Depressão na adolescência.
Por Luiz Felipe Lisboa Rios | 19/12/2013 | Saúde1 TEMA
Depressão na adolescência.
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Depressão na adolescência em famílias da classe media-alta.
3 JUSTIFICATIVA
O atual mundo globalizado com as novas tecnologias e toda a agitação das cidades está transformando o comportamento dos adolescentes em valores morais antes já exercidos por seus genitores, já não se observa mais com tanta frequência grupo de jovens reunidos nos parques, praças ou lazer em família.
A sensação do momento é navegar na rede mundial de computadores, festas noturnas sem nenhum compromisso com a realidade da sociedade em que está inserida.
O resultado desse conjunto de comportamentos muitas vezes só é levado a sério em um consultório psiquiátrico por seus filhos serem usuários de drogas, sejam lícitas ou ilícitas, álcool ou distúrbios neurológicos.
Apesar de pouca idade o número de adolescentes diagnosticados com depressão aumenta absurdamente, restando para os familiares ajudá-los a passar por essas fases tão marcantes e muitas vezes desastrosas.
Causada por diversos motivos, como a violência, o estresse permanente e o excesso de competitividade, a depressão aparece não só no mundo dos adultos, mas também na vida de crianças e adolescentes. Para os jovens, a pressão aumenta devido às dificuldades encontradas para entrar na sociedade e se adaptar a ela, que se somam às mudanças físicas e psicológicas vividas neste período. O nível de exigência nos estudos e no mercado de trabalho cresce, sendo um dos elementos extremamente estressantes para um adolescente que busca a sua independência. O conflito surge quando o adolescente não consegue conduzir essa fase sem o uso de analgésicos por apresentar distúrbios neurológicos pelo alto nível de cobranças, às vezes de se mesmo.
Assim sendo, os adolescentes se encontram imersos num mundo de ambiguidades e contradições. Entre as pulsões para abraçar o mundo chega o momento da depressão e frustração, o adolescente se ressente da falta de liberdade e autonomia dos adultos.
Nota-se então que muitas vezes os pais não compreendem a fase em que o adolescente esta passando, não aceitando certos comportamentos, por acreditarem que eles estão apenas tentando chamar a atenção.
Os conflitos tendem a agravar-se muito quando o adolescente está inserido numa família que também está em crise, seja por separação dos pais, por violência doméstica, alcoolismo, dificuldades econômicas, doença física ou morte.
Diante disso, o referido projeto objetiva avaliar o comportamento dos adolescentes frente as novas responsabilidades, seja social, profissional ou particular, contribuindo desta forma para visão da realidade de transição da fase adolescente para a adulta preparando-o para as conquista e dificuldades que o atual mundo globalizado exige.
4 PROBLEMA
O aumento do número de adolescentes em consultórios psiquiátricos é um indicativo do acumulo de responsabilidades que os delegam, cada vez mais cedo, ou são reflexos do estresse do século XXI do estilo de vida da atualidade?
5 PRESSUPOSTO
O adolescente da classe social média alta frequenta mais os consultórios psiquiátricos do que os da classe média e baixa por consumirem medicações em níveis mais altos, sendo assim, o aumento do estres nos adolescentes são aumentados tanto quanto o poder executivo da classe mais elevada e a banalização dos valores morais contribui diretamente para a baixa do autoestima do adolescente com menor instrução.
6 OBJETIVOS
6.1 GERAL
Avaliar o comportamento dos adolescentes da classe social média alta e as consequências do estresse do século XXI.
6.2 ESPECIFICOS
Traçar o perfil dos jovens que tem maior probabilidade a desenvolverem depressão.
Identificar os principais motivos da depressão em adolescentes de famílias da classe média alta.
Conscientizar o adolescente que o convívio e o bom relacionamento familiar e importante para o bem estar psicossocial, tanto físico e mente.
7 REFERENCIAL TEÓRICO
7.1 conceito de depressão
Depressão, também chamada de transtorno depressivo maior, é uma doença que se caracteriza por afetar o humor persistentemente rebaixado, apresentando-se como tristeza, angústia ou sensação de vazio e redução na capacidade de sentir satisfação ou vivenciar prazer deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também frequente. (DRA. ALICE SIBILE KOCH, 2010)
Hipócrates apud Alberto 2010 Século V a.C, criou a teoria dos 4 humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) em que o equilíbrio ou desequilíbrio era responsável pela saúde (eucrasia) ou enfermidade e dor (discrasia) de um indivíduo. Hipócrates acreditava que a influência de Saturno levava o baço humano a secretar mais bílis negra, alterando o humor do indivíduo e escurecendo-o , levando ao estado de melancolia. A palavra melancolia vem de melancolis (melanos=negro e colis=bíle).
