Diabetes Infantil na Escola: Um Breve Resumo do Papel dos Educadores na Promoção da Inclusão e do Bem-Estar de Crianças Diabéticas

Por Jéssica Georgia Rosa Barros | 18/12/2023 | Educação

RESUMO

Atualmente, a Diabetes é uma das doenças crônicas com maior incidência na população, sendo o Brasil o 5º país com manifestação desta enfermidade, com cerca de 16,8 milhões de adultos e 1,1 milhão de crianças portadores de Diabetes. Entretanto, embora muito associada a adultos, estima-se que uma em cada 8 mil crianças é diabética e recebe o diagnóstico ainda na primeira infância, tendo uma elevada crescente em comparação com a década de 90, na qual uma a cada 15 mil crianças possuía a doença. Dessarte, tornando-se uma preocupação crescente na infância, é crucial o entendimento e preparo dos educadores sobre essa condição no ambiente escolar, a fim de promover um meio educacional acolhedor e saudável para todos os alunos, regido a inclusão e cuidado como previsto na Educação Infantil.

 

INTRODUÇÃO

  1. Entendendo a Diabetes Infantil

A Diabetes é uma condição crônica na qual o metabolismo corpóreo é incapaz de processar a glicose garantida no estado absortivo, ou seja, quando há ingestão de alimentos. Essa enfermidade pode ser causada por fatores genéticos ou hábitos cotidianos, sendo respectivamente caracterizadas como diabetes tipo I e tipo II, que será tratada brevemente no artigo, com foco principal no contexto da Educação Infantil.

 

  1. 1. DIABETES TIPO I E II

A Diabetes Mellitus I tem como origem a genética familiar, na qual o indivíduo produz anticorpos que atacam o pâncreas, principal órgão para a produção de insulina, hormônio que metaboliza a glicose no sangue e a utiliza como fonte energética, inativando a produção de insulina ou deixando-a insuficiente. 

A Diabetes tipo II, entretanto, não é causada por fatores genéticos, mas sim por alimentação e hábitos cotidianos, sendo caracterizada como resistência à insulina, ou seja, dificuldade da ação de insulina pela ingestão exacerbada de açúcares e carboidratos.

Assim sendo, no âmbito infantil, a diabetes I é a mais comum, sendo necessário o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, essenciais para garantir que as crianças com diabetes levem uma vida saudável e normal.

 

  1. 2. Dificuldades de inclusão da criança diabética na escola

Como se sabe, a diabetes ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente, sendo o hormônio que controla o nível de açúcar no sangue. Dito isso, crianças com diabetes enfrentam desafios únicos na escola, implicando no desenvolvimento pleno destas.

Flutuações nos níveis de açúcar no sangue podem afetar a concentração, a energia e até mesmo o comportamento. Ou seja, as crianças diabéticas sofrem frequentemente episódios de hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) ou hiperglicemia (alto nível de açúcar no sangue), que interferem em sua capacidade de participar ativamente das atividades escolares, exigindo, pois, maior atenção e cuidado por parte dos educadores e familiares. 

Isto posto, é evidente a dificuldade para inclusão de crianças portadoras de diabetes na Educação Infantil , a qual é causada pelo modelo educacional excludente de atividades e meios de aprendizagem não adaptados para as carências de alunos diabéticos. Em conseguinte, faz-se necessária uma transformação na adequação e preparo de educadores e escolas, a fim de garantir a todos, independente de condição de saúde, um ambiente escolar acolhedor e inclusivo.

 

  1. 3. A diferença dos profissionais da Educação Infantil

Os educadores têm um papel fundamental no apoio a crianças com diabetes, já que, com a criança quando imersa no ambiente escolar, os familiares e responsáveis deixam estes cientes dos sintomas da doença e como devem agir em casos de emergência. 

Para tanto, deve-se adaptar estratégias pedagógicas em prol das crianças com diabetes. À exemplo disso, pode-se permitir pausas regulares para lanches ou monitoramento do açúcar no sangue para manter os níveis de glicose estáveis. Além disso, a integração de atividades físicas moderadas no currículo pode ser benéfica, uma vez que o exercício ajuda a regular o nível de açúcar no sangue. 

Com isso, busca-se criar um ambiente inclusivo e compreensivo com a criança e para com os outros, na medida em que os professores trabalham em estreita colaboração com os pais e profissionais da saúde para garantir que as necessidades da criança sejam atendidas.

Portanto, a comunicação entre a escola, os pais e os profissionais de saúde é vital. Faz-se mister, pois, que os pais informem a escola sobre qualquer mudança no plano de tratamento da criança ou se ocorrerem episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia. Por sua vez, os educadores devem comunicar aos pais quaisquer preocupações ou observações sobre o bem-estar da criança, visando, sobretudo, garantir que esta tenha acesso a uma educação de qualidade. Outrossim, é necessário também a promoção de instruções pelos pais e médicos à escola em como atuar mediante um episódio de hipoglicemia ou hiperglicemia, mediando um ambiente mais seguro e tranquilo para as crianças em período de aprendizagem.

 

CONCLUSÃO

Mediante ao exposto, é evidente a crescente de crianças com diabetes na Educação Infantil e a necessidade de atenção e apoio das escolas para cuidado e inclusão destes. Tal imprescindibilidade se faz presente pelo papel crucial que educadores e profissionais do meio educacional possuem na promoção da inclusão e bem-estar de alunos portadores de diabetes. Portanto, a comunicação efetiva, adaptação de estratégias pedagógicas e preparo profissional são primordiais para criar um ambiente educacional acolhedor e saudável, independentemente da condição de saúde da criança. 

 

 

  1. Adriana Peres de Barros: Graduação  Pedagogia; Especialização em Educação Infantil e Psicopedagogia.

  2. Jane Gomes de Castro : Graduação Ciências Biológicas e Pedagogia; Especialização: Ecoturismo e Educação Ambiental

 

 

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