DELEGADA MARIA ELISA (PARTE CLXXI): “OCLAIR SILVEIRA NO SERVIÇO ATIVO? UMA CERTA ESCREVENTE POLICIAL DOLORES. ‘DRP’ JUREMA WULF DESAFIARIA QUEM? TEMA PARA 'LISA' E ‘AS HABILIDADES DE ADEMAR JOÃO REZENDE”.
Por Felipe Genovez | 24/07/2019 | HistóriaUm motorista fiel:
No dia 23.07.08, por volta das dezoito horas e trinta minutos, estava empreendendo viagem da cidade de Taió para Joinville, em cuja repartição policial tinha finalizado audiência de ouvida de testemunhas em um procedimento disciplinar. Durante o curso dessa viagem estava acompanhado do motorista Dílson Pacheco que fez um relato sobre os tempos em que serviu de motorista da Delegada Lúcia Stefanovich, isso na época em que ela ocupou o cargo de Secretária da Segurança Pública (Governo Paulo Alfonso Vieira). Dílson Pacheco relatou que serviu de motorista dos filhos da Delegada Lúcia, sendo responsável por levá-los e apanhá-los todos os dias no colégio na Chevrolet Blazer branca...
A convincente policial Dolores:
No dia seguinte, (24.07.08), por volta das quatorze horas, chegamos na Delegacia Regional de Mafra, onde pretendia dar andamento a uma outra sindicância contra o Delegado Regional Osmar Simplício de Amorin. O objetivo era ouvir o Delegado Oclair Silveira, haja vista que o “DRP” havia feito uma cirurgia de hérnia e estava licenciado. Fui direto para o gabinete da policial Dolores (Escrevente Policial) que ficava na Delegacia da Comarca. Dolores era aquele tipo de mulher bonachona e “risoleta”, mas basante trabalhadora, minha conhecida de muitos anos, desde a época da antiga Federação Catarinense dos Policial Civis – Fecapoc (atual Sintrasp). Entre eu e Dolores existia uma relação de confiança e empatia, tanto que ela me repassou algumas informações importantes a respeito de irregularidades ocorridas no âmbito daquela Delegacia Regional. Primeiramente, conversamos a respeito das eleições do Sintrasp (assunto que já tinha gasto algumas horas de conversa com Dílson Pacheco durante à viagem). Dolores comentou que queria mudança, que bastava uma pessoa ficar dezesseis anos... e que era preciso renovação. Concordei com esse raciocínio, lembrando que quando fui presidente procurei dar o exemplo, ou seja, fiz as primeiras eleições.... Dolores relatou que os Juízes de Direito e Promotores de Justiça estavam muito chateados com os Delegados daquela comarca em razão da desorganização dos serviços policiais. Dolores quase suplicou para que a cúpula da Polícia Civil fizesse alguma coisa para mudar aquela realidade, o que me fez argumentar que o problema seria o Delegado Regional Osmar Simplício que detinha apoio do Delegado-Geral Maurício Eskudlark. Dolores fez uma cara de decepção e insistiu:
- “Meu Deus, a gente tem até vergonha aqui, eles têm que mandar gente nova para cá, Delegados preparados...”.
Era factível que o Delegado Oclair já estava com quase setenta anos e bastante passado. Até o jeito de andar de Oclair denotava cansaço, desgastes, falta de autoestima, ânimo... Lembrei que o Delegado Osmar Simplício era outro também que denotava desinteresse pelos serviços policiais, apreço pela instituição, ou seja, a Polícia Civil não se afigurava um fim, mas um meio... Mostrei para Dolores parte do teor da sindicância, em especial, o meu relatório e que resultou na instauração de procedimento disciplinar o que fez ela comentar:
- “Eles acham que fui eu que lhe dei essas informações, doutor o senhor não pode contar...”.
Sim, Dolores havia me repassado as informações, mas só que não teria sido apenas ela... Nisso apareceu o Delegado Oclair, quase arrastando os pés...
Delegada Regional Jurema Wulf desafiaria quem?
