DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO ENSINO FUNDAMENTAL NA INSERÇÃO DA MULTICULTURALIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA...

Por Fabyana Araujo Freitas | 26/01/2017 | Educação

DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO ENSINO FUNDAMENTAL NA INSERÇÃO DA Multiculturalidade nas aulas de Educação Física EM UMA DETERMINADA ESCOLA MUNICIPAL DE PONTA PORÃ/MS

 

Fabyana Araujo Freitas[1]  

RESUMO 

O presente trabalho apresentará os desafios e possibilidades sobre a inserção da Multiculturalidade e os procedimentos metodológicos escolhidos para a disciplina de Educação Fisica, buscando através de novas perspectivas por meio das observações, coletas dados e analises dos resultados obtidos por meio de dados qualitativos. Falar sobre cultura para a realização desse trabalho é realmente importante para entender e compreender como a escola de Ponta Porã está lidando com a multiculturalidade, principalmente por estar localizado numa região de fronteira.

  1. INTRODUÇÃO

Apresentaremos um breve histórico dos municípios de Ponta Porã - Brasil e do Pedro Juan Caballero - Paraguai; a coleta de dados e as interpretações de dados aplicados para o público alvo da Escola Municipal Ramiro Noronha de Ponta Porã/MS, conforme situação encontrada sobre a Multiculturalidade e a relação com a Interculturalidade nas aulas de Educação Física. Analisar qual o caminho pedagógico os professores utilizam para lidar com a cultura paraguaia na escola brasileira. A idéia central do meu tema é a constatação de que a multiculturalidade esta sendo vivenciada nas escolas pontaporanenses. Essa questão multicultural presente na região fronteiriça Brasil/ Paraguai é bastante notável e considerável, observando toda população de paraguaios e brasileiros que convivem harmoniosamente e entrelaçando culturas. Há um grande número de educandos matriculados nas escolas brasileiras e que são moradores do país vizinho. Segundo Silva, “identidade e diferença são vistas como mutuamente determinadas , (...) partilham uma importante característica: elas são o resultado de atos de criação lingüística (...) e significa dizer que elas são criadas por meio de atos de linguagem” (2000: 76). Construir um currículo de acordo com Moreira e Candau (2003) tendo como base o multiculturalismo requer dos profissionais de educação, novas posturas, saberes, estratégias de ensino, o que significa abrir novos espaços para a diversidade, a diferença e o cruzamento das culturas. Não é difícil observar em discussões e nas propostas curriculares das escolas estão cada vez mais voltadas ao tema do multiculturalismo. Tratando diferentes questões referentes às idéias próprias das diversidades culturais, do racismo, preconceitos de todos os estilos. É nessa observação de fronteira seca, que percebemos o grande dilema das escolas em lidar com essa diversidade cultural. Nas leituras realizadas no livro “Terra, Gente e Fronteira’, de Freire (1999) sobre o nascimento e surgimento de duas e unidas cidades Ponta Porã lado brasileiro e Pedro Juan Caballero, o lado paraguaio, mostra que estas nasceram sofrendo fortes influencias do espanhol e o do guarani, mas também dos migrantes das várias regiões do país com os gaúchos, paulistas e paraguaios dentre outros. Os brasileiros, paraguaios, coreanos, chineses, japoneses, fronteira vivem como se fossem somente um único povo. O meio de comunicação entre os dois povos de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai) é uma das características fundamentais e marcantes da fronteira. Essa mistura de línguas atualmente considerada como idioma brasiguaio, pois o espanhol ou guarani estão misturados com o português e presente na maioria dos paraguaios que estudam e residem na fronteira. Mas também pelos comerciantes de varias nacionalidades que vivem na fronteira como os japoneses. Em uma determinada Escola Municipal de Ponta Porã/MS, localizada numa posição estratégica a 100m da fronteira, atrai muitos educandos tanto brasileiros como paraguaios. É uma instituição mantida pelo poder público municipal. Ainda sobre o Projeto Pedagógico da Escola Municipal consta que a instituição oferece a comunidade uma educação integral e que privilegie o desenvolvimento de habilidades nos educandos, lidando com as novas informações, tornando- os com condições de expressarem seus sentimentos de cidadania perante a sociedade em que os rodeia. Após a coleta, e algumas entrevistas e observações com professores de Educação Física da Escola que relataram a dificuldade encontrada não somente nas aulas de Educação Física, mas em todas as disciplinas que os educandos brasileiros que residem no país vizinho possuem uma dificuldade na ortografia por causa do espanhol e guarani predominante no país vizinho e principalmente na adaptação da comunicação com os professores e educandos brasileiros que falam o “português”. Os conteúdos relacionados à pluralidade cultural obedecem a Lei de Diretrizes e Bases e alguns professores que falam o guarani trabalham mais facilmente com os educandos, mas que ao decorrer dos anos, esses mesmos educandos já se comunicam com a língua do português. É nas aulas de Educação Física que as (os) alunas (os) aprendem a dança típica do outro pais, mas sendo trabalhado somente quando a escola recebe convites, em projetos e eventos. Objetiva-se apresentar aos leitores o caminho pedagógico utilizado na aula de Educação Fisica numa determinada Escola Municipal de Ponta Porã/MS. E nessa perspectivas que o docente deve construir novas estratégias para suas aulas, assumindo assim, um papel importante na valorização desses valores, tornando os alunos participativos na construção do seu próprio saber

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