7.2 Principal perfil dos adolescentes com depressão
Na depressão como doença e transtorno depressivo, nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.
A adolescência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o período da vida a partir do qual surgem as características sexuais secundárias e se desenvolvem os processos psicológicos e os padrões de identificação, que evoluem da fase infantil para a adulta. Entre elas, está a transição de um estado de dependência para outro de relativa autonomia. Considera-se adolescência o período de 10 a 19 anos e distingue-se adolescência inicial (entre 10 e 14 anos de idade) e adolescência final (na idade de 15 a 19 anos) (WHO, 2000).
O inicio da adolescência é um período de intensas modificações no desenvolvimento humano, marcado por alterações biológicas da puberdade e relacionado à maturidade biopsicossocial do indivíduo. Desse modo, é identificada como um período de crise, pela experiência de importantes transformações mentais e orgânicas capazes de proporcionar manifestações peculiares em relação ao comportamento normal para a faixa etária. Estas podem, contudo, ser confundidas com doenças mentais ou manifestações comportamentais inadequadas (PERES E ROSENBURG, 1998).
Segundo Ranña, (2001) se os conflitos próprios dessa fase forem mal conduzidos, podem contribuir para o surgimento de transtornos do humor e, em particular, da depressão.
Ainda segundo Haarasilta, (2003) as alterações do humor, o ato de experimentar coisas novas, contestar e testar limites parecem ser características próprias à vida dos adolescentes. Desequilíbrios persistentes não são a regra, e o desenvolvimento normal deve ser distinguido do psicopatológico.
A depressão na adolescência vem se constituindo em um crescente e preocupante problema de saúde pública, ainda que poucos estudos epidemiológicos sobre o tema, neste período da vida, tenham sido realizados (BAHLS, 2002).
Os transtornos depressivos apresentam alta e crescente prevalência na população geral (Bahls,1999), e existem evidências científicas suficientes situando as depressões entre as doenças mais comuns, prejudiciais e que causam mais custos sociais, representando um problema dos mais graves em saúde pública, com impacto em todos os níveis da sociedade (JUDD, 1995).
Crianças e adolescentes depressivos costumam apresentar altas taxas de comorbidade com outros transtornos psiquiátricos, em freqüência maior do que em adultos deprimidos (BAHLS, 2002).
Já Goodyer e Cooper (1993) destacam que os transtornos depressivos em crianças e adolescentes, em 40% dos casos, associam-se a comorbidades como transtornos de ansiedade e, em 15% dos casos, com transtornos de conduta.
Segundo Steinberg e Morris (2001), nenhuma tentativa de desenvolver uma teoria geral do desenvolvimento adolescente normal encontrou ainda ampla aceitação, mas
Haarasilta (2003) considera que as pesquisas sobre o desenvolvimento natural do adolescente são ainda escassas, o que torna plausível admitir a necessidade de mais bem conhecer as modificações psíquicas dessa fase da vida.
É necessário ampliar os estudos sobre depressão em adolescentes em razão da gravidade da doença, aos danos que ela causa à saúde dos indivíduos e a sua incidência crescente. Além disso, julgou-se pertinente associar a investigação da presença da ansiedade à da depressão em mico e de constelação familiar, a escala de Hamilton para depressão e a escala de Hamilton para ansiedade, ambas validadas no Brasil por (MORENO 1998).
Segundo Mirza, ( 1996) a Organização Mundial de Saúde indica que nas próximas duas décadas haverá uma mudança
nas necessidades de saúde da população mundial devido ao fato de que doenças como a depressão estão, rapidamente, substituindo os tradicionais problemas das doenças infecciosas e de má nutrição.
Segundo Bhatara, (1992) atualmente considera-se que a depressão maior na adolescência é comum, e seu reconhecimento ocorreu oficialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA (NIMH) em 1975.
Em artigo analisados, Ward et al. (2000) pontuam que a depressão se transformou em uma das doenças mais comumente encontradas pelos médicos que atendem adolescentes.
A depressão em adolescentes parece estar mais freqüente e ocorrendo cada vez mais cedo (BIRMAHER E COLS., 1996; BRENT, 1993.
