DAS HOMENAGENS PÚBLICAS

Por Luciano Machado | 21/09/2011 | Sociedade

DAS HOMENAGENS PÚBLICAS

Uma coisa que antes não acontecia e hoje ocorre com muita freqüência são as homenagens a autoridades, figuras públicas ou em destaque.

Antigamente as pessoas eram mais austeras, menos afetivas, não se elogiavam muito e quase não falavam a respeito das qualidades umas das outras. Partia-se do princípio de que ser íntegro, possuir honorabilidade e agir corretamente fazia parte das atribuições de cada um, homem ou mulher, em sua respectiva área de atuação.

A não ser no meio clerical e nas forças armadas, em função de promoções e condecorações, não havia homenagens.

Mas, de uns tempos para cá, elogiar ou homenagear pessoas tornou-se uma prática comum, principalmente no meio acadêmico, político e empresarial, como se isto fosse um prêmio a alguém por ser honesto, ser um bom sujeito, uma boa pessoa, andar na linha ou ter feito corretamente o seu trabalho.

Aliás, no meio político, é o que mais se faz. Com o dinheiro público.

Hoje se homenageiam indistintamente presidentes, ministros, governadores, deputados, senadores, reitores, professores, diretores de instituições, empresários, funcionários e pessoas em geral que se destacam em suas áreas de atividade.

E estas homenagens públicas são acompanhadas de troféus, medalhas, diplomas, certificados, etc.

Os últimos que se salvavam de ser homenageados eram os juízes, presidentes de tribunais e desembargadores, mas hoje nem eles escapam.

E todos aceitam isto de bom grado.

No passado, uma homenagem pública podia caracterizar uma tentativa de comprometimento, por ficarem os homenageados na obrigação de ser gratos e de retribuir, de alguma forma, a homenagem recebida.

Mas hoje não. Homenageia-se uma autoridade, e na semana seguinte, se tiver que condenar ou mandar prender aquele que a homenageou, o fará no estrito cumprimento do dever, sem nenhum peso de consciência.

Luciano Machado