DE CANALHAS, CRETINOS E CAFAJESTES
Por Luciano Machado | 22/08/2009 | CrônicasDE CANALHAS, CRETINOS E CAFAJESTES ...
Embora não guarde rancores, não tolero cafajestadas. Acho que é uma questão de justiça e de bom senso separar (da categoria dos velhacos) aquelas pessoas que realmente merecem a nossa estima e consideração.
Cheguei a uma idade e a um ponto de intolerância com as safadezas que se alguém me faz uma cafajestada (e percebo que não é por ignorância, mas por maldade mesmo ou mau-caratismo) simplesmente trato de eliminar o nome dessa pessoa do meu círculo de relações.
Se alguém, por outro lado, deixar de me cumprimentar sem nenhum motivo justificado, não me incomodo com isso.Essa pessoa também, com o mesmo direito, terá suas razões para agir desse modo em relação a mim.Afinal de contas, como diz o meu particular amigo e escritor Arlindo Coitinho: "Não somos dinheiro pra que todo mundo goste de nós ..."
Mas ter um motivo justificado para cortar uma relação é algo muito particular e, às vezes, muito relevante.
Certa vez, por uma caixa de fósforos, cortei a amizade com uma pessoa.Isso já faz mais de vinte anos. Era o dono de um armazém que funcionava nas imediações de onde eu morava e que muitas vezes me ficara devendo pequenas quantias de troco na compra de mercadorias que eu sempre fazia questão de lhe pagar a vista. Ele me devia muito e eu não lhe devia nada. Um dia dei vinte e cinco centavos ao Zezinho que morava ao lado da minha casa e pedi para ir buscar uma caixa de fósforos nesse armazém, que ficava a duas quadras. A criança chegou lá e o sujeito, que eu considerava meu amigo, lhe disse o seguinte: "Volta lá e diz pra o fulano que o preço da caixa de fósforos subiu e agora é trinta centavos. Ele que me mande mais cinco centavos e eu entrego a caixa de fósforos." O que vocês acham que eu deveria ter feito com um ordinário desses? !
Fui apenas radical.Não comprei mais nada em seu armazém e nunca mais o cumprimentei.
Alguém pode até me condenar por esta atitude, mas há muito tempo deixei de me importar com o que os outros acham, pensam ou dizem a meu respeito, embora não despreze a opinião alheia em assuntos que realmente me interessam. Mas não abro mão do meu livre arbítrio e do meu modo de fazer justiça.
Canalhas, cretinos e cafajestes, sem distinção de sexo, crença, cor ou condição social, existem de todos os tipos e naipes, inclusive aqueles canalhas de fato (porque em juízo até os canalhas podem provar o contrário) que se julgam inocentes ou injustiçados e que acham que nada fizeram para merecer repúdio, aversão ou antipatia.
Cafajestes, canalhas e cretinos (e não me refiro aos doentes mentais) eu considero o malfazejo, o caluniador, o maledicente, o difamador, o intrigante, o velhaco, o aproveitador, o sabotador, o falso, o traidor, o fraudador, o manipulador, o puxa-saco, adulador mal intencionado, o que nos deve favores e fala mal de nós, o quepor safadeza, inveja , mágoa ou rancor,procura nos prejudicar.
(Luciano Machado)