A diferença da manifestação depressiva entre adolescentes do sexo feminino e masculino foi descrita por alguns autores (Baron & Campbell, 1993; Donnelly, 1995; Morgan, 1994; Sadler, 1991). As garotas relatam mais sintomas subjetivos como sentimentos de tristeza, vazio, tédio e ansiedade; e costumam ter, também, mais preocupação com popularidade, menos satisfação com a aparência, mais conscienciosidade e menos autoestima. Enquanto os rapazes relatam mais sentimentos de desprezo, desafio e desdém, e demonstram problemas de conduta como: falta às aulas, fugas de casa, violência física, roubos e abuso de substâncias.
Já existem alguns fatores de risco para depressão em adolescentes razoavelmente bem definidos. O mais importante é a presença de depressão em um dos pais, pois sabe-se que a existência de história familiar para depressão aumenta o risco em pelo menos três vezes. Outros fatores importantes de risco são os estressores ambientais como abuso físico e sexual e a perda de um dos pais, irmão ou amigo íntimo (BRAGE, 1995; BRENT, 1993).
Deve-se suspeitar de depressão em adolescentes que apresentam escolares (afastamento da escola ou queda importante no rendimento escolar), familiares e legais, alterações significativas de peso corporal, abuso de substâncias (álcool e drogas), comportamento sexual de risco e problemas problemas de conduta (explosões de raiva, brigas freqüentes, vandalismo e roubos). E ainda, estados de humor irritável ou depressivo duradouro e/ou excessivos, períodos prolongados de isolamento ou hostilidade com família e amigos, afastamento de atividades grupais, fugas de casa e presença de queixa física imprecisa, persistente e sem esclarecimento etiológico (SADLER, 1991; VILELA, 1996; WARD E COLS, 2000).
O comportamento suicida na adolescência apresenta alguns fatores conhecidos de risco: idade, sexo masculino, presença de tentativas anteriores, história familiar de transtornos psiquiátricos (especialmente com tentativa de suicídio e/ou suicídio), ausência de apoio familiar, presença de arma de fogo em casa, orientação sexual minoritária, doença física grave e/ou crônica, presença de depressão e comorbidade com transtornos de conduta e abuso de substâncias, sendo que o risco de comportamento suicida em adolescentes deprimidos é três vezes maior na presença destas patologias comórbidas ( MIRZA & MICHAEL, 1996; PATAKI & CARLSON, 1995).
8 METODOLOGIA
O projeto mostra o atual mundo globalizado com as novas tecnologias, festas abundantes, agitações dos grandes centros transformando o comportamento dos adolescentes onde o afeto e o lazer familiar se resume em páginas virtuais de bate papo.
Diante disso, o referido projeto objetiva avaliar as causas, o motivo, a qualidade de vida que influenciam o estresse nos adolescentes da classe média-alta. Dessa forma, esta pesquisa auxiliará os jovens e acadêmicos da área da saúde a conhecerem o perfil dos adolescentes com predisposição a desenvolverem depressão.
O uso indiscriminado de calmantes são características dos adolescentes das classes média-alta e classe alta no atual momento.
Junto com o desenvolvimento das cidades crescem as dificuldades dos jovens de se estabilizarem profissionalmente, podendo apresentar transtornos psicológicos.
Foram utilizadas para o desenvolvimento desta pesquisa, informações atualizadas com base em periódicos, trabalhos e artigos publicados em sites de relevância científica, tais como a BIREME ( Biblioteca Virtual em Saúde ), SCIELO ( Scientific Electronic Library Online ) a ser produzida através de estudos, fichamentos, resumos de textos, artigos, dentre outros.
REFERÊNCIAS
Bahls, Flávia R C, Depressão na adolescência: características clínicas. Parana, 2002.
Moreno RA, Moreno DH. Escalas de depressão de Montgomery & Asberg (MADRS) e de Hamilton (HAM-D). Rev Psiq Clín. 1998.
Ranña W. Infância e adolescência – enfoque psicodinâmico. In: Fráguas RJ, Figueiró JAB. Depressões em medicina interna e em outras condições médicas – depressões secundárias. São Paulo: Atheneu 401-405, 2001.
ABEn. Associação Brasileira de Enfermagem. Adolescer: compreender, atuar, acolher: Projeto Acolher. Brasília: ABEn,p. 304, 2001. Bahls SC. Sintomas depressivos em estudantes de 10 a 17 anos: um levantamento epidemiológico [tese de dissertação de mestrado em Psicologia da Infância e Adolescência]. Paraná: Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes; 2000.
Mirza, K. A. H. & Michael, A. (1996). Major depression in children and adolescents. Br J Hospital Medicine, 55(1-2), 57- 61.
Organização Mundial da Saúde. (1993). Classificação de transtornos mentais e de comportamento. Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre. Artes Médicas.