DESIGUALDADE SOCIAL
Por Benedicto Dutra | 12/02/2010 | EducaçãoQuanto mais aumenta a população, mais tem aumentado a desigualdade social, com o aumento do número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. No Brasil, essa tendência tem sido combatida com programas governamentais levados a efeito a partir do século 21, mas a distância ainda é muito grande, pois por séculos tem sido dada pouca ou nenhuma atenção ao problema.
A desigualdade não será superada enquanto não houver melhora na educação e no preparo para a vida, com a compreensão do funcionamento da natureza e o devido respeito a ela. A falta de cuidado e respeito, as agressões, a destruição da floresta natural de forma arbitrária, a ocupação desordenada do solo, a destruição das espécies, a caça predatória, tudo leva à decadência ambiental e psicossocial. Além de possibilitar a melhora das condições materiais, as novas gerações precisam querer alcançar a melhora geral, como seres humanos de valor que buscam a evolução integral, e não apenas o atendimento das necessidades básicas.
O grande descaso dos humanos com o meio ambiente, em várias regiões e situações, e a falta de preservação de reservas naturais sem intervenções humanas, provocam desequilíbrios que acabam se refletindo em tudo, desde a economia com impacto sobre as populações, até a redução da qualidade de vida, podendo gerar catástrofes imprevisíveis.
Em seu movimento orbital, a Terra faz um giro em torno do sol no exato período de 365 dias e algumas horas, fato que se repete anualmente sem o menor desvio, e no conjunto muitos astros acompanham o giro em suas órbitas de forma miraculosa, atraindo e sendo atraídos numa majestosa sinfonia cósmica. Esse simples fato deveria nos levar a refletir sobre a nossa atuação na vida, sobre as decisões que tomamos, suas motivações e conseqüências. Através da sintonização correta, todas as forças nos acompanham, nunca podendo estar contra nós, capacitando-nos aos grandes feitos para os quais fomos destinados desde sempre, vivendo com sabedoria.
A arte de viver está na simplicidade, na reflexão sobre o que estamos fazendo e sobre nossos motivos. Muitas pessoas perderam o sentimento de cooperação, vendo no outro um concorrente que tem de ser barrado para que não as ultrapasse, e por isso estão incapacitadas de ajudar. Não querem dar de si, apenas receber e impedir que outros cresçam e cheguem à frente. Seu amor próprio impede que se alegrem com o sucesso alheio, por isso se torna muito difícil a possibilidade de sucesso no trabalho em grupo, porque sempre há alguém boicotando e dificultando o crescimento dos indivíduos, enfraquecendo o grupo, que deixa de ser uma entidade forte, consciente de suas metas e capacitações.
Necessitamos reconhecer essa deficiência humana, impedindo que ela interfira em nossas ações, examinando sempre a real motivação, e se as mesmas poderão trazer conseqüências maléficas para nós e para os envolvidos. Vivemos em grupo, não somos criaturas isoladas, por isso há uma grande interdependência. Tudo que pensamos, falamos e todas as nossas decisões interferem no conjunto, produzindo conseqüências da mesma espécie. Quando agimos voltados para o bem, os efeitos benéficos alcançam esferas que escapam de nossa percepção, beneficiando a muitos. Quando o grupo todo age dessa forma, os participantes se beneficiam mutuamente e a desigualdade vai sendo superada naturalmente.
*O autor Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É associado do Rotary Club e atua na coordenação dos sites e www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br Também é autor dos livros: Encontro com o Homem Sábio, Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola - o Manuscrito que Abalou o Mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero, e Conversando com o Homem Sábio - a visão de um melhor futuro, em edição inicial com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura do MINC-PRONAC.