De corpo e alma
Por Marcia Ribeiro Malucelli | 17/07/2009 | PoesiasDe corpo e alma, tarde eu descobri, que o meu amanhecer já não dependia do sol existente fora de mim.
Tarde eu percebi, que o amor que eu buscava encontrar estava tão intimamente ligada a mim que não via.
Tarde eu acordei para uma vida tão longa, que meus pensamentos, mesmo banhados em sono profundo, podiam sonhar.
Tarde
me toquei, que a beleza do entardecer necessitava mais da minha
presença do que das horas que passavam e marcavam
presença.
De corpo e alma, tarde eu reconheci, que o
verdadeiro carisma estava mais para os sentimentos
espontâneos e genuínos da vida que para o
aprendizado da vida que corre aos nossos pés.
Tarde eu
entendi, que para alcançar a vitória de uma alma
precisava mais que estudos e esforços, de vivência
e carência, de luta e glória do que de derrota.
Tarde, mais ainda vou alcançar aquele trajeto o qual não segui,
aquele
portão o qual não atravessei, aquele
“corpo” do qual não vivi, aquela
felicidade da qual não almejei.
Tarde, mas nunca passado.