DELEGADA MARIA ELISA (PARTE CLXII): “SERIA O ‘INTRIGANTE’ DELEGADO ADEMIR TADEU DE OLIVEIRA? MAIS UMA DECEPÇÃO DO DELEGADO HELIO NATAL DORNSBACH? LÁGRIMAS DE SOL DA DELEGADA SANDRA ANDREATTA?”
Por Felipe Genovez | 11/07/2019 | HistóriaO intrigante Delegado Ademir Tadeu de Oliveira:
Data: 07.07.08. Horário: 17:00h. Tínhamos acabado de chegar na Delegacia de Polícia da Comarca de Joaçaba e fui direto conversar com o Delegado Ademir Tadeu de Oliveira. Era intrigante porque numa conversa que tive com o Corregedor Nilton Andrade, isso há umas duas semanas atrás, ele comentou que havia denúncias de que o Delegado Ademir Tadeu estaria envolvido com problemas sérios e que estava sendo de investigações. Lembrei que também o Investigador Pedrini, subordinado à Ademir Tadeu também estaria sendo objeto de investigações (tinha encontrado esse policial momentos antes no prédio). Soube que o Delegado Antônio Carlos Pereira havia deixado a Delegacia Regional de Joaçaba e que Ademir Tadeu teria sido nomeado o novo titular daquele órgão. Durante esses contatos com me fiz acompanhar o tempo todo da Delegada Sandra Andreatta e Ademir Tadeu relatou que havia participado de uma comissão de processo disciplinar juntamente com Nilton Andrade e Ricardo Thomé, cujo procedimento envolvia o Investigador Elizeu da DPCo/Ponte Serrada. Ademir Tadeu afirmou que Nilton e Thomé foram favoráveis à demissão desse policial civil enquanto ele foi contra, tendo que motivar seu voto. No final esse policial foi demitido, no entanto, após recurso conseguiu reverter na Justiça e foi reintegrado. Contei que estava ali para tentar localizar o Delegado Antônio Carlos Pereira (Toninho), só que soube que ele agora se encontrava atuando na Diretoria de Polícia do Interior, localizada na cidade de Curitibanos, em cujo órgão exercia as funções de Corregedor do Oeste. Aproveitei para explicar para Ademir Tadeu o projeto que tratava da “Indenização Aposentatória”, tirando uma impressão da matéria no seu computador. Ademir Tadeu confidenciou que possuía um ótimo relacionamento com o Deputado Jorginho Melo e que quase toda semana o parlamentar vinha a Joaçaba e ambos jantavam juntos. Ademir Tadeu se comprometeu a levar o projeto para o seu amigo parlamentar... Acabei relatando também um pouco sobre a proposta de “PEC” que criava a Procuradoria-Geral de Polícia, as “três vias” de poder na Polícia Civil e a importância de se criar o “Colégio de Delegados Regionais de Polícia”. Ademir Tadeu parecia uma pessoa difícil de conversar, em especial, em razão dos seus “egos”, mas procurei manter um nível amistoso e de empatia, como se fôssemos velhos amigos, pois o interesse institucional deveria ser maior que tudo... Ademir Tadeu chegou a comentar que se quisesse ser candidato a Prefeito de Joaçaba não teria problemas e que regularmente fazia jantares na sua residência da qual participavam Juízes de Direito, Promotores de Justiça... Lembrei daquela conversa com o Corregedor Nilton Andrade em que ele havia me dito que havia divisões entre Promotores de Justiça em Joaçaba, sendo um grupo que apoiava policiais e outro que era contra.
