DELEGADA MARIA ELISA (PARTE CCXXVIII): “SESSÃO ‘CAFÉ MATISSE’: ALGUMAS IMAGENS VALEM POR MIL 'PALAGRAS'? IMPRESSÕES E INFLEXÕES DO ‘DRP/JOINVILLE – DIRCEU SILVEIRA JUNIOR (DELEGADOS RENATO HENDGES, JÚLIO VÂNIO TEIXEIRA E ALEX BOFF PASSOS)!”
Por Felipe Genovez | 18/11/2019 | História“Sessão ‘Café Matisse’:
Data: 22.02.11. Horário: 09:00h. Estava em Joinville e resolvi dar uma chegada no gabinete do DRP Dirceu Silveira para um balanço geral sobre os últimos acontecimentos, especialmente, no que dizia respeito a nossa conversa do dia anterior. De início jogamos muita conversa fora e acabei me estendendo no relato sobre minha passagem pelo sistema prisional catarinense entre os anos de 1995 a 1997. Na sequência conversamos a respeito da Delegada Sandra Andreatta aproveitando para defender seus atributos pessoais e profissionais. Dirceu Silveira insistiu que a Delegada tirava votos o que me fez argumentar que não era bem assim e que tudo aquilo só poderia ser pressão do Delegado “Renatão”. Cheguei a relatar parte da conversa que tive com o Presidente da Adepol quando me telefonou chamando “Sandra de “l.” de “f.” e que ela era uma vergonha para a instituição. Diante do silêncio de Dirceu Silveira resolvi lhe perguntar se ele havia recebido alguma “pressão” nesse sentido contra Sandra Andreatta na nossa chapa e ele imediatamente rebateu dizendo que não (mas no fundo eu entendi que sim o que explicaria aquela ultima reunião com os Delegados de Joinville no seu gabinete). Dirceu Silveira confidenciou que na época que passou pela Deic o Delegado “Renatão” respondia pela “Furtos e Roubos” e que depois de uma semana no cargo de diretor começou a “arrepiar” em razão do seu estilo de trabalhar, inclusive, porque havia disputas internas para receber “seguros de carros” e outras coisas, chegando a temer que a qualquer momento houvesse um “estouro” naquele órgão por conta desses fatos. Nesse embalo, Dirceu Silveira aproveitou para tecer comentários a respeito do Delegado Júlio Teixeira dizendo:
- “Tu vê, Felipe, outro dia eu fui a reunião do Conselho Superior e encontrei o Júlio lá arrumando as cadeiras para nós sentarmos aí eu fiquei olhando para ele e imaginando “como é que pode um cara que foi Deputado Estadual, chegou a ser cogitado para ser Secretário de Segurança estar ali naquela condição, pode...?”
Interrompi:
- “Mas que coisa bonita, Dirceu! Mas que gesto de humildade! Ele realmente fez isso? Puxa vida, olha, cresceu no meu conceito...”.
Dirceu Silveira se contorceu na cadeira e soltou um riso parecendo meio que desconfortável com os meus argumentos enquanto aproveitei para completar:
- “Imagina Dirceu se Jesus Cristo chegasse agora aqui, entrasse na tua sala e percebesse que nós iríamos trabalhar, orar.., eu tenho certeza que se as cadeiras estivessem desarrumadas ele certamente que as arrumaria humildemente para nós sentarmos...”.
Dirceu Silveira fez uma cara que dava a impressão de um ser em estado lunático, colocou a mão direita aberta no plano vertical dando a nítida impressão que queria esconder sua face, ao mesmo tempo que se contorcia em câmara lenta na cadeira giratória, levando consigo tronco, pescoço e cabeça, num balanço para o trás e, por último, parou à esquerda, deixou escapulir um sorriso e arrematou:
- “Pera lá Felipe, pera lá...!”
Até como provocação, reiterei que tinha certeza que Jesus teria agido daquele mesma maneira e com a maior naturalidade. Diante do olhar refeito do “DRP” Augusto, aproveitei para comentar a história que o Delegado Alex Passos de Chapecó havia me contado a respeito do Secretário Grubba, quando teria dito para o Governador Colombo que não aceitaria a nomeação de amigo de “t.” para cargos na sua Pasta, referindo-se ao Delegado Júlio Teixeira. Dirceu Silveira se “contorceu” novamente na cadeira, deu um meio giro para ambos os lados e disse:
- “Puxa, Felipe, como nós estamos mal, tu achas mesmo que isso é possível...?
