DELEGADA MARIA ELISA (PARTE CCXXIV): “GOVERNADOR RAIMUNDO COLOMBO E A ‘SSP-SC’ NA VISÃO DOS DELEGADOS JOÃO ROBERTO CASTRO (LAGES) E ADEMIR TADEU DE OLIVEIRA (JOAÇABA). O 'TIME' E O ‘MP-SC’: PROMOTOR GRUBBA TERIA SIDO O QUARTO HOMEM?”
Por Felipe Genovez | 13/11/2019 | História
Encontro com o Delegado Castro:
Data: 14.02.11. Horário: 14:40h. Cheguei na DRP/Lages para ouvir o iluminado Delegado João Roberto Castro (Beto, casado com Séfora) em um procedimento disciplinar como testemunha de defesa. Era uma personalidade no nosso meio, misturava irreverência e sangue “caliente”, dotado de uma inteligência aguçada e acima do normal..., porém, um tanto autista (muito ligado à arte musical, à culltura..., e, também, seus filhos Vine e Vitor), talvez resultado de muitas frustrações e do caos vivido no meio policial (ingerências políticas, baixa autoestima, falta de princípios e valores, o descaso dos governos com a SSP, a soberba de políticos, profissionais da Justiça e do serviço público..., legislações inadequadas ou superadas...). Depois da audiência, juntamente com a Delegada Ester Fernanda Coelho e a Escrivã Silvane Vettori, ficamos conversando sobre a possibilidade de concorrermos à presidência da Adepol-SC. Roberto Castro fez algumas considerações que merecerem registro:
- “Nós poderemos até não fazer nada, mas só pelo simples fato de estarmos lá e evitarmos que continue esse pessoal que há anos prejudicam nossa instituição... Eu tenho certeza que nós vamos dignificar a carreira de Delegado... Felipe, você tem o apoio dos Delegados novos e muita gente antiga vai contigo também..., e essa é uma vantagem que tu tens. Precisamos mudar, não dá mais para ficar assim. Eu sou amigo do Cassimiro, o irmão do Raimundo (Colombo). O Cassimiro é mais novo, é da minha geração, ele é amigo e nele eu confio, é bem diferente do Raimundo. Eu durmo na casa do Cassimiro, os pais deles também são pessoas muito boas, agora o Raimundo, meu Deus, bom, quando ele passou aqui pela prefeitura de Lages só queria saber de passar a ‘m.’ toda, ele não engana, a reputação dele aqui é ‘p.’... Tudo bem, o pessoal votou nele, mas não tinha outra alternativa. Mas uma coisa eu te digo, o Raimundo não gosta de pressão. Então, se nós colocarmos uma campanha institucional na rede de valorização dos Delegados tu vais ver que as coisas começam a mudar. As pessoas não sabem o que faz um Delegado, então vamos mostrar isso. Vamos mostrar através de ‘bonequinhos’ na ‘TV’ o que faz um Delegado... Outro dia eu estava conversando com um advogado e ele me disse que o Delegado lá de uma DPMu tinha conversado com ele... Eu disse que não era Delegado e ele insistiu que era Delegado, então eu tive que argumentar que em DPMu não existe Delegado e ele nem sabia que para ser Delegado tem que ser formado em Direito ...Ah, não adianta, o Raimundo não vai dar nada de melhoria salarial, é pura bucha, ele não vai dar nada para nós, ele vai ficar o tempo todo enrolando...”.
Durante o curso da conversa perguntei para Roberto Castro se ele queria participar da nossa chapa em algum dos conselhos (fiscal ou ético) ou se pretendia ficar na linha de frente, ou seja, na diretoria “executiva”. Meu dileto amigo, sem um mínimo de hesitação, pediu que colocasse na linha de frente.
Encontro com o Delegado Ademir Tadeu:
Data: 15.02.11. Horário: 10:40h. Estava na “DRP” de Joaçaba e logo após ouvir uma testemunha de defesa em mais um procedimento disciplinar, me encontrei com o Delegado Regional Ademir Tadeu de Oliveira que quando provocado também fez alguns comentários a respeito das eleições para a Adepol:
- “Felipe eu te conheço há tantos anos, mas conheço mais o ‘Renatão’. Tu preparas uma calculadora, papel e começa a contar quantos votos tu tens, faça isso primeiro. Se tu chegares a conclusão que dá para chegar lá tudo bem, mas se tu sentires que vais perder, então cai fora, essa é a minha opinião, tem que entrar para ganhar. Tu queres perder as eleições? Nós não temos ainda um deputado que resolveu adotar a Polícia Civil. Nós precisamos desesperadamente de um deputado que adote a Polícia Civil. Eu te conheço, sei que tu não és de ir para a Assembleia Legislativa puxar o saco de Deputados, mas nós precisamos disso. Todo dia o Presidente da Adepol tem que ir para a Assembleia lá puxar o saco de deputados, se tu não fizeres isso nós estamos mortos. Tu sabes que os Delegados só querem saber da questão salarial, só isso, e o institucional? Não, a questão é salarial, noventa e nove por cento que a Adepol lute por melhorias salariais. Eu vou contar uma coisa aqui para vocês, que fique aqui, porque ninguém sabe, vocês sabem quem é que era para ser Secretário de Segurança, qual era o primeiro nome escolhido pelo Colombo? O Gercino lá se reuniu com os Promotores e fizeram ‘dossiês’ de vários Delegados e aí entregaram para o Colombo. Começou assim, o primeiro Promotor convidado, o Gercino, não aceitou porque tinha outros interesses, aí convidaram um outro Promotor que também não aceitou, então foram para o terceiro nome, o Andrey, que também não aceitou porque está na presidência da Associação do Ministério Público, então passaram para o nome do ‘Grubba’ que aceitou o convite. O ‘Grubba’ foi o quarto nome. Eu conheço o ‘Colombo’ lá de Lages, nós jogávamos futebol de salão juntos toda semana. A gente sabe que todos os nomes que estão aí comandando o governo foram tirados lá do time de futebol de salão, lá de lajes, é a turma do futebol de salão do Colombo. Não esperem nada dele, esses dois primeiros anos ele não vai dar nada para ninguém, mas ele não gosta de pressão...”.
A manifestação do Delegado Toninho:
Por volta das doze horas e trinta e cinco minutos me encontrei com o Delegado Antonio Carlos Pereira (Toninho), Corregedor de Polícia do Interior, na cidade de Curitibanos, num restaurante localizado no centro da cidade (Pizzaria Calábria). Toninho chegou logo em seguida, quando eu, Ester e Silvane já estávamos almoçando. Durante o curso da conversa “Toninho” argumentou que o Delegado Júlio Teixeira era um bom nome para compor a chapa e que eu não deveria deixar passar a oportunidade de ser candidato, mesmo que perdesse, pois me credenciaria para as próximas eleições. Argumentei que pensaria seriamente sobre o caso.
Por volta das dezesseis horas liguei para Júlio Teixeira a fim de saber se havia alguma novidade e ele pediu para que agendássemos um encontro para a próxima quarta ou quinta-feira no mesmo lugar de sempre a fim de conversarmos sobre a composição da nossa chapa (eleições da Adepol).