Desenvolvendo as habilidades de leitura e interpretação através das técnicas de leitura do inglês instrumental

Por Queila Francisca de Souza | 29/11/2017 | Educação

 Queila Francisca de Souza[1]

RESUMO

Este artigo tem por objetivo abordar questões que foram relevantes para o Estágio Curricular Supervisionado III, que foram de suma importância para o desenvolvimento das nossas aulas, bem como analisar a relevância da aprendizagem da língua inglesa na contemporaneidade, e fazer também uma reflexão de como esta vem sendo trabalhada no âmbito escolar.Verificar até que ponto a escola pública consegue trabalhar a LI² de uma forma que possa despertar o conhecimento prévio dos discentes e observar também até onde o ensino desta segunda língua pode colaborar no processo de ensino/aprendizagem destes alunos. Para tanto, iremos analisar o que a instituição pública pode fazer para trabalhar essas questões de ensino de LI de uma forma que esse ensino não fique defasado. Será que a escola falha em relação ao ensino desta língua? Diante disso, iremos apresentar uma maneira diferenciada de se trabalhar a LI nas salas de aula para contribuir no aprendizado do aluno, a proposta de ensino com foco na Abordagem do Inglês Instrumental, por meio do uso das estratégias de leitura.

Palavras- chave:língua inglesa, escola, estratégias de leitura, ensino/aprendizagem.

O presente artigo tem por objetivo abordar e analisar questões que foram relevantes para o Estágio Curricular Supervisionado III que fora de suma importância para o desenvolvimento das nossas aulas, bem como analisar a situação do ensino de Língua Inglesa no âmbito escolar. Verificar até que ponto a escola pública consegue trabalhar a LI de uma forma que possa desperta o conhecimento prévio dos discentes e observar também até onde o ensino desta segunda língua pode colaborar no processo de ensino/aprendizagem destes alunos. Para tanto, iremos analisar o que a instituição pública pode fazer para trabalhar essas questões de ensino de LI de uma forma que esse ensino não fique defasado. Será que a escola falha em relação ao ensino desta língua?

É sabido que, o ensino de LE³ nas escolas públicas do nosso país deixa a desejar, logo, o aluno quando conclui o ensino médio vai para o mercado de trabalho sem o conhecimento preciso e satisfatório para se posicionar de forma autônoma no mundo que o cerca.

Um dos fatores que nos chama muita atenção no ensino de língua inglesa nas escolas públicas, diz respeito à forma com que o professor ministra sua aula. Dentre estes destacamos: falta de domínio da língua, metodologia insatisfatória, foco apenas no ensino da gramática e traduções de textos, trabalha o vocabulário solto sem contextualizar, professor desmotivado, entre outros.

No tocando a este ponto, a escritora Vera Lucia Menezes de Oliveira Paiva (2007), faz algumas abordagens “sobre qual seria a metodologia mais adequada à realidade da escola pública para que o aluno seja estimulado a aprender e a desenvolver sua autonomia dentro e fora de sala de aula?” Segundo a autora, para que o professor de LI desenvolva uma aula eficaz se faz necessário que este saiba a língua, pois, não se ensina algo na qual não se tem conhecimento. Sendo assim, “a língua deve ser ensinada em toda a sua complexidade, sem restringir seu estudo a uma tecnologia (leitura) ou aspectos apenas formais (gramática)” (p.32 e 33).

            Consideramos ser de grande relevância de acordo com PAIVA, que uma boa metodologia de ensino deve se pautar em atividades de uso da língua, desta forma, o aprendiz tem que saber usar esta dentro e fora de sala de aula, ou seja, o professor deve apresentar uma aula que consista em motivar seus alunos para que estes possam fazer um bom uso da língua,

[...] o aprendiz de uma língua estrangeira, quando motivado, usa essa língua para fazer alguma coisa fora da sala de aula: ouvir música, ouvir programas de rádio e TV, compreender falas em filmes, brincar com jogos eletrônicos [...] um bom método deveria oferecer oportunidades para o aprendiz ler textos em jornais e revistas, de preferência sobre assuntos de seu interesse, tais como: esporte, cinema, música, textos literários diversos, sempre de tamanho e nível de dificuldade adequados ao conhecimento lingüístico dos alunos. (PAIVA,2007. p.33)

Assim podemos perceber que as escolas ainda usam os métodos tradicionais no ensino de aprendizagem da LI, ou seja, professores que trabalham somente com foco na gramática. Sobre estes aspectos o docente tem que refletir sempre em sua prática pedagógica, buscando metodologias que apresentam resultados mais positivos, despertando nos discentes a vontade de querer saber e interpretar um determinado texto ou atividade.