Respondi:
- “Bom, já ouvi algum comentário sobre o assunto, mas a gente tem que filtrar tudo, não existe prova alguma, tudo não passa de conversa, estratagemas de gabinete do ‘Grubba’, é serviço de contrainformação para cozinhar o ‘Colombo’ e só nomear quem eles querem para os cargos lá no gabinete do Grubba...”.
Dirceu Silveira deu a impressão que não gostou muito da minha resposta e insistiu:
- “Mas Felipe isso é muito ruim, imagina, se for verdade...”.
Interrompi:
- “Olha, Dirceu, é o mesmo caso da Sandra Andreatta, até o meu caso, eles estão procurando nos fragilizar, visse a denúncia que o Renato postou na rede contra mim? E eu acho que nós não vamos entrar nesse jogo”.
Dirceu Silveira insistiu:
- “Mas Felipe veja bem nós não podemos aceitar pessoas que tem problemas, eu acho que o Júlio só tira votos, a não ser que ele apresente alguma coisa mais consistente...”.
Interrompi:
- “Sim, eu conversei com ele. Essa história do Grubba aí acho que já foi superada. Hoje eu acredito que o Grubba já tem uma outra visão, tanto isso é verdade que o próprio Júlio me falou que foi chamado lá no gabinete dele e foi oferecido qualquer cargo de diretor, inclusive que lhe foi afiançado que o atual titular seria exonerado, mas ele não aceitou. Ora, se isso é verdade então o Grubba já superou essa situação, provavelmente fizeram algum dossiê, foi mal informado, existem aqueles Delegados lá no gabinete dele que fazem a contrainformação. Mas veja Dirceu, deixa eu te contar, quando você deixou a Delegacia-Geral em razão daqueles fatos que todos conhecem, tu sabes, ‘o caso da Marlene Rica’, aí te colocaram aqui na Sexta DP, lembras? Depois veio o Thomé e te afastou do cargo por denúncias de prevaricação e outras irregularidades. O teu nome foi para os jornais e eu ouvi pessoas na época te criticando muito, aliás até hoje. Então, imagina se isso fosse agora e eu te convidasse para participar da nossa chapa? Bom, só faltava depois de receber pressão que eu viesse a te desconvidar, como é que você se sentiria, especialmente, vivendo um momento muito difícil na carreira, sendo abandonado pelos amigos..., me diz?”
Dirceu Silveira permaneceu estático e calado, pareceu procurar metricamente invocar alguma clareza interior para ponderar e reavaliar seus julgamentos, mas não externou nenhum comentário. Em seguida conversamos novamente sobre o Delegado Alex Passos e perguntei para Dirceu Silveira se ele o conhecia. A resposta foi que sim e que não era uma pessoa “c.”, fazendo alguns comentários... Até aquele momento eu imaginava que o Delegado Alex Passos se tratava do Delegado Eduardo Pianalto, mas Dirceu Silveira esclareceu o mal entendido:
- “Não, Felipe, o único Delegado Alex que nós temos lá em Chapecó é o Alex Passos, não tem outro, estais confundindo com o Eduardo que está aposentado. Tu conversasses mesmo foi com o Alex...”.
Respirei fundo, lembrei das conversas que tive com o velho amigo Delegado Hélio Natal Dornsbach e, apesar de tudo que comentavam, naquele momento mudei meu conceito sobre esse colega que me pareceu humilde, simples... Depois que encerramos nossa conversa fiquei refletindo por que Alex Passos, no passado um grande aliado Maurício Eskudlark, estaria mudando de lado e lembrei quando a Delegada Tatiana (DRP/Chapecó) comentou comigo há tempos atrás, que o mesmo estaria na expectativa de ser nomeado para uma Diretoria de Polícia por sua indicação, o que não veio a ocorrer. Acabei também lembrando do Delegado Moacir Bernardino que foi convidado para trabalhar no gabinete de Maurício Eskudlark na Assembleia Legislativa, mas segundo comentavam, levou um “fora”.