato: uma abordagem de enfermagem. Goiânia: AB, 2003.
NANDA. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2005-2006. Tradução: Cristina Correa. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SEGRE,CAM e ARMELLINI, PA. RN. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 1985.
WHALEY, LF e WONG, DL. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Public health aspects of low birth weigth. (Technical report, series, 217). 1961.


*Graduada em Enfermagem e Filosofia, especialista em Bioética e Unidade de Terapia Intensiva, docente de Filosofia para o Estado de São Paulo e enfermagem em cursos técnicos.