Desmistificando o significado da crise

Por Sonia Jordão | 02/03/2009 | Adm

Por Sonia Jordão

Em vários campos de nossa vida e em diversos momentos passamos por crises. Na nossa juventude temos a crise da adolescência, em função das mudanças que acontecem em nosso corpo e que na maioria das vezes não entendemos e por isso geram conflitos e sofrimentos. Muitos de nós temos crises em nossos relacionamentos, e algumas vezes até levam à ruptura.

Na vida profissional isso também não é diferente. Quantas vezes temos dúvidas se estamos no caminho certo, na profissão correta, na empresa mais adequada as nossas capacidades e expectativas? Como as empresas são feitas de pessoas também nelas as crises chegarão de tempos em tempos em função das crises pessoais, inclusive da liderança.

Acreditando que aquilo que conhecemos é mais fácil resolver e superar, procurei estudar o sentido da palavra crise. Descobri que se origina da palavra grega Krísis e no dicionário li que é uma manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio; também definida como fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos fatos, das idéias; é também um estado de dúvidas e incertezas; momento perigoso ou decisivo; além disso, é ponto de transição entre um período de prosperidade e outro de depressão; tensão, conflito.

Continuando minhas pesquisas descobri que a bíblia trás a palavra crisol, que leva a interpretação da palavra crise como purificação. Crisol é definido como um cadinho, um recipiente das máquinas fundidoras, onde se derrete o metal e separa materiais diferentes. Além disso, no dicionário tem o significado de servir para evidenciar as boas qualidades do indivíduo. Aprendi também o verbo acrisolar que significa purificar-se, submetendo-se a provas; aperfeiçoar-se, sublimar-se.

Pensando na história de purificação e de separação entendi que quando uma crise acontece é o momento ideal para separarmos o que temos de bom do que temos de ruim e aí fazermos dela a oportunidade que os chineses falam e aproveitarmos para sermos melhores e crescermos. Entendi que o melhor a fazer é buscar o auto-conhecimento para assim conseguir separar as virtudes e os defeitos. Descobrir quais são nossos pontos fortes, nossas principais qualidades, pois essas nos permitirão montar estratégias para vencer a concorrência. Também é bom sabermos quais as oportunidades que o mercado nos oferece. Assim, saberemos onde poderemos atuar e traçar um cenário do futuro para superar os problemas que por acaso venham acontecer.

Claro que precisaremos também identificar nossos pontos fracos e as ameaças que o mercado oferece. Esses dados serão importantes para planejarmos nossas ações visando superar nossas deficiências, independentemente de termos uma imprensa sensacionalista ou não.

Por exemplo, imagine que ao fazermos essa análise descobrimos que não temos domínio de uma língua e que por isso não podemos atuar em um determinado país, onde poderíamos obter grande sucesso em função de nossos pontos fortes. Podemos contratar um intérprete ou procurarmos aprender a língua rapidamente. Assim aproveitaríamos as oportunidades.

Não podemos deixar o otimismo e o entusiasmo cair – é preciso ter foco e ir à caça de novos negócios. Precisamos enxergar a parte cheia do copo que está pela metade e não a parte vazia. Patrões usam da crise para demitir, profissionais ruins usam para se justificar. Até quando você vai ficar justificando seus fracassos? Aprenda com os vencedores a comemorar.

Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora dos livros “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e do livro de bolso “E agora, Venceslau? Como deixar de ser um livro explosivo”.

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