Demanda em Alta
Por Agência Goodae | 10/08/2009 | Economia
Investidor Institucional
Planos e Pensões
Junho de 2006
Uma mudança na cultura de investimentos está em curso no Brasil. Com a queda gradual e constante da taxa de juros, que está obrigando grandes investidores a procurarem ativos alternativos aos títulos públicos para não perderem rentabilidade nas suas carteiras, as empresas de consultoria de risco estão sendo cada vez mais demandadas.
A pesquisa Focus, do Banco Central, indica que a Selic deve chegar ao final de 2008 em 12,30% ao ano, ou seja, quase seis pontos percentuais abaixo da taxa que vigorava em dezembro do ano passado. Na busca de maiores retornos, o risco é inevitável. No caso dos investidores institucionais, a atenção precisa ser redobrada na hora de tomar esses riscos extras, pois uma série de regras limita os tipos de ativos nos quais eles podem aplicar, além das porcentagens máximas de alocação, exigindo a contratação de serviços de análise dos riscos dessas operações.
O presidente da Sabesprev (fundo dos funcionários da Sabesp) José Sylvio Xavier e o diretor de previdência, César Soares Barbosa, afirmam que a magnitude da queda dos juros ocorrida até agora ainda não foi suficiente para alterar de forma significativa a macro-alocação dos investimentos da entidade. Entretanto, eles confirmam que a Sabesprev se tornou mais seletiva e exigente com relação a investimentos como as emissões de papéis privados. "Aumentamos nossa exigência com relação ao risco de crédito. Até 2005, considerávamos como baixo risco papéis com nota de 'BBB' para cima. Agora o papel tem que ter pelo menos um ‘A’ na sua avaliação. Mesmo não tendo ocorrido até agora grande mudança no perfil da nossa carteira, realizamos alocações pontuais em ativos de maior risco e por isso precisamos ser seletivos", diz Xavier, acrescentando que a Sabesprev tem usado mais os serviços de consultoria e análise de riscos. "Possuímos um acompanhamento diário dos riscos da nossa carteira e abrimos para nossos clientes a consulta da rentabilidade versus risco em nosso site na internet", comenta Xavier.
Também o gerente da divisão de risco da Fundação Cesp, Edner Bittencourt Castilho, afirma que a entidade continua concentrando seus investimentos em ativos de baixo risco de crédito, principalmente no segmento de renda fixa, apesar da queda da taxa de juros. "Embora tenhamos notado uma demanda maior por serviços de avaliação de risco, ainda não sentimos necessidade de ampliar nossos contratos com auditorias", afirma Castilho. Mas pode ser que tenhamos que fazer isso em breve".
Apesar da Fundação Cesp ainda concentrar seus investimentos em renda fixa, os retratos da carteira em dezembro de 2004, dezembro de 2005 e abril deste ano já mostram algumas alterações na composição: nesse período, a participação da renda fixa caiu de 78,6% para 74% e 72%, respectivamente, enquanto a da renda variável cresceu de 17,2% para 21,3% e 23,4% nas mesmas datas. A Fundação já estuda investimentos em ativos como os CRIs e os FIDCs, que considera interessantes, embora de maneira ainda discreta.
O presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, conta que desde novembro do ano passado tem notado maior demanda dos fundos de pensão em relação à análise de ratings. "Não só os investidores têm procurado mais informações sobre as operações como um maior número de emissores tem contratado os serviços de rating para obter as notas para suas colocações", diz Rodrigues. "Há casos, inclusive, de emissores que contratam a análise de rating e, quando não recebem uma nota boa, reestruturam a operação para obter uma classificação melhor e, com isso, atrair mais os investidores", explica o presidente da Austin Rating.
Entretanto, segundo Rodrigues, nem sempre eles conseguem realizar mudanças substantivas na operação para alcançar uma nota maior. De acordo com ele, embora existam muitas exigências para se obter uma boa classificação de risco, os investidores institucionais mais seletivos não têm grande dificuldade em encontrar boas oportunidades no mercado. "Há variedade de alternativas e papéis muito interessantes com nota ‘A’ para cima no Brasil", comenta Rodrigues.
