DIA DE FINADOS...
Por Francisco Antônio Saraiva de Farias | 02/11/2012 | PoesiasDIA DE FINADOS...
Zero hora...
Linha tênue
Igual a muitos,
Ainda estou acordado.
Olhos fixos no relógio do monitor do PC,
Quieto como um felino prestes a dar o bote!
Assisto o passamento de mais um dia e,
Num lapso temporal aparentemente imperceptível,
Assisto o surgimento de mais um dia!
O que passou era de todos os santos,
O que surgiu é de finados...
Não sendo nem um, nem outro,
Sinto-me afortunado!
Privilegiado!
Parecendo levar vantagem,
Ao desfrutar da primícia de viver dias que muitos não viveram...
Nem santos, nem finados!
De repente sinto-me atormentado...
Invadido por um indescritível arrepio...
Não é de medo!
É de saudade...
Saudade dos meus amores que já se foram...
Pai, Mãe, Irmãos, Esposa, e tantos amigos!
A dor bate forte, dilacerando o peito!
Incurável!
Durante o dia a gente até esquece, consegue disfarçar,
Mas... À noite, a noite não dar!
Não me faço de forte, não sou, nunca fui,
E me ponho a chorar!
Um indecifrável choro, choro da alma!
Perdoa-me Pai!
Até consigo entender, mas não consigo me conformar!
- Dia de morte? De finados?...
- Pra quê?
Os dias, todos, deveriam ser de vida, de ressurreição!
Vida pra celebrar!
Dia de finados pra mim não existe!
Perece a matéria, mas não perece o espírito!...
E nem os ensinamentos, as lembranças, os exemplos,
Os belíssimos exemplos que os nossos parentes e amigos nos deixaram, como luzes!
Luzes pra nos guiar!