Por volta das dezessete horas e trinta minutos, chegamos na Delegacia Regional de Jaraguá do Sul pois precisava conversar com os Delegados Uriel, Jurema e Cristine. Já tinha concluído o assunto que havia vindo tratar e pedi que eles se unissem para apoiar e dar força ao nosso projeto que tratava do “fundo aposentatório dos policiais”. Lembrei novamente o nome da Delegada Marilisa como coadjuvante na propositura dessa empreitada e adverti a Delegada Cristine que um dia ela também iria se aposentar e que quando esse tempo chegasse ela talvez lembrasse dessa nossa luta. Depois de concluir a conversa a três pedi para ficar em particular com a Delegada Jurema Wulf e comentei que na semana anterior tinha conversado com o Delegado/Corregedor Nilton e o mesmo havia confidenciado que o problema dela era que ao invés de trabalhar na DRP de Jaraguá preferia atuar como Delegada de Comarca de Guaramirim... Jurema Wulf permaneceu na condição de ouvinte, dando a impressão que não se incomodava, o que me fez prosseguir com meu relato:
- “Bom, eu disse para o Nilton que conversei contigo recomendando que tu ficasses mais na ‘Regional’. Mas o Nilton disse que tu preferes mesmo é a Comarca de Guaramirim porque tens medo de perder a lotação lá, isso é verdade? Eu não acredito, mas estou te dizendo porque a Juíza lá tem telefonado direto para a Corregedoria e reclama que tu não respondes aos pedidos da Justiça...”.
Recomendei que Jurema Wulf, ex-Escrivã do Fórum de Guaramirim, tomasse cuidados e fizesse uma reflexão sobre sua conduta... Ela, parecendo não se abalar, agradeceu a minha preocupação.
Tema para "Isa":
Por volta das vinte e duas horas, aproximadamente, voltei meus pensamentos para Marilisa e me perguntei: “O que será que ela estaria fazendo? Será que estaria preocupada com o nosso ‘projeto’? Estaria fazendo contatos? Será que ela tinha consciência que sem mobilização acabaríamos morrendo na praia, tudo que fizemos não daria em nada...? Ou será que Marilisa estaria aproveitando as suas férias? É justo que aproveite, mas não dá para negar que o momento é agora e se deixarmos passar, tudo vai se perder, cairá no esquecimento...”.
As habilidades do Delegado Ademar João Resende:
Data: 30.07.08. Horário: 09:00h. Estava viajando para a cidade de Indaial, juntamente com o Delegado Ademar João Rezende, cujo objetivo era dar continuidade a uma sindicância acusatória. Durante o trajeto perguntei para Ademar se ele havia estado na assembleia da ”Adpesc” que foi realizada na Academia da Polícia Civil na última semana. Ademar comentou que participou, porém, ficou meio que frustrado porque não teve nada de concreto, a não ser a criação de representações regionais da entidade para descentralização e estimular discussões... Achei aquilo algo fantasmagórico considerando que os Oficiais da PM eram milhares e não possuíam esse tipo de representação, o mesmo em se tratando dos Juízes de Direito, membros do Ministério Público, Fiscais da Fazenda... Fiquei pensando: “Será que o Ademar está fazendo alguma provocação? Ou, será que resolveu flexibilizar, haja vista que é pago pela entidade para defender os Delegados envolvidos em procedimentos disciplinares e tem que vestir a camisa da atual direção da ‘Adpesc’...?”
Por volta das quinze horas chegamos na Delegacia da Comarca de Piçarras e fomos conversar com o Delegado Francisco dos Anjos. Perguntei para Francisco se ele havia participado da assembleia itinerante da ‘Adpesc’ em Itajaí, dando ênfase ao nosso projeto que tratava sobre o “Fundo Aposentatório”. O Delegado Francisco respondeu negativamente e perguntou qual teria sido o resultado do evento na Capital o que me fez argumentar que quem poderia dizer alguma coisa seria o Ademar Rezende e que nada de concreto foi deliberado em termos salariais. Ademar Rezende intercedeu dizendo que pelo menos uma coisa boa foi acertada no encontro itinerante, ou seja, a criação de representantes regionais... Meio que contrariado porque Francisco dos Anjos pareceu achar uma “grande sacada”, resolvi interromper:
- “Será que nós não estamos precisando criar um sindicados dos Delegados. Em São Paulo criaram, em Minas também... Então, já que a nossa Associação está mais para confraternização e viagens, que se crie o sindicato para representar nossas aspirações, ir a luta...”.