Para o diretor-executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes, a queda dos investimentos em títulos públicos e a maior procura por ativos de maior risco devem também no futuro trazer para o Brasil algo que já é realidade em outros países: a multiplicidade de ratings. "As agências de classificação de risco têm muitas vezes opiniões diferentes sobre os mesmos investimentos. Apesar disso, ainda não é comum no Brasil um emissor ter a avaliação de mais de uma agência. “Essa é uma tendência que pode se repetir no País", afirma Guedes.
A multiplicidade dos ratings pode não ter chegado ainda ao País, mas segundo o sócio da consultoria Risk Office, Marcelo Rabbat, outra mudança que a alocação dos investimentos em ativos de maior risco está trazendo é a leitura mais atenta das recomendações das agências em relação aos papéis e a análise de outros fatores, além das notas, na hora de diversificar a carteira.
"A demanda dos emissores por rating está crescendo, embora ainda esteja concentrada nas operações de médio e longo prazo, porque custa caro obter esse tipo de avaliação. Do lado dos investidores, eles estão aprendendo a não olhar apenas superficialmente as notas, mas a analisar melhor as recomendações e análises feitas pelas agências", comenta Rabbat.
Segundo Rabbat, com a queda nas taxas de juros os fundos de pensão deverão partir cada vez mais para outros ativos, como ações e mesmo operações de private equity e venture capital. "Mas, para entrar em investimentos como esses, não basta ao investidor institucional avaliar apenas a classificação de risco. Ele tem que olhar também a natureza do investimento, o grau de governança da empresa ou instituição e deve planejar como e quando sair do investimento. Por que às vezes todas as condições parecem favoráveis mas não há comprador disponível quando o investidor quer sair do investimento", explica Rabbat.
Até quando os juros são interessantes?
Não há dúvidas que a atual trajetória de queda dos juros, que deve se manter pelos próximos anos, obriga os investidores institucionais a procurarem novas alternativas para cumprir ou superar suas metas atuariais. Apesar disso, não se pode esquecer que mesmo com a queda já ocorrida, o Brasil continua com as taxas mais altas do mundo. "Não fizemos ainda mudanças estruturais na nossa carteira porque a queda da taxa de juros ocorrida até agora ainda não foi tão expressiva. Não faz sentido correr riscos maiores neste momento. A taxa de juros ainda é interessante e vai continuar interessante por uns bons anos", afirma o presidente da Sabesprev. José Sylvio Xavier.
Para basear essa afirmação, Xavier lembra que a atual meta da instituição é de INPC mais 6%. Ou seja, a Selic nominal de 12,30% projetada na pesquisa Focus, do Banco Central, para o final de 2008 ainda atenderia essa meta, mesmo considerando uma inflação em tomo de 5%.
O diretor de previdência da Sabesprev, César Soares Barbosa, acrescenta que abaixo desse nível
de juros poderia começar a haver um descasamento com as metas atuais. Mas ele pondera: "será que em uma economia com juros mais baixos, as metas atuariais também não serão outras? Da mesma forma, poderá haver um cenário mais tranqüilo e seguro para entrar com mais força na bolsa de valores ou em outros investimentos como o private equity e venture capital. É difícil de imaginar isso agora, porque muita coisa pode mudar", comenta Barbosa. Ele lembra também que a legislação brasileira impõe muitas regras aos investidores institucionais. "Muitas restrições de investimentos que existem hoje poderiam ser revistas em um ambiente econômico mais tranqüilo", afirma Barbosa.Se, mesmo em queda, os juros brasileiros ainda são interessantes para os investidores nacionais, para os estrangeiros mostram-se cada vez mais atraentes.
