DELEGADA MARIA ELISA (PARTE CCXVII): “ENTRE TROVAS SENATORIAIS E HISTORIETAS DA ‘SSP-SC’ COM PITACOS NO ‘MP-SC’: REENCONTRO COM JÚLIO VÂNIO TEIXEIRA. MAS, AFINAL, QUEM É ESSE ‘GRUBBA’? E, TERÁ VIDA LONGA?”
Por Felipe Genovez | 12/11/2019 | HistóriaReencontro com Júlio Teixeira:
Data 24.01.11. Horário: 14:00h. Conforme já tinha combinado previamente, fui ao encontro do Delegado Júlio Teixeira na “Livros e Livros”, localizada na rua Jerônimo Coelho. Havia tempos que não nos encontrávamos, exceto nosso último encontro no Beira Mar Shopping (Florianópolis), mesmo depois de sua decadência política, do estigma de ter sido um dos principais algozes do ex-Governador Paulo Afonso no processo de impeachment na Alesc, da forma como nos abandonou nas eleições de 1998... (optou por se bandear para o lado do grupo dos Delegados Lipinski, Rachadel e Redondo). Para minha surpresa encontrei o velho amigo sentado numa mesa ao lado do Escrivão Nilton Sché Neves (sobrinho do Delegado e ex-Deputado Heitor Sché) e lá se foram três horas de trovas. Júlio fez algumas considerações históricas:
- “... O Raimundo agora tem uma dívida comigo. Estava prometido a Secretaria de Segurança Pública e não deu, depois a Delegacia-Geral, o Detran..., mas aí o Eduardo Pinho se atravessou dizendo que era da cota pessoal dele o cargo de diretor do Detran... Sim, tu dissesses muito bem que o impeachment do Paulo Afonso também pesou. Tu Sabes que o Gercino foi convidado para ser o Secretário de Segurança e não aceitou? O Pedro Steil também foi convidado e também não aceitou. Tu conheces o Pedro, meu amigo, os filhos dele se criaram com os meus, depois ele se separou, mas hoje não está mais... Aí convidaram o Afonso Ghizzo que também não aceitou... O Conselho Superior do Ministério Público se reuniu e resolveu recomendar que os Promotores de Justiça não aceitassem o cargo, veja bem, resolveu recomendar que não aceitassem o cargo de Secretário de Segurança, tu sabes por quê? Foi uma orientação do Conselho Nacional, quem ingressou depois de mil novecentos e oitenta e oito..., mas foi uma orientação. Bom, aí convidaram o ‘Grubba’ que aceitou. Ele ingressou em oitenta seis ou oitenta e sete... Tu sabes, lá no Ministério Público como é que eles veem o ‘Grubba’? Diz aí, tu sabes como esse pessoal vê o ‘Grubba’? Eu conversei com eles, sou amigo deles e é uma unanimidade, um... eu digo, ... um! (...)”.
Júlio Teixeira parecia um tribuna ainda respirando os tempos de “Cícero” senatorial e tive que interromper sua flama oral:
- “Ah, fala sério, afinal de contas quem é o ‘Grubba’?”
Júlio Teixeira reiterou:
- “Felipe, queres saber, é um... Por isso que não vai durar muito, é só esperar, olha só como é que está a criminalidade, está explodindo! O governador já se arrependeu, foi um tiro no pé, agora é só uma questão de tempo...”.
Interrompi:
- “Vocês viram o ‘Beltrame’ lá no Rio de Janeiro? Ele entra num restaurante e é aplaudido de pé, imagina, de pé, todo mundo se levanta quando ele entra e é ovacionado, que moral para os Delegados. Lá no Rio de Janeiro os Delegados estão com muita moral, a Polícia...”.
E, fiz um relato dos contatos com Delegados de Joinville e argumentei que se aceitasse o meu convite para integrar nossa chapa ele teria que ser o vice, com Marilisa de segunda vice. Júlio Teixeira de imediato recepcionou a proposta enquanto aproveitei para completar:
- “Imagina, com o teu prestígio nós teríamos mais acesso ao Governador do que o próprio Delegado-Geral. Olha só a importância de ter uma diretoria com esse perfil, enquanto que o ‘Renatão’ é rejeitado, está sem prestígio, o pessoal lá no Palácio corre dele...”.
O Escrivão Nilton Sché sugeriu que fossem escolhidos membros da nossa diretoria dentre Delegados do interior do Estado, especialmente, os novos e que se colocasse um fim na “velharia” que insistia em frequentar a sede da Adepol e engessar as decisões classistas e institucionais. Nilton Sché também comentou que iria se filiar ao “Sintrasp” (Sindicado dos Trabalhados da Segurança Pública) para ver se conseguiria montar uma chapa para concorrer às eleições à presidência daquela entidade. No final da conversa, depois de fazer abordagens históricas sobre minha passagem pela Polícia Civil, telefonei para Marilisa e a coloquei na linha com Júlio e os dois conversaram demoradamente, inclusive, sendo repassada a informação que no dia vinte e nove de janeiro os Delegados novos iriam se encontrar em Florianópolis para discutir o futuro da instituição.
Depois que Júlio encerrou a ligação deixou o seguinte comentário triangular:
- “Eu conversei com ela e ela me disse que o projeto é o Felipe pelo histórico dele de lutas e eu em razão do meu histórico político. Perfeito! Eles estão corretos em pensar assim, está muito bom...”.
Diante desse comentário “perolar” me pus a pensar: “Esse Júlio é louco mesmo, ninguém tinha lembrado do nome dele até ontem. Fui eu que disse para o Dirceu Silveira lá em Joinville que qualquer projeto meu com vistas a chegar à presidência da Adepol passava obrigatoriamente pelo nome do ‘Júlio Teixeira’. Também, depois conversei com Marilisa no almoço, relatando como é que pretendia montar a cabeça de chapa, e fiz isso até para ver a opinião dela. Mas tudo bem, tudo é válido, o importante neste momento é unir forças”.