Para nós, o ensino de uma LE contribui para o sistema educacional como um todo, uma vez que possibilita ao aluno nova experiência de vida, novas aprendizagens, como também, sua capacidade de relacionar-se com o mundo aumentando assim sua autopercepção como, ser humano e cidadão.

Logo, é sabido que o ensino de LE é de suma importância no âmbito escolar, por isso deve centrar-se no sistema sociointeracional da linguagem e da aprendizagem, de modo que, o aprendiz possa constituir - se como sujeito do discurso na/pela linguagem. No que diz respeito à importância do ensino de Língua Estrangeira nas escolas citamos o (PCN, 1998, p. 19) que ressalta:

A aprendizagem de uma língua estrangeira deve garantir ao aluno seu engajamento discursivo, ou seja, a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso. Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagógicas centradas na constituição de aluno como ser discursivo, ou seja, sua construção como sujeito do discurso via língua estrangeira. Essa construção passa pelo envolvimento do aluno com os processos sociais de criar significados por intermédio da utilização de uma língua estrangeira.

É importante resaltar que em nossa regência observamos que, os alunos ao serem questionados se gostam ou não da LI, na sua maioria responde que “não”.Diante disso, se torna incoerente o fato de que, cabe à escola propiciar e incentivar no discente o gosto e o encantamento pelo aprendizado de uma segunda língua, visto que esse papel não esta sendo comprido na sua essência.

Dessa forma, acreditamos que o professor em sala de aula deve possibilitar ao aluno ampliar e desenvolver seu conhecimento para que este saiba e consiga fazer o uso da LE em ambientes diversos.A forma como se ensina a língua inglesa deve ser repensado pelos profissionais dessa área, pois cabe a eles utilizar métodos/ estratégias de ensino que colaboram para desenvolvimento da LI nas escolas.

            Ao se falar de novas estratégias, propomos em nossas aulasde estágio o uso das estratégias de leitura do inglês instrumental, também chamado de English for SpecificPurposes (ESP). Essa abordagem visa habilitar o aprendiz/leitor em compreender, interpretar e avaliar textos em inglês de fontes como internet, revistas, jornais, ou livros especializados na área de seu interesse. A partir do uso dessas estratégias o Inglês Instrumental, podemos desenvolver um ensino mais eficaz em sala de aula.

            Diante disso, percebemos a importância do professor adéqua as estratégias de leitura juntamente com o gênero escolhido. Segundo Marcuschi (2006, p.06) citado por Costa:

“[...] quando ensinamos a operar com um gênero, ensinamos um modo de atuação sociodiscursiva em uma cultura e não um simples modo de produção textual [...]”, sendo assim, torna-se necessário sensibilizar os alunos quanto à noção de gêneros discursivos, suas funções e diversidade. O trabalho com o gênero em língua inglesa dessa forma adéqua a estratégia juntamente com os gênero escolhido por parte do professor. (p.01)

Segundo as aulas teóricas de estágio na língua inglesa que obtivemos com a professora Carmem ZirrArtuzo, o inglês instrumental tem como objetivo habilitar o aluno/leitor a compreender e interpretar os textos em inglês, utilizando algumas estratégias de leitura de modo a ajudá-lo a construir o significado do texto com mais facilidade, sem o uso de dicionários. Leva-se em conta o conhecimento prévio que o leitor tem do texto a ser lido, uma vez que, este faz o uso do seu conhecimento de mundo, adquirido na experiência de vida e em suas leituras na língua materna, de modo a, possibilitá-lo analisar as informações contidas no texto comparando essas informações com o que ele já sabe a respeito do assunto, e, assim, construir o significado do texto.