Segundo o sócio da Risk Office, Marcelo Rabatt, não são apenas as ações do Comitê de Política Monetária (Copom) que estão forçando os fundos de pensão a procurar outros ativos. "Isso está acontecendo também porque há novos e poderosos players no mercado de títulos públicos de longo prazo. Os investidores estrangeiros estão muito agressivos na compra de NTNDs por exemplo. Em parte porque eles apostam no País a médio e longo prazo e em parte também porque esses títulos representam uma taxa de retomo muito interessante para eles", afirma Rabbat. E acrescenta: "O problema é que esses estrangeiros têm ordem de sair do mercado com tudo quando aparece uma oportunidade melhor. Foi o que aconteceu há pouco tempo, quando a taxa de juros americana se tornou mais atrativa e eles saíram dos papéis brasileiros. Isso teve efeitos negativos também no mercado nacional de dólar e bolsa, afetando todos os investidores com posições nesses ativos", comenta Rabbat.
A hora e a vez dos FIDCs
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) começam a chamar a atenção dos investidores institucionais preocupados em obter mais rentabilidade. De acordo com o diretor-executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes, há opções desses fundos baseados em recebíveis de empresas de vários segmentos como petróleo, imóveis, veículos, loteamentos etc. "Comparando opções de FIDCs com classificação de risco semelhante a outras emissões, nota-se que eles oferecem retorno melhor. Isso acontece porque esse é um produto relativamente novo no mercado", afirma Guedes.
Segundo ele, enquanto um papel de risco 'AA', privado, rende em média 103% do CDI, enquanto títulos do governo pagam mais ou menos 100% do CDI. Os FIDCs classificados como 'AA', por sua vez, pagam entre 106% a 110% do CDI, segundo Guedes. Para o diretor da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, os FIDCs são alternativas que vieram para ficar. "Representam uma boa opção de investimento com risco controlado", afirma ele. Segundo levantamento da consultoria NetQuant, no final de 2004 praticamente nenhum fundo de pensão aplicava nessa modalidade. Em dezembro de 2005, constatou-se que os FIDCs já representavam 3% das carteiras de renda fixa desses investidores institucionais.
*Marcelo Rabbat é diretor da PR&A, empresa especializada em Risco de Crédito, Risco de Mercado e Consultoria de Investimento.
Fonte: Caderno de Economia
Planos e Pensões
Junho de 2006
Uma mudança na cultura de investimentos está em curso no Brasil. Com a queda gradual e constante da taxa de juros, que está obrigando grandes investidores a procurarem ativos alternativos aos títulos públicos para não perderem rentabilidade nas suas carteiras, as empresas de consultoria de risco estão sendo cada vez mais demandadas.
A pesquisa Focus, do Banco Central, indica que a Selic deve chegar ao final de 2008 em 12,30% ao ano, ou seja, quase seis pontos percentuais abaixo da taxa que vigorava em dezembro do ano passado. Na busca de maiores retornos, o risco é inevitável. No caso dos investidores institucionais, a atenção precisa ser redobrada na hora de tomar esses riscos extras, pois uma série de regras limita os tipos de ativos nos quais eles podem aplicar, além das porcentagens máximas de alocação, exigindo a contratação de serviços de análise dos riscos dessas operações.
O presidente da Sabesprev (fundo dos funcionários da Sabesp) José Sylvio Xavier e o diretor de previdência, César Soares Barbosa, afirmam que a magnitude da queda dos juros ocorrida até agora ainda não foi suficiente para alterar de forma significativa a macro-alocação dos investimentos da entidade. Entretanto, eles confirmam que a Sabesprev se tornou mais seletiva e exigente com relação a investimentos como as emissões de papéis privados. "Aumentamos nossa exigência com relação ao risco de crédito. Até 2005, considerávamos como baixo risco papéis com nota de 'BBB' para cima. Agora o papel tem que ter pelo menos um ‘A’ na sua avaliação. Mesmo não tendo ocorrido até agora grande mudança no perfil da nossa carteira, realizamos alocações pontuais em ativos de maior risco e por isso precisamos ser seletivos", diz Xavier, acrescentando que a Sabesprev tem usado mais os serviços de consultoria e análise de riscos. "Possuímos um acompanhamento diário dos riscos da nossa carteira e abrimos para nossos clientes a consulta da rentabilidade versus risco em nosso site na internet", comenta Xavier.
