DESVIRTUDES DO PODER DA INDÚSTRIA CULTURAL CINEMATOGRÁFICA NORTE-AMERICANA

Por WENDEL NASCIMENTO BRAGA | 05/02/2018 | Sociedade

RESUMO

As produções cinematográficassão assistidas e admiradasem toda parte do mundo e exercem certo poder de influência no público consumidor. O objetivo deste artigo é confirmar a existênciade desvios de conduta cometidos em filmes norte-americanos. Algumas relações críticas a respeito foram percebidas em sua época pelos sociólogos Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin. Estes autores serviram de base dos argumentos para comparar com o que vemos em produções do cinema. Também foi utilizado o texto de Gabriel Cohn, A atualidade do conceito de indústria cultural, para confirmação do que em parte diziam os sociólogos alemães. Pôde ser verificado que os registrosdos sociólogos mencionados são aplicados em nossos dias, confirmando-se desvirtudes praticadas pelo cinema americano nas áreas de violência, sexo e uso de drogas. Dentro do tópico sobre entretenimento,são mostrados esses pontos negativos, que podem ser absorvidos, legitimados e reproduzidos na sociedade, mas isso deve ser alvo de melhor investigação.

Palavras-chave: produção cinematográfica, indústria cultural, desvirtudes.

INTRODUÇÃO

Roteiros são criados para virarem filmes, que devem ter aceitação do público para dar ótima lucratividade às produtoras. Suas histórias podem ter conteúdo positivo ou negativo dependendo da maneira como são feitas. Por tratar-se de um ramo da indústria cultural, no conceito dos sociólogos Adorno e Horkheimer, a indústria cinematográfica reproduz padrões negativos do ponto de vista social em grande quantidade, vistos nas centenas de filmes produzidos todos os anos. Surge, então, uma questão problemática: podem os conteúdos de filmes mostrarem condutas desviantes de modo a parecerem legítimas?

Desde Adorno, Horkheimer e Walter Benjamim, a indústria cinematográfica tem evoluído, mas não de forma a suplantar muitas críticas negativas defendidas pelos sociólogos da escola de Frankfurt. O que esses autores diziam há décadas pode ainda ser aplicado hoje, analisando o cinema após eles.A hipótese levantada para este artigo assevera que, embora seja arte, muito do que é veiculado pela indústria cinematográficanorte-americana tende a mostrar práticas abusivas com aparência legitimada, com potencial até de serem aceitas pela sociedade.

Como justificativa da realização dessa pesquisa, fechamos em três pontos a serem criticados: Em primeiro lugar, a violência em certos filmes envolvendo torturas aplicadas peloherói representante da lei. Em segundo, a violência sexual tratada de modo brando. E, por último, o trivial uso de drogas pelos jovens.

A metodologia utilizada foi assistir a alguns filmes com as temáticas levantadas, sendo escolhidas para análise três obras, a saber: Invasão à Casa Branca, Precoce e O Último Tango em Paris. Trechos dessas obras foram analisados conforme leituradas teorias críticas estudadas, de acordo com textos seguintes: A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de Walter Benjamim, A indústria cultural – o iluminismo como mistificação das massas, de Adorno e Horkheimer, e A atualidade do conceito de indústria cultural, de Gabriel Cohn.

Um tópico do desenvolvimentoaborda três características da industrialização ― padronização, produção em larga escala e lucratividade ― usadas como comparação ao que acontece na indústria cultural cinematográfica, onde são divididos subtópicos que tratam da padronização dos filmes, produções em grande quantidade pelas produtoras e a lucratividade das bilheterias. O penúltimo tópico discorre sobre o entretenimento envolvendo as temáticas da violência, do sexo e uso de drogas Por último são feitas algumas considerações finais do que foi verificado na pesquisa.

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