DESISTÊNCIA DOS ALUNOS
Por Henrique Araújo | 21/02/2010 | EducaçãoDESISTÊNCIA DOS ALUNOS
Este é um problema seríssimo que vem acontecendo nas escolas de todo o Brasil. Por mais que se lute, tal evento ainda continua aumentando. Enquanto isto estes alunos que vão à escola só para brincarem, estão ocupando a vaga de outros que precisam realmente de estudar. Isto acontece desde o pré-primário até o nível universitário.
Para se ter uma idéia da situação é só fazer um confronto entre as 5ª.séries e 8ª.séries de cada escola. Vemos uma desistência de nada menos que 70% dos alunos. Na série, geralmente, inicia 3 ou 4 classes de alunos e no final da 8ª.série está reduzida a apenas uma.
Em recente pesquisa que realizei numa escola, descobri que nada menos que 70% desistiram na 5ª.série num só ano letivo. Quantas vagas não foram desperdiçadas aí? Uns lutam para conseguir uma vaga enquanto outros esbanjam o que têm. Quando não a encontram querem achar ruim.
Os motivos destas desistências são várias: doenças, mudanças, empregos, preguiça, etc. Mas o que mais faz os alunos desistirem é o caso de emprego. O aluno tem uma vontade imensa de trabalhar remuneradamente e o dia em que encontra o tal emprego até esquecem do estudo. Mas esquecem que sem o estudo o trabalho é menos remunerado e as chances são menos de encontrar bons serviços. Às vezes os pais querem que os filhos trabalhem para ajudar na despesa da casa. Isto pode ser certo, mas sem empatar o aluno a estudar, aí o pai está sacrificando o próprio filho.
As crianças até a idade de 18 anos não deveriam trabalhar em serviços que precisam deixar de estudar. Este dinheirinho mixo de emprego em nada vai ajudar mesmo. E depois o pai tem a obrigação de custear a despesa do filho no estudo até a idade adulta. Depois sim, o filho pode trabalhar e desempenhar suas funções plenamente.
Estudar e trabalhar são coisa duríssima. Muitas pessoas realmente precisam trabalhar, pois são pobres e se não fizerem assim, jamais poderiam estudar. Mas geralmente estas pessoas são conscientes e dão o verdadeiro valor ao estudo e ao trabalho.
Os pais precisam orientar os filhos, não impor. Impor significa autoritarismo. Não há necessidade nenhum do jovem enfrentar um trabalho no período de sua formação, empatando o estudo, a não ser como já falamos, que a família seja muito pobre. Aí sim, é outra coisa.
Cada tipo de jovem precisa de um determinado tipo de orientação. Uns precisam de mais, outros de menos. Os pais são os responsáveis por esta tarefa. Desde pequeno os pais precisam orientar bem seus filhos, colocando-os sempre no caminho do bem e da verdade. O trabalho é um deles. Mas a base principal é o estudo. Depois do estudo pode-se começar a pensar no trabalho, mas a formação do jovem é elemento essencial, indispensável em todos os setores da vida. Um jovem bem orientado dificilmente cairá em péssimos caminhos, pois a vida dele é firmada com calma e paciência de modo que se houver uma queda, não será muito grande. O estudo é o caminho. Com o estudo o jovem não cairá facilmente. O trabalho pode ser perigoso, pois o dia em que perder o emprego, aí a vida se torna melindrosa. O estudo ninguém pode tomar. É por isto que os jovens devem estudar e não apenas se matricularem e depois saírem da escola destruindo as vagas de outros que precisam de estudo.
Parece que isto não vai terminar tão facilmente. As desistências ainda vão continuar por muito tempo a não ser que haja uma intervenção superior como: cobrar altas taxas dos pais dos alunos desistentes que não estudam, proibir a matrícula no mesmo colégio depois da desistência consecutiva por 2 anos. Se assim não for feito, então as desistências continuarão e muitos jovens ficarão sem estudar porque muitos estão matriculados para vadiarem por aí.