Desafios da formação de Professores de Física em Moçambique...
Por António Gonçalves Fortes | 19/10/2016 | EducaçãoDesafios da formação de Professores de Física no atual contexto socioeconómico e político de Moçambique
António Gonçalves Fortes*
*Departamento de Ciências Naturais e Matemática/Curso de Física – Universidade Pedagógica, Delegação de Nampula. (antoniogoncalves.fortes@yahoo.com)
Resumo: A pesquisa visa demonstrar os desafios da formação de professores de física face ao atual contexto socioeconómico e politico de Moçambique. Para o cumprimento desse objetivo, recorre-se, a exposição de eventos históricos que serviram de bases para comparativa e algumas conclusões a que chegamos. Metodologicamente usamos a abordagem qualitativa, sobretudo a pesquisa bibliográfica que, permitiu a analise de diferentes documentos com destaque plano curricular do ensino secundário geral e alguns relatórios de balanço do ministério de educação.
Palavras-chaves: Formação de Professores, Física, Contextos socioeconómico e politico.
Introdução
Em termos gerais a Formação de Professores a todo nível deve estar de acordo com as políticas sociais e as necessidades a médio e longo prazo da sociedade. O desenvolvimento científico, social, cultural e ideológico depende da integração da educação na sociedade e na educação formal, professor desempenha um papel vital.
É na formação de professores que deve se ganhar conhecimentos (teóricos e práticos), técnicas, metodologias analíticas que serão a chave para integração na sociedade e na socialização na futura carreira docente.
Um Professor de Física devedirecionar a sua abordagem sempre que for necessário, na realidade circundante (meio ambiente) com vista a demonstrar a natureza fáctica das ciências naturais, deve optar pela criatividade para desenvolver opções de resolução de problemas profissionais futuro dos estudantes, desenvolver competências de domínio cientifico com vista a saber, saber fazer, saber ser e saber estar individualmente e no coletivo (escola e comunidade).
Assim sendo, face ao atual estagio socioeconómico e político de Moçambique, é também função do professor (de Física) inculcar nos alunos o amor pela Pátria, amor pelo Povo, amor pela Vida, cultura de Paz e união, igualdade social, necessidade de aumento da produção e produtividade, o empreendedorismo, a gestão/uso racional de recursos naturais e energéticos e construção de personalidade do “Homem do amanha” que servirão de alicerces na união entre a teoria e a prática, consequentemente, melhor enquadramento na sociedade onde vivemos.
É nessa perspetiva de realiza-se a presente pesquisa com vista a responder algumas questões pontuais face a atual crise que se vive no Pais e focalizar na nossa formação de Professores a abordagem generalista da carreira docentes, isto é, demonstrar o papel científico, político e social do Professor, a sua integração social e o papel deste na construção do Homem novo.
Objetivos
O objetivo principal do trabalho é de demonstrar os principais desafios na formação de professores de Física em diferentes contextos face a atual crise socioeconómica e política que o Pais vive através na análise de diferentes eventos e seu impacto na formação de professores e consequentemente no ensino onde estes vão atuar.
Contexto socioeconómico de Moçambique
Moçambique situa-se a sudeste do continente africano. Tem uma superfície de 799 Milhões de km2 e, em 2013, possuía uma população estimada em 25.83 milhões de habitantes, com um crescimento anual estimado em 2.8%. A taxa de fertilidade era de 5,5 crianças por mulher e a esperança de vida foi estimada em 52.8 anos. Moçambique é um país jovem e a idade mediana da sua população é de 17.1 anos, sendo a taxa de prevalência do HIV de 11,5%, em 2011(INE, 2016).
Moçambique é membro da Commonwealth e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que serve cada vez mais como um centro regional para os seus sete vizinhos, cinco dos quais não possuem acesso ao mar, servindo como passagem para o Oceano Índico.
Atualmente, o país encontra-senuma situação económica difícil. Com efeito, apesar do crescimento daeconomia no ano passado ser de7.5% e uma previsão de 8.1% no presente ano, impulsionado pelos sectores de transporte e comunicação e da construção. Durante os últimos dois anos, Moçambique apresentou défices orçamentais significativos que levaram a uma escalada do seu nível de endividamento. A dívida pública aumentou de 40% do PIB em 2011, para 56.8% em 2014. O cenário macroeconómico permanece favorável, com o forte crescimento esperado do PIB ancorado no investimento em expansão e na produção dos setores de mineração e hidrocarbonetos. Neste contexto, a Análise da Sustentabilidade da Dívida, realizada pelo FMI e pelo Banco Mundial, em 2014-2016, manteve a sua avaliação de “nível de sobre-endividamento moderado”. A contenção dos défices orçamentais abaixo das taxas de crescimento do PIB é esperada para o nível da dívida pública em cerca de 61% do PIB em 2015 e 2016, diminuindo progressivamente a partir daí(Santos, Raffarello, & Filipe, 2015).
Moçambique estruturou a sua estratégia de desenvolvimento de acordo com os Programas de Iniciativas Regionais de Desenvolvimento Espacial (RSDIP, sigla em inglês) e os polos de crescimento (PC). Estes polos procuram ampliar o impacto dos limitados recursos financeiros, otimizando os investimentos de infraestruturas em áreas-chave ou ao longo de corredores geográficos. Normalmente ancorados em grandes projetos públicos, os RSDIP e os GP visam fomentar o crescimento, atraindo pequenas e médias empresas a montante e a jusante dos projetos de investimento de grande escala(Santos et al., 2015).
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