Definitiva-mente, não sou um destes seres medíocres que vivem pedindo perdão pela sua existência.
Definitiva-mente, não!
Definitiva-mente, não me recomendaria para um desses malditos vermes que vivem de mostrar os dentes, seja por conveniência ou por resignação.
Definitiva-mente, não que goste, mas acostumei-me com a companhia dos meus fantasmas ébrios do mais vil uísque ou do vinho de sangue.
Definitiva-mente, me dou bem com a solidão. Gosto das paisagens mais bucólicas e não ligo para as cores.
Definitiva-mente, amo a natureza e todos os instintos puros que dela provém.
Definitiva-mente, não sou um ser satisfeito e, muito menos, saciável.
Definitiva-mente, aconselho, se quiseres, algum dia, infligir sentimentos dignos nesse ser que suja folhas de papel com memórias e perspectivas desagradáveis aos seus olhos, proclame o Instinto como seu mestre.
Procure somente existir que o destino há de se encarregar de entregar seus restos pútridos aos vermes.
Definitiva-mente, sinta!