            Na abordagem do inglês instrumental o aprendiz deve estar atentoquanto à fonte de onde o texto foi retirado, o autor, a data, pois esses elementos são muito importantes para que este se sinta seguro de que a informação contida no texto é confiável e não está ultrapassada.O leitor também pode refletir de forma crítica sobre o assunto abordado no texto, concordando ou não com as informações apresentadas.Ainda pode tentar verificar se o objetivo do autor fora atingido no decorrer do texto.O aprendiz deve observar também ostítulos, subtítulos, gravuras, gráficos, mapas, quadros, tabelas, parágrafos, itálicos,negritos, sinais de pontuação, entre outros, logo, se o leitor se atentar a estes aspectos provavelmente ele poderá compreender o texto a ser interpretado.

            Nas estratégias de leitura do inglês instrumental há os cognatos, falsos cognatos, skimming e scanning que contribuem juntamente com os elementos citados anteriormente para que o aluno compreenda o texto a ser estudado. Vejamos a seguir o que significa cada um desses termos:

  • Cognatos: Sãopalavras idênticas ou muito parecidas com a língua materna na grafia e sentido que também facilitam a compreensão do texto. Ex: dance = dançar.
  • Falsos cognatos: Sãopalavras semelhantes com a língua portuguesa, mas possuem significados distintos. Ex: parents = pais.
  • Skimming: Significa olhar um texto rapidamente com o objetivo básico de extrair ideias gerais sobre ele, sem necessariamente lê-lo por inteiro, ou seja, basta passar os olhos, lembrando ainda que, o leitor pode fazer o uso dos termos cognatos ou falsos cognatos para complementar seu entendimento.
  • Scanning: Aqui o leitor fará rapidamente a leitura do texto para tentar detectar informações específicas deste. Sendo assim, ao ler, tente sempre estabelecer objetivos para sua leitura e retire do texto somente as informações que são pertinentes para atender às suas necessidades de leitor no momento da leitura. Procure dialogar com o texto, questionar a validade da informação transmitida, participando ativamente do processo de construir significados.           

Um aspecto interessante que não deve ser esquecido no desenvolvimento e habilidade de leitura é que deve ser acompanhado a todo o momento com perguntas que instigue os alunos levado-os ao entendimento do texto a partir das estratégias estudadas. Desta forma, o professor pode trabalhar á gramática de forma contextualizada nas estratégias de leitura, proporcionando aos alunos compreender os sentidos do texto além de aprender à gramática. É importante que o professor tome cuidado para que sua aula não se feche somente no ensino de gramática, uma vez que ambos devem ser, imbricados de modo a colaborar para o processo de aprendizagem do aluno.

Acreditamos que seo professor inserir nas aulas de LI as estratégias de ensino do inglês instrumental ele poderá conseguir despertar o interesse e o encantamento dos alunos para a aprendizagem de LE, pois em geral os alunos se sentem mais a vontade e mais confiantes deixando de lado a timidez/vergonha de pronunciar errado e ser motivo de “chacota” por parte dos colegas, uma vez que, o entendimento do texto será construído por todos os alunos.

Portanto, se faz necessário refletimos na importância de se trabalhar o processo de ensino e aprendizagem de língua estrangeira usando as estratégias de leitura, haja vista que esta possibilita um ensino mais eficaz. Além disso, os alunos estarão em contado com vários textos que proporcionara a eles compartilhar informações, de modo que, ampliará conhecimento destes.  

            Por fim,a regência de estágio nos proporcionou observar que é de suma importância trabalhar com a língua LI em sala nas salas de aulas, visto que é a língua mais falada em todo o mundo, considerada como a língua universal. Constatamos também que, foi de suma importância explorar o Inglês Instrumental em nossa aula, pois despertou o interesse e participação dos alunos nas atividades propostas.

Em suma, concluímos que nosso trabalho não conseguiu dar fim as reflexões acerca da forma em que a escola vem trabalhando o ensino de LI. Porém, nosso objetivo foi de tentarmos colaborar, mesmo que minimamente, para que as escolas, bem como, seus professores possam buscar algumas medidas para tentar amenizar as situações apresentadas. Pensamos que a proposta de desenvolver habilidades de leitura e interpretação através do inglês instrumental podem a contribuir para uma melhoria deste ensino.

Referências bibliográficas:

MEC/ Brasil. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quatro ciclos do ensinofundamental: Língua Estrangeira. Secretaria de Educação. Brasília, DF, 1998.

PAIVA, Vera Lucia Menezes de Oliveira e. Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foco na autonomia. Campinas: Pontes editores, 2ª edição, 2007.

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