DELEGADA MARIA ELISA(PARTE CXLIV): “O FUTURO ‘IPREV’ E A EMENDA DA ‘ADPESC’ (DELEGADOS SONÊA MARIA VENTURA NEVES E PAULO ROBERTO DIAS NEVES). O ENCONTRO COM O DELEGADO RODRIGO BARBOSA EM ‘TROMBUDO CENTRAL’”.
Por Felipe Genovez | 07/06/2019 | HistóriaO 'IPREV' E A 'ADPESC':
Dia 28.04.08, horário: dezoito horas, peguei na internet (side: Associação dos Delegados de Polícia - Adpesc) o artigo sobre a emenda apresentada pela referida entidade sobre o Iprev:
“IPREV - Governo acolhe emenda da ADPESC - 25/04/2008 às 17:54:00 - A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina – ADPESC, no ato representada pela Presidenta Delegada Sonêa Maria Ventura Neves, e pelo Diretor-Geral da Secretaria de Segurança Pública, Delegado Paulo Roberto Dias Neves, apresentou nesta sexta-feira(25), ao Secretário da Administração, Antônio Marcos Gavazzoni, sugestão de emenda ao PLC/50/2007 - IPREV, que consolida definitivamente no texto os benefícios da aposentadoria especial dos servidores da Segurança Pública, previstos nas Leis Complementares 335 de 02 de março de 2006 e 343 de 18 de março de 2006. A referida emenda abaixo transcrita na íntegra, foi elaborada com o apoio da Delegacia Geral da Polícia Civil e da Secretária de Estado da Segurança Pública. Gavazzoni acolheu a sugestão, que considerou ‘absolutamente compatível’, afirmando tratar-se de uma importante contribuição à redação do projeto, de modo a estabelecer de forma mais clara a garantia de direitos conquistados. Ele informou que vai encaminhá-la ao relator da matéria, deputado Herneus de Nadal, para que seja incluída no projeto. ‘É este tipo de parceria que estamos pedindo aos servidores para podermos melhorar a Lei do IPREV’, acentuou o secretário. A inclusão da emenda no Anteprojeto do IPREV, fica mais claro no projeto o compromisso do Governo do Estado em manter os direitos conquistados e merecidos pela categoria, na sua integralidade. No entanto, devemos manter a vigília na casa legislativa, buscar o apoio dos parlamentares para, só então, termos a certeza do atendimento ao nosso pleito. Vejam a redação: “EMENDA ADITIVA AO PLC Nº 050/2007. Acrescenta artigo ao PLC n.º 050/2007, aditivando dispositivo na Lei Complementar no Título III, Das Disposições Finais e Transitórias, que trata do regime próprio de previdência dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina, renumerando-se os demais na seqüência. ‘Art. .... Ficam mantidas e produzindo efeitos legais, as disposições contidas nas Leis Complementares nº 335 de 02 de março de 2006 e nº 343, de 18 de março de 2006, aplicando-se subsidiariamente e no que não lhe for contrário, o disposto nesta Lei.’A ADPESC está fazendo a sua parte porque acredita na Polícia Civil Catarinense, merecedora do mais elevado respeito e consideração pelo trabalho que vem desenvolvendo”.
Por volta das dezoito e trinta horas, estava na Corregedoria da Polícia Civil e o Delegado Gentil João Ramos veio até meu gabinete solicitar uma cópia de um relatório (procedimento disciplinar). Durante o curso da conversa perguntei se ele tinha conhecimento a respeito da emenda apresentada pela Adpesc no caso do “Iprev”. Gentil respondeu que desconhecia o assunto e eu monopolizei as atenções fazendo alguns comentários em contraposição a nossa proposta de emenda, repassando-lhe o material para conhecimento.
A volta do projeto do “Fundo de Aposentadoria dos Policiais”:
Dia 22.05.08, horário: doze horas e dois minutos, mandei um torpedo para Marilisa (depois de tentar conversar com ela pelo celular que não atendeu): “Ma, preciso falar ctigo..., mas se preferir conversa direto c/ Zulmar... é q. o Darci apresentou aquele nosso projeto. Só q. ele tem vício de origem, então tem q. se trabalhar o LHS... se não é vetado”.
Horário: doze horas e sete minutos, mandei outro torpedo seqüencial: “Ah, senhora, cobrei o projeto na semana retrasada... ele falou c. o Darci... Veja site do Sintrasp hoje...”.
Data: 27.05.08, horário: vinte e duas horas e cinqüenta e um minutos, Marilisa me mandou um torpedo, com o seguinte conteúdo: “Oi querido, o Darci ligou e informou q/ o Gavazzoni poderá nos atender na quinta ou sexta, OK Beijos, Ma”.
Horário: vinte horas e cinqüenta e três minutos, mandei um torpedo para Marilisa: “Oi minha linda, só agora vi tuas ligações... Estou bem aqui pertinho do teu coração... então q. te falta?”
Por volta das vinte e três horas mandei um torpedo para Marilisa: “Certinho. Mas e o projeto do nosso fundinho? Ta tudo certinho? Qto ao Gava, bom não seremos rolados? É que o pak já foi p/ a Alesc e Gava não apita mais nada... Esse contato c/ Darci e um purra c/ a barriga? Acho q. o Fundo é o foco? Vamos lá...?”