Também o gerente da divisão de risco da Fundação Cesp, Edner Bittencourt Castilho, afirma que a entidade continua concentrando seus investimentos em ativos de baixo risco de crédito, principalmente no segmento de renda fixa, apesar da queda da taxa de juros. "Embora tenhamos notado uma demanda maior por serviços de avaliação de risco, ainda não sentimos necessidade de ampliar nossos contratos com auditorias", afirma Castilho. Mas pode ser que tenhamos que fazer isso em breve".
Apesar da Fundação Cesp ainda concentrar seus investimentos em renda fixa, os retratos da carteira em dezembro de 2004, dezembro de 2005 e abril deste ano já mostram algumas alterações na composição: nesse período, a participação da renda fixa caiu de 78,6% para 74% e 72%, respectivamente, enquanto a da renda variável cresceu de 17,2% para 21,3% e 23,4% nas mesmas datas. A Fundação já estuda investimentos em ativos como os CRIs e os FIDCs, que considera interessantes, embora de maneira ainda discreta.
O presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, conta que desde novembro do ano passado tem notado maior demanda dos fundos de pensão em relação à análise de ratings. "Não só os investidores têm procurado mais informações sobre as operações como um maior número de emissores tem contratado os serviços de rating para obter as notas para suas colocações", diz Rodrigues. "Há casos, inclusive, de emissores que contratam a análise de rating e, quando não recebem uma nota boa, reestruturam a operação para obter uma classificação melhor e, com isso, atrair mais os investidores", explica o presidente da Austin Rating.
Entretanto, segundo Rodrigues, nem sempre eles conseguem realizar mudanças substantivas na operação para alcançar uma nota maior. De acordo com ele, embora existam muitas exigências para se obter uma boa classificação de risco, os investidores institucionais mais seletivos não têm grande dificuldade em encontrar boas oportunidades no mercado. "Há variedade de alternativas e papéis muito interessantes com nota ‘A’ para cima no Brasil", comenta Rodrigues.
Para o diretor-executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes, a queda dos investimentos em títulos públicos e a maior procura por ativos de maior risco devem também no futuro trazer para o Brasil algo que já é realidade em outros países: a multiplicidade de ratings. "As agências de classificação de risco têm muitas vezes opiniões diferentes sobre os mesmos investimentos. Apesar disso, ainda não é comum no Brasil um emissor ter a avaliação de mais de uma agência. “Essa é uma tendência que pode se repetir no País", afirma Guedes.
A multiplicidade dos ratings pode não ter chegado ainda ao País, mas segundo o sócio da consultoria Risk Office, Marcelo Rabbat, outra mudança que a alocação dos investimentos em ativos de maior risco está trazendo é a leitura mais atenta das recomendações das agências em relação aos papéis e a análise de outros fatores, além das notas, na hora de diversificar a carteira.
"A demanda dos emissores por rating está crescendo, embora ainda esteja concentrada nas operações de médio e longo prazo, porque custa caro obter esse tipo de avaliação. Do lado dos investidores, eles estão aprendendo a não olhar apenas superficialmente as notas, mas a analisar melhor as recomendações e análises feitas pelas agências", comenta Rabbat.
Segundo Rabbat, com a queda nas taxas de juros os fundos de pensão deverão partir cada vez mais para outros ativos, como ações e mesmo operações de private equity e venture capital. "Mas, para entrar em investimentos como esses, não basta ao investidor institucional avaliar apenas a classificação de risco. Ele tem que olhar também a natureza do investimento, o grau de governança da empresa ou instituição e deve planejar como e quando sair do investimento. Por que às vezes todas as condições parecem favoráveis mas não há comprador disponível quando o investidor quer sair do investimento", explica Rabbat.
Até quando os juros são interessantes?