A decepção do Delegado Natal:
Por volta das vinte horas e trinta minutos já estava em Chapecó aguardando a chegada do velho amigo Delegado Natal, cujo encontro estava marcado para a “Churrascaria Galpão Grill”, localizada na Av. Fernando Machado. Logo a seguir Natal chegou e fomos direto para a “Pasteka” (Pastelaria localizada na Av. Getúlio Vargas) porque ele disse que não iria comer nada e durante nossa caminhada ele foi relatando que a situação estava terrível na região. Natal citou que se encontra muito decepcionado com o Delegado Regional Mauro que também era professor do Curso de Direito efoi convidado para lecionar na Academia de Polícia, isso na Capital. A seguir, Natal comentou que agora a esposa do Delegado Regional também passou no concurso para Delegado e que iria fazer o curso na Capital. Natal comentou que quem estaria mandando na “DRP” de Chapecó era o Delegado Alex Boff e que o novato Delegado Regional Mauro estaria deslumbrado com o poder e com sua condição de intelectual lecionando no magistério superior. Acabei fazendo uma brincadeira:
- “Mas Natal, tu falavas tão bem desse Delegado Mauro, meu Deus, e agora mudou tudo?”
Natal respondeu:
- “Pois é, meu, quebrei a cara, quebrei a cara...”.
Fiz um relato sobre o projeto do “fundo aposentatório” e Natal relatou que teve um problema recentemente com um Capitão da Polícia Militar e que provavelmente o assunto iria bater na Corregedoria. Natal me pediu algumas orientações como proceder no seu caso e eu recomendei que ele aguardasse um pouco, ou seja, era prudencial esperar a apuração dos fatos e ver se realmente a coisa evoluiria em nível correcional.
A disposição refletida:
Por volta das vinte e três horas já estava no meu quarto (no Hotel Cometa) e voltei meu pensamentos em Marilisa que sequer me telefonou, deu um algum sinal de vida, justamente naquele aniversário de junção dos “sete”, dos “zeros” o que me fez lembrar: “Êta Marilisa, friona, desligadona, insensível, distante, desconectada... apesar de todo aquele seu ‘grau’ de encantamento, desassombro, deslumbramento, sedução, charme... tudo talvez fosse apenas um estado lúgubre de ser e estar que chamava a minha a atenção, a colocava no centro, especialmente, quando a noite apertava... Porém, tudo aquilo poderia ser resumido como uma espécie de “Ar Marilisiano”. De qualquer maneira achei necessário registrar esse momento e toda a beleza do seu ser, e que já foi... , nunca mais será, também, por conta de um lado triste das nossas vidas cruzadas o que me fez pensar: “Pobre Marilisa em seu mundo, suas incertezas, inseguranças, indefinições..., pobre de todos nós neste nosso mundinho! Porém e de resto, posso aspirar todo o seu frescor, e a minha disposição refletida”.
Seriam lágrimas de sol da Delegada Sandra Andreatta?
Dia 08.07.08, horário: sete horas e trinta minutos, deixamos Chapecó (Hotel Cometa) e fomos viajar até São Miguel do Oeste. Logo já na saída da cidade Sandra Andreatta voltou a a falar do “caso das plantas” e da sua luta para provar sua inocência. Reiterei que ela deveria deixar que o Corregedor Nilton Andrade apurasse os fatos sem ficar se intrometendo ou querendo tumultuar a apuração. Sandra Andreatta desabou a chorar relatando que já perdeu pai, mãe, já teve câncer..., mas nada se comparava ao sofrimento que passou com o episódio das plantas, pois sua honestidade foi colocada à prova. Recomendei que ela tomasse certos cuidados com o Delegado-Geral Maurício Eskudlark que teve muita sabedoria ao dar um encaminhamento humano para o seu caso, muito embora achasse que agiu daquela forma movido por algum interesse político. Sandra Andreatta rebateu dizendo que se fosse assim o Delegado-Geral teria se queimado com a sociedade ao defendê-la. Argumentei que não era bem assim, porque ela formava opinião e a sociedade acabava esquecendo tudo, não lhe dando qualquer retorno político, enquanto que ela, a Delegada Sandra Andreatta, seria eternamente grata, formaria opinião e iria continuar integrando a corporação até o fim dos seus tempos e a lhe defender.