Dia 28.05.08, horário: oito horas e dois minutos, mandei um torpedinho para Marilisa: “Ma (ravilha), acordou? Dê uma lida na coluna do Moacir Pereira no DC de hj. Depois me diz... Mas me diz de verdade se o fundo não é mais negócio? Ah, fica c/ meus agradecimentos...”.
Dia 29.05.08, horário: vinte e uma horas e cinqüenta e sete minutos, mandei um torpedo para Marilisa: “Oi, como não recebi uma lig., achei q. o contato com os polits ficou s/ efeito. Vamosossegar”.
Dia 02.06.08, horário: vinte e três horas, mandei um torpedo para Marilisa: “Dorminhoca. Fica c/ meu ba noiche. Sem novi? Bjs p/ vc sonhar”.
O encontro com o Delegado Rodrigo Barbosa:
Dia 03.06.08, horário: dezessete horas e trinta minutos, cheguei na DPCo/Trombudo Central e ao entrar na repartição encontrei o Delegado Rodrigo Barbosa no interior do seu gabinete, sentado. Rodrigo era iniciante na carreira, com sua estatura baixa, usando terno, cabelo com um tipo de brilhantina... logo que me viu veio me recepcionar. Acabamos conversando sobre assuntos institucionais e eu fui relatando minhas idéias sobre a necessidade de criação da Procuradoria-Geral de Polícia, o segundo grau na carreira, a independência institucional... Acabamos concordando que a presidente da Adpesc (Delegada Sonêa) tinha adotada uma estratégia totalmente errada na condução de nossos destinos, a começar por voltar seus olhos somente para Brasília (Pec 549), numa atitude flagrante de “engajamento” numa causa distante e assim evitar qualquer tipo de confronto direto com o governo estadual. Rodrigo fez uma quase provocação ao afirmar que outro dia a Delegada Sonêa teria dito que o Governador estava bastante simpático as reivindicações dos Delegados... Acabei comentando minhas idéias sobre as três vias de poder: 1) cúpula; 2) Delegados Regionais; 3) lideranças classistas. Ao final, comentei que as três vias eram fisiologistas, politiqueiras... Rodrigo Barbosa se revelou um profissional-esperança, apesar de ainda não ter trinta anos (nasceu em 1982). Além disso, se mostrou bastante atualizado, por dentro de legislações..., atento a todos os movimentos internos e externos e chegou a comentar que estava mantendo trocas de e-mails com colegas sobre assuntos institucionais, porém, a grande maioria apresentava um medo velado de ser perseguida, sofrer reveses... Ao final, Rodrigo contou que estava estudando para fazer concurso (“Cartorário”). Lamentei que pessoas com o seu valor estivessem pensando em deixar a instituição e sugeri que ele mandasse e-mails à direção da Adpesc, a fim de levar ao seu conhecimento assuntos institucionais tão relevantes. Concluímos nosso encontro falando sobre a questão salarial e Rodrigo comentou que outro dia um Patrulheiro Rodoviário Federal esteve na Delegacia da Comarca e entrou no seu gabinete como se fosse a sua casa, tomando chimarrão, sentando na sua frente sem ser convidado e teve que ser chamado a atenção. Rodrigo relatou que certamente esse comportamento se deveu em razão de que atualmente os patrulheiros federais, cuja carreira não exigia nível superior, percebiam salários superiores aos Delegados de Polícia e isso criava um clima de isonomia e tratamento, mexia com a autoestima e acabava repercutindo no exercício do cargo e na dignidade profissional.
Por volta das dezoito horas e trinta minutos, estava ainda na Delegacia da Comarca de Trombudo Central na companhia do Delegado Rodrigo Barbosa quando uma ligação de Marilisa no meu celular. Logo de início fui dizendo que naquele dia pela manhã passei em frente a Delegacia da Mulher de Joinville e percebi a janela do seu gabinete aberta, o Siena-Fiat azul marinho na garagem e quase que lhe telefonei... Marilisa lamentou, dizendo:
- “Ué, por que tu na entrasses? Ah, deverias...”.
Antes que ela terminasse interrompi:
- “Eu parei no sinal vermelho, olhei para cima, vi que a tua janela estava aberta aí né...”.
O Delegado Rodrigo escutava a nossa conversa e eu procurei ser mais específico. Marilisa relatou que tinha tentado conversar com o Deputado Darci de Matos, porém, não consegui e que também procurou o Delegado Zulmar Valverde, mas não teve retorno. Acabamos nossa conversa com despedidas açucaradas, de quem se quer muito bem e sente falta de um contato regular. Comentei que no dia seguinte à já estaria em São Francisco do Sul e que ficaria até o final da semana por lá... Perguntei se ela tinha recebido meu torpedo ontem à noite e ela confirmou, dizendo que só viu naquela manhã porque já estava dormindo. Pretendi fazer uma brincadeira com ela, em especial quando lamentou que eu tinha passado em frente a sua repartição e não entrei e que quando acontecesse isso outra vez era para parar... Na verdade tive que me conter (para não ser mal interpretado) para não dizer que mais importante que isso era a nossa ligação tão urdida de modo todo especial e como isso tinha peso em nossas vidas.