Não há dúvidas que a atual trajetória de queda dos juros, que deve se manter pelos próximos anos, obriga os investidores institucionais a procurarem novas alternativas para cumprir ou superar suas metas atuariais. Apesar disso, não se pode esquecer que mesmo com a queda já ocorrida, o Brasil continua com as taxas mais altas do mundo. "Não fizemos ainda mudanças estruturais na nossa carteira porque a queda da taxa de juros ocorrida até agora ainda não foi tão expressiva. Não faz sentido correr riscos maiores neste momento. A taxa de juros ainda é interessante e vai continuar interessante por uns bons anos", afirma o presidente da Sabesprev. José Sylvio Xavier.
Para basear essa afirmação, Xavier lembra que a atual meta da instituição é de INPC mais 6%. Ou seja, a Selic nominal de 12,30% projetada na pesquisa Focus, do Banco Central, para o final de 2008 ainda atenderia essa meta, mesmo considerando uma inflação em tomo de 5%.
O diretor de previdência da Sabesprev, César Soares Barbosa, acrescenta que abaixo desse nível
de juros poderia começar a haver um descasamento com as metas atuais. Mas ele pondera: "será que em uma economia com juros mais baixos, as metas atuariais também não serão outras? Da mesma forma, poderá haver um cenário mais tranqüilo e seguro para entrar com mais força na bolsa de valores ou em outros investimentos como o private equity e venture capital. É difícil de imaginar isso agora, porque muita coisa pode mudar", comenta Barbosa. Ele lembra também que a legislação brasileira impõe muitas regras aos investidores institucionais. "Muitas restrições de investimentos que existem hoje poderiam ser revistas em um ambiente econômico mais tranqüilo", afirma Barbosa.Se, mesmo em queda, os juros brasileiros ainda são interessantes para os investidores nacionais, para os estrangeiros mostram-se cada vez mais atraentes.
Segundo o sócio da Risk Office, Marcelo Rabatt, não são apenas as ações do Comitê de Política Monetária (Copom) que estão forçando os fundos de pensão a procurar outros ativos. "Isso está acontecendo também porque há novos e poderosos players no mercado de títulos públicos de longo prazo. Os investidores estrangeiros estão muito agressivos na compra de NTNDs por exemplo. Em parte porque eles apostam no País a médio e longo prazo e em parte também porque esses títulos representam uma taxa de retomo muito interessante para eles", afirma Rabbat. E acrescenta: "O problema é que esses estrangeiros têm ordem de sair do mercado com tudo quando aparece uma oportunidade melhor. Foi o que aconteceu há pouco tempo, quando a taxa de juros americana se tornou mais atrativa e eles saíram dos papéis brasileiros. Isso teve efeitos negativos também no mercado nacional de dólar e bolsa, afetando todos os investidores com posições nesses ativos", comenta Rabbat.
A hora e a vez dos FIDCs
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) começam a chamar a atenção dos investidores institucionais preocupados em obter mais rentabilidade. De acordo com o diretor-executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes, há opções desses fundos baseados em recebíveis de empresas de vários segmentos como petróleo, imóveis, veículos, loteamentos etc. "Comparando opções de FIDCs com classificação de risco semelhante a outras emissões, nota-se que eles oferecem retorno melhor. Isso acontece porque esse é um produto relativamente novo no mercado", afirma Guedes.
Segundo ele, enquanto um papel de risco 'AA', privado, rende em média 103% do CDI, enquanto títulos do governo pagam mais ou menos 100% do CDI. Os FIDCs classificados como 'AA', por sua vez, pagam entre 106% a 110% do CDI, segundo Guedes. Para o diretor da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, os FIDCs são alternativas que vieram para ficar. "Representam uma boa opção de investimento com risco controlado", afirma ele. Segundo levantamento da consultoria NetQuant, no final de 2004 praticamente nenhum fundo de pensão aplicava nessa modalidade. Em dezembro de 2005, constatou-se que os FIDCs já representavam 3% das carteiras de renda fixa desses investidores institucionais.
*Marcelo Rabbat é diretor da PR&A, empresa especializada em Risco de Crédito, Risco de Mercado e Consultoria de Investimento.
Fonte: Caderno de Economia